quarta-feira, 30 de julho de 2014

Fim da greve de onibus no Recife

Justiça dá parecer favorável aos rodoviários e greve chega ao fim


Categoria conseguiu reajustes no piso, salários e ticket alimentação. Fora isso, a paralisação foi considerada não abusiva

30/07/2014 13:36 - Domingos Sávio e Geison Macedo, com informações de Wilson Maranhão e Rodrigo Passos


Greve chega ao 3º dia no Recife

Sem consenso, funcionários decidem manter greve de ônibus em Recife

Paralisação afeta dois milhões de pessoas na capital e região metropolitana

POR 



























Funcionários e empresas de transporte não entraram em um consenso sobre o valor do reajuste do salário em Recife - Hans Von Manteuffel / Agência O Globo
RECIFE — Paralisados desde a manhã desta segunda-feira, motoristas, fiscais e cobrador ônibus da capital pernambucana exigem reajuste de 10% no salário, e um aumento no vale refeição de R$ 171 para R$ 320 para voltar a trabalhar. Em uma audiência realizada na tarde desta terça no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), funcionários e empresas não entraram em um consenso sobre os valores do reajuste. Sem definição, os empregados decidiram manter a greve.
De acordo com o vice presidente do TRT, Pedro Paulo Nóbrega, os empresários ainda não cederam às exigências dos grevistas, e o dissídio coletivo não havia sido instaurado.
Nesta terça, as cenas da ontem voltaram a se repetir nas ruas da região metropolitana da cidade: os poucos coletivos que circularam estavam superlotados, com gente pendurada até nas portas. Muitos trabalhadores desistiram de embarcar, diante do empurra-empurra.
A empregada doméstica Josivânia dos Santos deixou passar cinco ônibus para embarcar do terminal integrado da Macaxeira, na Zona Norte de Pernambuco, para o trabalho, em Boa Viagem, na Zona Sul. Ela disse que não conseguiu viajar antes, com medo de cair e ser pisoteada.
Nas ruas do centro da capital, avenidas normalmente movimentadas permaneceram desertas no fim da manhã de hoje. Na Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores de Recife, os motoristas pararam os coletivos em fila dupla, o que provocou congestionamentos por um longo período na manhã.
O Consórcio Grande Recife de Transportes informou nesta terça-feira que 47 ônibus foram depredados durante a greve. Os ônibus que circulam na região metropolitana somam três mil, perfazendo total de 390 linhas e 26 mil viagens diárias. Segundo o Consórcio, à exceção do coletivo que foi incendiado na segunda, todos os outros já sofreram reparos: a maior parte teve pneus rasgados e para brisas ou janelas de vidro quebrados com pauladas e pedradas.
A greve afeta cerca de 2 milhões de pessoas e até a manhã desta terça-feira dez coletivos já haviam sido depredados por passageiros revoltados com a paralisação. Um dos ônibus, da empresa Vera Cruz, chegou a ser incendiado no terminal do bairro do Barro, a dez quilômetros do centro.




terça-feira, 29 de julho de 2014

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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Greve - tudo continua nesta terça-feira , e o povo sofre pra ir e voltar pra casa.


Greve

Sindicato dos Rodoviários confirma a continuação da greve por tempo indeterminado

Publicado em 28/07/2014
Mariana CampelloDo NE10
Sindicato dos Rodoviários fala à imprensa / Foto: Mariana Campello / JC Trânsito
Sindicato dos Rodoviários fala à imprensaFoto: Mariana Campello / JC Trânsito
A greve dos rodoviários no Grande Recife irá continuar por tempo indeterminado. O SINTRREPE (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitana, da Mata Sul e Norte de Pernambuco) comunicou, em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (28), que a paralisação segue "até suas reivindicações serem atendidas". A greve foi iniciada à 0h desta segunda-feira.
A equipe de reportagem entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) que comunicou sobre uma nova audiência marcada para esta terça-feira (29), às 16h, para decidir o rumo da greve.
Apesar da paralisação, a categoria informou que pretende cumprir com a liminar expedida no último dia 25, que exigia 100% da frota nas ruas nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 20h), e metade nos demais horários.

Segundo a comissão de rodoviários, quando a fiscalização da própria entidade visitou as garagens das empresas de ônibus, na madrugada desta segunda-feira, encontrou trabalhadores tercerizados trabalhando sem fardamento. Em outras garagens, não havia veículos suficientes para todos os profissionais trabalharem.
Segundo Benilson Custódio, um dos representantes da categoria, a greve está sendo feita pacificamente e os atos de vandalismo realizados nesta manhã foram feitos pela própria população, indignada com o transporte público. "Os trabalhadores vão manter a greve e respeitar as formalidades legais."

Greve - ônibus no Recife,esta causando caos na cidade.

No Recife, passageiros são obrigados a descer de ônibus devido à greve

Fato ocorreu na Avenida Mascarenhas de Moraes por volta das 7h40.
Esta segunda-feira é o primeiro dia da paralisação dos rodoviários.

Do G1 PE
'Quer fazer greve? Não tira o ônibus da garagem!', disse Cosma Almeida, indignada por ter que descer do veículo (Foto: Katherine Coutinho/G1)'Quer fazer greve? Não tira o ônibus da garagem', disse Cosma Almeida, indignada por ter que descer do veículo (Foto: Katherine Coutinho/G1)


Mais de 20 ônibus pararam em fila na Avenida Mascerenhas de Morais, Zona Sul do Recife, e obrigaram os passageiros a saltar, uma vez que não seguiriam viagem, na manhã desta segunda-feira (28). O primeiro dos veículos a parar, bem embaixo do Viaduto Tancredo Neves, seguia para o Terminal de Integração, por volta das 7h40.
A empregada doméstica Cosma Almeida trabalha na Avenida Agamenon Magalhães e mora em Dois Carneiros. Estava indignada, sem ter como voltar para casa ou chegar ao trabalho, já que os ônibus pararam. "Eu normalmente pego ônibus às 5h, só consegui às 6h30. Agora, fui obrigada a descer. É um absurdo. Quer fazer greve, não tira o ônibus da garagem", reclama.
A aposentada Arcinoi Paes da Silva conta que pegou o ônibus no UR-02, Ibura, e ia para o Centro do Recife. "Demorou muito para conseguir pegar e, ainda por cima, eles nos obrigam a descer. Eu não prestei atenção, se tivesse, nem sairia de casa hoje. Isso é um absurdo", reclama a aposentada.
Indignada, a vendedora Selma Lima chegou a discutir com o motorista do ônibus e o cobrador, pedindo de volta o dinheiro da passagem, já que não conseguiu seguir até o destino final. "Isso é uma palhaçada, não sabem trabalhar. É um absurdo fazer isso com a população. Quer fazer greve, não sai de dentro da garagem", aponta a vendedora.
O vendedor Hugo Pereira mora na Avenida Recife e trabalha em Prazeres. Quando estava próximo à Integração Tancredo Neves, onde trocaria de ônibus para seguir até o trabalho, foi obrigado a descer. "Eu levei 40 minutos para conseguir entrar em um ônibus, porque nenhum parava quando passava", lamenta o vendedor.
Sem opção para seguir até o trabalho, a empregada doméstica Maria Eliete Tavares estava tentando calcular quanto tempo levaria para ir a pé da Avenida Mascarenhas de Morais até a Pracinha de Boa Viagem. "É muito distante, mas eu preciso ir", afirma.
A vendedora Elicéias Fonsceca estava vindo do Hospital Pan de Areias com destino ao Hospital Maria Lucinda, quando foi obrigada a descer. "Eu ia até Afogados para pegar outro ônibus. Eu tinha consulta, mas não vou conseguir chegar. Acho que vou voltar para casa", conta a vendedora, que estava com parte da mão enfaixada.

O porquê da greve
Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus decidiram cruzar os braços em assembleia realizada na última quarta (23). Eles aprovaram indicativo de greve e comunicaram a decisão ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A categoria não aceita a proposta de reajuste de 5% nos salários e no tíquete-refeição, feita pelo Urbana-PE. Eles querem aumento de 10%, proposto pelo MPT, e elevação no valor do tíquete-refeição de R$ 171 para R$ 320.
A greve deve afetar a vida de cerca de 2 milhões de passageiros que utilizam o transporte diariamente na Região Metropolitana. Atualmente, o sistema conta com aproximadamente 3.000 veículos integrando a frota, distribuídos em 385 linhas e 18 empresas operadoras de ônibus. São feitas, em média, 25 mil viagens por dia. O sistema conta também com mais de 15 terminais integrados.
veja as fotos:http://glo.bo/1plSlIz

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alguns momentos do blog

Rodoviários - Vandalismo emÔnibus incendiado no TI Barro

Protesto tem ônibus incendiado / Foto: @PilatosP / Twitter
Protesto tem ônibus incendiadoFoto: @PilatosP / Twitter
Atos de vandalismo no primeiro dia de greve dos rodoviários do Grande Recife, nesta segunda-feira (28). Até as 10h pelo menos um ônibus foi incendiado e três sofreram depredações.
O ônibus incendiado foi da linha Barro /Cajueiro Seco, da empresa Vera Cruz, no Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife. Muitos ônibus bloquearam a entrada do terminal - motoristas e membros da Central
Única de Trabalhadores (CUT) impedindo a entrada e saída de veículos. 
Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes, não há informações sobre quem ateou fogo no coletivo. O fogo foi contido pelo Corpo de Bombeiros.
O terminal permanece bloqueado e vários pneus foram furados para impedir a saída dos veículos. Com isso, estão sendo realizados bloqueios em pontos estratégicos pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) para evitar que os ônibus fiquem presos - e sejam depredados-  nos locais onde está havendo manifestação.

No Terminal de Xambá, pelo menos três coletivos tiveram as janelas quebradas e os pneus esvaziados. As estações do Barro, TIP e Xambá estão fechadas.
Insatisfeitos, passageiros protestam na BR-101
Insatisfeitos, passageiros protestam na BR-101Foto: Lorena Barros / JC Trânsito
PROTESTO DE PASSAGEIROS - Insatisfeitos com a falta de ônibus, passageiros realizam protesto na BR-101, no Barro. Com cordão humano, os usuários de transporte coletivo impedem o tráfego de veículos no local, fechando a via por volta das 9h. Quinze minutos depois, a BR foi liberada pela polícia.

No terminal desde às 5h e esperando ônibus por mais de três horas para ir ao Jordão, o passageiro Marcelo Braz, 32 anos, criticou a interdição da rodovia pelos manifestantes. "Fechar a via só atrapalha aos próprios passageios", afirma ele, contando que o único coletivo que tentou sair do terminal foi incendiado.

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Enquanto os ônibus estão parados, mototaxistas oferecem serviço no local. O mototaxista Robson, 29 anos, está há 30 minutos no terminal aguardando passageiros que precisem do serviço.
Foto: GREVE -

Ônibus queimado e paradas de ônibus lotadas no primeiro dia de greve dos rodoviários no Grande Recife

Confira cobertura completa desta manhã de greve: nossa reportagem acompanhou a movimentação nos principais corretores da Região Metropolitana, além dos terminais integradas. A principal confusão foi registrada no Barro, onde um ônibus foi incendiado. Na Avenida Pan Nordestina, em Olinda, motoristas abandonaram os ônibus na via, impedindo o tráfego de veículos - http://bit.ly/1xo1ZMl

(Foto: Rafael Carneiro / Rádio Jornal)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

GREVE ONIBUS - A 00 hrs deste domingo pra segunda,sindicato não promete 100% de frota como determina o TRT.



Segunda de caos pra o usuário e o blog estará na rua pra deixar todos informados.

TRT determina que 100% dos ônibus circulem em horários de pico durante a greve

Publicação: 25/07/2014 18:54 Atualização:
 

Após o anúncio da greve dos rodoviários, oficializado nessa quinta-feira (24) depois uma reunião da categoria com os patrões na sede do Ministério Público do Trabalho de Pernambuco, o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), desembargador Pedro Paulo Pereira Nóbrega, determinou que sejam mantidos em circulação 100% da frota de ônibus nos horários de maior movimento durante o movimento paredista.

Os motoristas, fiscais e cobradores deverão parar as atividades a partir da 0h da próxima segunda-feira (28) após inúmeras reuniões sobre reajuste salarial, mediadas pelo MPT, sem acordo. A liminar foi solicitada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana/PE) e pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Passageiros no Estado de Pernambuco (Serpe/PE) contra o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitana, da Mata Sul e Norte de Pernambuco. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (25).

No despacho, o desembargador determinou que sejam mantidos em circulação 100% da frota das 5h30 às 9h e das 17h às 20h. Nos demais horários, os grevistas terão que manter 50% dos ônibus nas ruas. Em caso de descumprimento, o sindicato terá que pagar multa diária de R$ 100 mil reais. Segundo o vice-presidente do TRT, o argumento dos patrões é de que a frota de ônibus existente é insuficiente ao atendimento da população.

Ainda no documento, Pedro Paulo Pereira adianta que os grevistas estão proibidos de atos que violem ou constranjam direitos e garantias dos trabalhadores que queiram permanecer no exercício de suas atividades. Haverá aplicação de penalidade, caso não cumpram a ordem judicial.

O que diz a lei?
Na ação preparatória de dissídio coletivo, os sindicatos requerem o cumprimento do disposto no artigo 11 da Lei nº 7.783/1989, que assegura: "Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidadeâ". O pedido de liminar foi feito em face da greve anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores, a ser deflagrada na segunda-feira (28).
          
     

Eleições 2014 vamos dar um basta nestes politicos que não muda e querem ficar massacrando o povo,apoiando a ação da Policia pra atirar e espancar o trabalhador,enquanto os bandidos agem sem pudor e a policia olha ,sem agir.

Deixemos de hipocrisia


Fotos: Guga Matos/JC Imagem
Fotos: Guga Matos/JC Imagem

Não existe almoço de graça. Desde que comecei a cobrir o setor de transporte, doze anos atrás, passei a ouvir essa expressão com frequência. Bastante usada no meio econômico, significa dizer que alguém paga a conta. Sempre, em qualquer situação. E no transporte público não é diferente. Ao contrário, é um dos setores onde ela mais faz sentido. A conta pode ser paga de três formas. Pelo Estado (gestor do sistema de transporte, no caso de Pernambuco), com a decisão de  subsidiar o sistema, ou convencendo, através de pressão ou contratos legais, os empresários a reduzirem o lucro do negócio (na RMR gira em torno de 12%, dizem). Pelos empresários, que  abririam mão do percentual do lucro, mesmo estando no setor para gerir um negócio e, logicamente, lucrar. Ou, por último, pela população, de duas formas: pagando o reajuste das passagens, dado porque o Estado não subsidia o sistema nem os empresários abrem mão do lucro, ou perdendo qualidade do serviço, comprometido pela redução da frota. Alguém, de fato, tem que pagar o almoço.
Sendo assim, deixemos de hipocrisia. Lá atrás, quando o governo do Estado, no início da gestão Eduardo Campos, decidiu indexar o reajuste das tarifas de ônibus ao IPCA, índice que nem de longe cobria as despesas do sistema, a população vibrou e a política, mais uma vez, lucrou. Eduardo também estabeleceu, justamente, que as passagens da RMR subiriam apenas uma vez por ano – e  não mais duas e até três vezes como aconteceu várias vezes na gestão de Jarbas Vasconcelos. Lucrou mais uma vez, enquanto os empresários de ônibus, acuados, mantinham o silêncio, sem criar polêmicas, e os técnicos do setor, mesmo sabendo que a conta chegaria, calaram-se. Para completar, o aumento das passagens dado em janeiro de 2013 foi retirado em junho, depois dos protestos que tomaram conta do Brasil. E em janeiro de 2014 ninguém falou em aumento. Ou seja, o último reajuste tarifária da RMR foi dado em janeiro de 2012.
Não estou aqui defendendo o aumento das passagens. Mas volto a argumentar: não existe almoço de graça. E quem vai pagar o preço é o passageiro, de um jeito ou de outro. A não ser que venha o subsídio. Enquanto isso, o déficit do sistema vem se acumulando e, de algum tempo para cá, começou a pipocar. A receita do sistema não cobre o custo há muito tempo. E qual a solução quando se tem muita despesa e pouco dinheiro para cobrí-la? Ou se aumenta a receita ou se reduz o custo.

Fotos: Guga Matos/JC Imagem
Ou se subsidia o setor, ou se reduz lucros, ou se dá aumento de passagem. Alguém terá que pagar o almoço.

Como o governo do Estado não tomou a decisão de subsidiar o sistema de transporte (o fará para bancar a operação do BRT, que custa caro pela qualidade dos equipamentos e estações), a saída é reduzir o custo. E como se reduz custo em transporte? Reduzindo a operação. E como se reduz a operação? Tirando ônibus das ruas. E qual o resultado: veículos abarrotados de gente. É fato que a falta de prioridade ao ônibus nas ruas provoca a perda de viagens, mas é fato também que algumas linhas estão operando ainda com a frota das férias de janeiro, sem que a reposição dos veículos tenha sido feita. E tudo com o conhecimento do Grande Recife Consórcio de Transporte. As informações são de bastidores. É claro que operadores e gestores vão negar. E fica difícil para a mídia confirmar que os 30% retirados de circulação durante as férias são repostos na sequência.
Quem vive o setor de transporte sabe que todos os dias, sem exceção, o passageiro reclama do serviço oferecido. Especialmente nos terminais integrados e nos subúrbios. É lá onde está o perigo, longe dos olhos da classe média (que não anda de transporte público) e dos políticos (principalmente). A questão é que esses problemas são potencializados sempre nos meses de junho/julho/agosto, período do dissídio dos rodoviários – é tanto que eles estão em estado de greve. Não é à toa que, este ano,  o setor empresarial chamou o Grande Recife Consórcio para sentar à mesa na negociação salarial com motoristas, cobradores e fiscais. Agora, com a licitação do sistema, o GRCT passou a ser um órgão regulador, totalmente responsável, inclusive judicialmente, pelo equilíbrio econômico-financeiro do setor.
A pressão está grande e a conta não fecha. Nos países sérios, onde o transporte público coletivo é visto como prioridade, os sistemas são subsidiados pelos governos, pouco importa se municipal, estadual ou federal, ou todos juntos. Por isso, deixemos de hipocrisia. Ou se subsidia o setor, reduz lucros, ou se dá aumento de passagem. Alguém terá que pagar o almoço. Que não sobre, mais uma vez, para a população – seja com o reajuste tarifário ou com a redução da oferta de serviço.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem