quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Usuários do BRT sofrem com catraca: 'constrangedora'

Novo equipamento é apertado e exige mais força para girar, deixando os usuários constantemente presos

Júlio Gomes/LeiaJáImagens
A entrada e saída de passageiros está mais lentaJúlio Gomes/LeiaJáImagens
“Isso é um desrespeito, é horrível”, resmungava a aposentada Bernadete Silva, de 72 anos, enquanto saía da estação de Bus Rapid Transit (BRT) do Derby, no centro do Recife. Os funcionários das estações estão se acostumando com as reclamações dos passageiros que trafegam pelo local. Como se já não bastasse os tradicionais problemas como superlotação e insegurança, os usuários agora se queixam do novo modelo de catraca instalado nas estações de BRT.
A catraca é maior, com “borboletas” na parte inferior e superior. A estrutura é mais apertada e exige maior força para girar. É comum ver pessoas mais gordas ou carregando mochilas tendo dificuldades para passar. “Os pequenos são sempre o que sofrem”, resumiu Bernadete enquanto se afastava apressada.


Não é de agora que essas catracas estão sendo colocadas nas estações de BRT. A primeira a recebê-las foi a Estação Benfica, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, ainda em agosto de 2017 durante fase de testes. Na Estação do Derby, bastante movimentada, a mudança foi feita há cerca de um mês. Na também movimentada Estação Guararapes, na área central do Recife, a alteração ocorreu na última semana.
Na época da primeira instalação, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) informou que a medida tinha o objetivo de impedir que pessoas entrassem nas estações pulando as catracas, passando por baixo ou entrando juntamente com outro passageiro. Desta vez, o Grande Recife Consórcio de Transportes foi quem respondeu ao LeiaJá. O órgão informou que as catracas estão sendo trocadas devido ao mau uso do equipamento. “Juntamente aos vidros, as catracas são alvos constantes da ação de vândalos, o que facilita ainda a entrada irregular de passageiros. Por isso, equipamentos mais robustos, similares aos utilizados nos ônibus, estão sendo instalados nas estações”, disse o Grande Recife em nota, apesar da similaridade com as catracas dos ônibus não ser tão evidente.
Uma das fragilidades da medida é que a principal forma de invasão das estações de BRT é pelo lado externo. Ou seja, quando o ônibus está se aproximando, os burladores sobem na estação pelo lado de fora, sem precisar passar pela catraca. Partindo disso, o mais prejudicado com a alteração seria o usuário que costuma pagar corretamente. Quem percebe isso é o cobrador de ônibus Maurício José Barbosa, de 24 anos. “Eu vejo as pessoas entrando por fora. Não vejo pulando a catraca”. Ele, porém, evitou tecer maiores críticas. “Não senti que interferiu muito para mim. Pessoas com mochila têm maiores dificuldades, mas acho que essa mudança tem um lado bom”, o cobrador opinou.
Na Estação do Derby, os funcionários estavam abrindo uma entrada alternativa, utilizada principalmente para a passagem de pessoas com dificuldade de locomoção e idosos. Os operadores permitiam a passagem pela entrada alternativa para gestantes, idosos e usuários com sacolas grandes, assim, a catraca era girada pelo próprio funcionário enquanto o passageiro passava sem maior esforço. Segundo um funcionário, essa foi uma determinação emitida por superiores. Entretanto, o fluxo impede que eles consigam atender a todos que preencham esses requisitos. A reportagem visualizou uma grávida de oito meses tendo que se apertar no equipamento.
“Não gostei da nova catraca. É muito apertado, era melhor da outra forma”, explicou a gestante e decoradora Ana Carolina da Silva, de 30 anos. A técnica em segurança do trabalho Júlia Esteves, de 24 anos, costuma pegar o BRT na Estação Cordeiro, na Zona Oeste da capital. Júlia é mais uma a tecer críticas. “As catracas muitas vezes causam constrangimentos a quem está tentando acessar o local, deixando os passageiros ou seus pertences presos na estrutura. A mudança realizada não foi pensada na quantidade de pessoas que entram e saem, muito menos nos seus biotipos corporais”, ressalta Esteves.
Procuramos o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e descobriu que já existe uma investigação no órgão sobre o modelo de catraca. Segundo o MPPE, cidadãos protocolaram denúncias, o que ensejou a abertura de um procedimento investigativo em 2018. Como a apuração está em curso, o MPPE não deu maiores detalhes. O Programa de Orientação ao Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) também foi procurado pela Reportagem, mas o órgão informou não ter registros da questão.
As linhas do BRT estão incluídas no Anel A do sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR), com valor de tarifa de R$ 3,20. Neste mês de janeiro está sendo discutida a recomposição tarifária dos ônibus, tendo a definição de reajuste sido adiada duas vezes por decisões judiciais. A Urbana-PE defende um aumento de 16,18%, saltando o valor do Anel A para R$ 3,70. A proposta do Governo de Pernambuco, através do Grande Recife Consórcio de Transporte, é de 7,07%, com o Anel A aumentando para R$ 3,45. Outra proposta oficializada é a de conselheiros da sociedade civil do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que pedem redução da passagem para R$ 2,90.
fonte: Leia Já
Catraca do BRT


A urgência do financiamento do transporte público


Foto: Diego Nigro/JC Imagem

A MoveCidade estreia abordando um tema polêmico e complicado: o financiamento do transporte público no País. Enquanto o mundo já entendeu que, sem o transporte público coletivo as cidades não se movem com equidade e qualidade de vida, o Brasil se arrasta e insiste na lógica perversa de jogar a sobrecarga do financiamento da tarifa sobre a população. E quando falamos população significa, principalmente, os mais pobres, aqueles que não têm direito à gratuidade total ou parcial e pagam a chamada passagem cheia. Em algumas cidades da Europa, os subsídios chegam a atingir níveis superiores a 50% da receita. Em menor proporção, em algumas cidades da América Latina também. No Brasil, o cenário é diferente. Com exceção de São Paulo e Brasília, que estão subsidiando seus sistemas de transporte em 35% e 50%, respectivamente, o investimento é quase ínfimo. Depois da chegada do BRT e com o início dos contratos regidos por concessões, há quatro anos e meio, o governo de Pernambuco se viu forçado a subsidiar alguns itens da planilha tarifária, mesmo que indiretamente. Em 2018 foram R$ 253,5 milhões, gastos com a concessão, gestão, fiscalização, terminais integrados, estações de BRT, linhas alimentadoras, passe livre estudantil e ICMS do óleo diesel e dos ônibus novos.

É um tema difícil porque, enquanto o poder público, em suas mais diferentes esferas, não entender que o transporte público coletivo precisa de um fundo de recursos que permita ele se transformar numa melhor opção ou, ao menos, algo próximo do equivalente ao automóvel, nada mudará. A classe média só deixará o carro quando houver outro transporte mais vantajoso para ser usado. E pelas mais variadas razões. Mas a rapidez das viagens, o conforto e a confiabilidade serão sempre fatores decisivos. Há o percentual de lucro do setor empresarial, sempre polêmico e alvo de constantes questionamentos, mas não se iludam: nenhum empresário vai operar um sistema de transporte público sem ter lucro. Acreditar nisso é pura demagogia. Até porque, quem define e rege os percentuais de lucro e de risco do negócio é o poder público. Na maioria do Brasil, as prefeituras. No caso de Pernambuco, o Estado, porque nosso sistema de transporte é metropolitano. Por tudo isso é preciso buscar fontes de recursos certas para o transporte público coletivo brasileiro.
Foto: Guga Matos/JC Imagem
“Não existe até hoje no País uma política nacional para a mobilidade urbana. Não estamos falando apenas de transporte público porque hoje o tema é muito mais amplo. O financiamento é o grande problema do setor. Hoje nós temos uma tarifa política que sobrecarrega o passageiro. É ele quem paga por tudo. Não é à toa que o transporte por ônibus, por exemplo, amarga perdas históricas. São 25,04% de queda de demanda acumulada nos últimos 25 anos. Não temos investimentos, embora existam soluções baratas que têm resultados significativos, como é o caso das faixas exclusivas. Temos cidades que adotaram que tiveram mais de 50% de ganho de velocidade comercial. Repetimos que transporte público de qualidade custa caro e alguém precisa pagar a conta. Outro exemplo são as gratuidades, que representam 18% do custo do sistema e é bancada pelo passageiro”, alerta o presidente da Associação Nacional da Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha.
O automóvel financiando o ônibus e o metrô
Tudo ainda não passou de discussões, mas tem avançado no País o raciocínio de que é chegado o momento de se criar um fundo de financiamento do transporte público. E, o que é mais importante e polêmico: custeado pelo uso do transporte individual. Ou seja, o automóvel pagando por melhorias no transporte público, já que o primeiro dispõe de 80% do sistema viário e transporta apenas 20% da população, enquanto os ônibus dispõem da estatística ao contrário. A chamada Cide Municipal prevê a taxação da gasolina e do álcool para alimentar um fundo que ajudaria a viabilizar infraestrutura (faixas exclusivas e corredores) para o transporte coletivo nas cidades. Outra possibilidade, defendida por entidades nacionais, da sociedade civil e por técnicos, é a taxação de estacionamentos privados e públicos com o mesmo objetivo. Além disso, entre os que vivenciam o sistema de transporte é fato que as gratuidades, que representam 18% do custo dos sistemas, sejam custeadas por alguma fonte que não seja o bolso do passageiro.

fonte: Movecidade com Roberta Soares especialista em mobilidade e Transportes

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Fiscais de ônibus deflagram greve a partir de segunda


Fachada do Grande Recife Consórcio de TransporteFoto: Paullo Allmeida

Grande Recife informou que 'foi surpreendido com a notícia de que os empregados entrariam em greve'
Fiscais de ônibus funcionários do setor administrativo do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano deflagraram estado de greve em assembleia realizada nessa quarta-feira (13). 

De acordo com a secretária-geral do Sindicato dos Servidores Públicos e Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe) e da Associação dos Empregados do Grande Recife Consórcio (Assecon), Ceci Feitosa, os servidores irão paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (18).


“Somos uma empresa pública e estamos há dois anos sem reajuste salarial. A conversa com a empresa já dura mais de 700 dias. Não tem mais acordo, já fizemos tudo”, ressaltou a secretária-geral. Cerca de 267 funcionários fazem parte do quadro do Grande Recife Consórcio. Eles cobram os reajustes de 2,45% em 2017 e de 4,19% em 2018.


Os usuários de coletivos devem ser afetados pela falta de fiscais nos terminais e pontos de ônibus. “Se os fiscais não trabalharem, os empresários vão pintar e bordar, vão colocar os ônibus na hora que quiserem. No quadro administrativo ficamos sem os operadores”, acrescentou Ceci. 

O sindicato prevê organizar as estratégias da greve na próxima semana. Os servidores devem se reunir na frente do Grande Recife Consórcio, no bairro de São José, na área central do Recife, na segunda-feira, a partir das 7h.

Em nota, o Grande Recife Consórcio informou que foi surpreendido com a notícia. "O Consórcio estranha a decisão, visto que, durante audiência no Ministério Público, a qual o Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado estava presente, ficou acordado que o Grande Recife definiria uma nova data de reunião para discussão e construção de propostas", disse o texto.


fonte> GRCT 
Matéria : Folha pe

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

CARNAVAL COMEÇA A SE VESTIR E O RECIFE A SUA MOBILIDADE VAI SE MOLDANDO


Montagem de arquibancadas muda itinerário de ônibus na Av. N. Srª. do Carmo


A Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Recife, será interditada a partir deste sábado (16), para a instalação das arquibancadas do Carnaval 2019. A via, que durante a Folia de Momo se torna um grande corredor para o desfile de agremiações, será fechada no sentido Avenida Martins de Barros/Avenida Dantas Barreto. Por isso, o Grande Recife modifica o itinerário de cinco linhas e desativa temporariamente três paradas de ônibus.

Com a interdição de parte da Avenida Nossa Senhora do Carmo, serão desativadas as paradas de nº 180231, que atende a linha 013 – Jardim Beira Rio (Pina); nº 180235, que atende a linha 200 – Jaboatão (Parador) e nº 180236, que atende as linhas 031 – Shopping Center (Terminal Residencial Boa Viagem), 033 – Aeroporto e 062 – Jardim Piedade.

Estes mesmos ônibus terão seus itinerários modificados e, até o fim do Carnaval, quando a via for liberada, circulam com os seguintes desvios:

013 – Jardim Beira Rio (Pina)

Terminal de Passageiros Santa Rita (terminal provisório), Avenida Martins de Barros, Rua Siqueira Campos, Avenida Dantas Barreto (pista leste), Avenida Dantas Barreto (pista oeste), Avenida Dantas Barreto (parada provisória em frente à Igreja do Carmo), Rua de São João, Rua da Concórdia...

031 – Shopping Recife (Terminal Residencial Boa Viagem)
033 – Aeroporto
062 – Jardim Piedade
200 – Jaboatão (Parador)

...Cais de Santa Rita, Terminal de Passageiros Santa Rita, Avenida Martins de Barros, Rua Siqueira Campos, Avenida Dantas Barreto (pista leste), Avenida Dantas Barreto (pista oeste), Avenida Dantas Barreto (parada provisória em frente à Igreja do Carmo)...

Todas estas linhas terão como opções para embarque e desembarque do usuário o Terminal de Santa Rita ou a parada provisória que será instalada na Avenida Dantas Barreto, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp para reclamações, (99488.3999).
Montagem de arquibancadas muda itinerário de ônibus na Av. N. Srª. do Carmo


A Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Recife, será interditada a partir deste domingo (17), para a instalação das arquibancadas do Carnaval 2019. A via, que durante a Folia de Momo se torna um grande corredor para o desfile de agremiações, será fechada no sentido Avenida Martins de Barros/Avenida Dantas Barreto. Por isso, o Grande Recife modifica o itinerário de cinco linhas e desativa temporariamente três paradas de ônibus.

Com a interdição de parte da Avenida Nossa Senhora do Carmo, serão desativadas as paradas de nº 180231, que atende a linha 013 – Jardim Beira Rio (Pina); nº 180235, que atende a linha 200 – Jaboatão (Parador) e nº 180236, que atende as linhas 031 – Shopping Center (Terminal Residencial Boa Viagem), 033 – Aeroporto e 062 – Jardim Piedade.

Estes mesmos ônibus terão seus itinerários modificados e, até o fim do Carnaval, quando a via for liberada, circulam com os seguintes desvios:

013 – Jardim Beira Rio (Pina)

Terminal de Passageiros Santa Rita (terminal provisório), Avenida Martins de Barros, Rua Siqueira Campos, Avenida Dantas Barreto (pista leste), Avenida Dantas Barreto (pista oeste), Avenida Dantas Barreto (parada provisória em frente à Igreja do Carmo), Rua de São João, Rua da Concórdia...

031 – Shopping Recife (Terminal Residencial Boa Viagem)
033 – Aeroporto
062 – Jardim Piedade
200 – Jaboatão (Parador)

...Cais de Santa Rita, Terminal de Passageiros Santa Rita, Avenida Martins de Barros, Rua Siqueira Campos, Avenida Dantas Barreto (pista leste), Avenida Dantas Barreto (pista oeste), Avenida Dantas Barreto (parada provisória em frente à Igreja do Carmo)...

Todas estas linhas terão como opções para embarque e desembarque do usuário o Terminal de Santa Rita ou a parada provisória que será instalada na Avenida Dantas Barreto, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp para reclamações, (99488.3999).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

MAIS UMA QUEDA DE BRAÇO VENCIDA PELA FLTP-PE

Um conselho sem credibilidade

Publicado por Roberta Soares do Blog de Olho no trânsito especialista em mobilidade e transportes.
Fotos: Filipe Jordão/JC Imagem

É difícil discordar da percepção popular, política e técnica de que o governo do Estado não está preocupado em discutir melhorias reais para o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP). E que se reúne quase que exclusivamente apenas para aprovar o aumento das passagens. Não estamos aqui afirmando que as mudanças não acontecem, nem que não haja a intenção de executá-las, mas que o gestor do sistema não gosta de discuti-las no fórum adequado. O adiamento, no início da manhã desta terça-feira (12/2) da reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), colegiado que tem autoridade para aprovar ou não as principais mudanças do setor, deu um recado claro: ela aconteceria apenas para aprovar o reajuste tarifário. E com certeza, como a expectativa nos bastidores confirmava, seria o percentual de 7,07% defendido pelo próprio governo do Estado.
Ninguém do Estado concedeu entrevista sobre as razões do adiamento. Em nota oficial, é dito: “A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) informa que, em consideração à decisão judicial que suspende a eficácia de uma eventual deliberação sobre a revisão das tarifas, a reunião extraordinária do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), marcada para hoje (12), foi suspensa. A nova data será agendada em momento oportuno”. Ou seja, não restam dúvidas de que ela aconteceria apenas para validar um aumento, que não seria o proposto pelos empresários de ônibus, de R$ 16,18%. A reunião foi adiada, mais uma vez, por decisão do juiz Djalma Andrelino, da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital, numa decisão cautelar dentro da ação civil pública movida pela Articulação Recife pelo Transporte, que reúne entidades da sociedade civil como a Frente de Luta Pelo Transporte Público (FLTP) e o Centro Popular De Direitos Humanos (CPDH).
O funcionamento equivocado do CSTM é lamentável para o sistema de transporte público. Perdem todos: gestores, operadores e, mais do que qualquer um, passageiros. O colegiado foi criado para ser muito mais do que um validador dos aumentos da tarifa pré-definidos anteriormente pelo governo – quem acompanha o setor sabe como a votação é feita. Não é à toa que há muitos anos passou a ser fechada, sem acesso da imprensa. Antes, os jornalistas acompanhavam todo o processo. Muita gente não sabe, mas o CSTM deveria se reunir a cada dois meses (antes, era mensalmente), o que nunca aconteceu. Por muitos anos, inclusive, era uma única reunião por ano, exatamente a que definiria o reajuste. A reportagem aguarda dados oficiais do governo com a relação de reuniões realizadas e as pautas discutidas nos últimos cinco anos. Em 2018, por exemplo, foram apenas três encontros.
Deveria discutir melhorias, cobrar mudanças e rever erros da operação. Para se ter ideia: a criação de linhas ou a eliminação delas só precisam ser validadas pelo conselho. A obrigatoriedade de refrigeração nos ônibus é outro exemplo. Ou seja, para o bem e para o mal, o sistema de transporte precisa da aprovação do CSTM. E ele se reúne uma ou três vezes no ano? Como pode?
Confira AQUI como deveria funcionar o CSTM

A composição do conselho é outro aspecto questionável, que embasou, ente outras informações, a ação civil pública movida na Justiça por entidades da sociedade civil e que resultou no cancelamento, pela segunda vez, da reunião do CSTM que validaria o aumento das passagens. São 24 conselheiros presididos por quem estiver sentado no comanda da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), antes chamada Secretária das Cidades. Atualmente quem preside o CSTM é o secretário Marcelo Bruto, responsável pelo cancelamento do encontro. A composição é a seguinte: Governo do Estado (6 representantes), Prefeitura do Recife (1), Prefeitura de Olinda (1), Assembleia Legislativa (1), Câmara de Vereadores do Recife (1), Câmara de Vereadores de Olinda (1), empresários de ônibus (1), Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU (1), Sindicato dos Rodoviários (1), Sindicato do Transporte Complementar do Recife (1), usuários do sistema (4), estudantes (2), pessoas com deficiência (1) e idosos (1). Ou seja, uma composição com mais representatividade do poder público e que historicamente fecha com o governo do Estado.
Confira AQUI a composição atual do CSTM
ENTENDA O PROCESSO
Uma coisa é certa: se a reunião do CSTM acontecer, o aumento sairá. É fato. Para sorte dos passageiros, a expectativa é de que predomine o reajuste de 7,07% defendido pelo governo do Estado, gestor do sistema de transporte. Sendo oficializado, o anel A passará de R$ 3,20 para R$ 3,45; o anel B de R$ 4,40 para R$ 4,70, e o anel G (pouco utilizado) de R$ 2,10 para R$ 2,25. Pela proposta do governo, o anel D seria extinto e as quatro linhas que hoje o utilizam passariam a integrar o anel A. </DC>Nos bastidores é praticamente certo que a proposta dos empresários de ônibus não deverá passar para felicidade dos 1,8 milhão de passageiros que utilizam o sistema diariamente. O setor, representado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), defende uma majoração de 16,18% nas tarifas. Caso fosse aprovada, a passagem do anel A subiria para R$ 3,70, do anel B iria para R$ 5,10, o anel D (hoje de R$ 4,35) chegaria a R$ 4 e o anel G passaria para R$ 2,45.
Os movimentos defendem a redução da passagem para R$ 2,90 (redução para R$ 2,70 que, com o IPCA de 2017 e 2018, subiria para R$ 2,88), de acordo com os valores do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2015 a 2018, e tendo como base o Manual de Operação do sistema, que condiciona o aumento ao imposto. Segundo a articulação, os três últimos aumentos das passagens foram acima do IPCA e faltam documentos que comprovem o desequilíbrio econômico-financeiro do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR). Outro argumento levantado leva em consideração a Nota Técnica para Recomposição Tarifária de 2019 apresentada pelo Grande Recife, que, segundo a Articulação, não leva em consideração as receitas provenientes de publicidade nos ônibus e comércio dentro dos terminais, além de apresentar argumentos que não justifiquem o aumento, como por exemplo, a redução de passageiros e o aumento da frota. O último ponto apresentado são as eleições para conselheiros da Sociedade Civil do CSTM.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

LICITAÇÃO INTERMUNICIPAL CANCELADA PELA JUSTIÇA


TCE anula licitação do sistema de transporte intermunicipal de passageiros.


Do blog de Olho no trânsito
Escrito por Roberta Soares







Fotos: Guga Matos/Arquivo JC Imagem

As pessoas que precisam do sistema de transporte público no interior de Pernambuco vão continuar enfrentando as mesmas dificuldades com a pouca oferta, baixa qualidade e a invasão dos clandestinos por mais um bom tempo. Isso porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu pela definitiva anulação da licitação do Sistema de Transporte de Passageiros Intermunicipal, realizada ainda em 2014 pelo governo de Pernambuco através da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI). Em votação na tarde desta quarta-feira, o Pleno do tribunal decidiu, por quatro votos a favor e dois contra, recomendar que o processo seja interrompido e refeito pelo Estado.

ENTENDA O ASSUNTO
Longa espera pela licitação do transporte intermunicipal em Pernambuco
Justiça suspende licitação do transporte intermunicipal de Pernambuco

Os conselheiros votaram o recurso da Empresa João Tude Transportes e Turismo LTDA – Jotude, que ficou de fora da licitação, apresentado após o resultado da auditoria especial realizada pelo tribunal, julgada regular com ressalvas ainda no início de 2017. Na votação do recurso, a escolha pela anulação de todo o trâmite, inclusive dos contratos firmados com os futuros operadores, predominou. E mais uma vez foi embasada numa auditoria minuciosa realizada pela Coordenadoria de Controle Externo do TCE, que afirmava, em resumo, que a concorrência pública que o Estado tinha homologado em 2014, via a recém-criada EPTI, era uma das maiores inconsequências jurídicas que o governo poderia assumir.


O relatório definia o processo licitatório como viciado e, por isso, sugeria a anulação dos três contratos firmados entre a EPTI e os vencedores dos três lotes. A operação de transporte em todo o interior de Pernambuco passaria de 14 para apenas três operadores: Consórcio Progresso/Logo, esta última uma nova empresa que faz parte do grupo econômico da Caruaruense, que não participou da licitação; o Consórcio 1002/Rodotur, e a Rodoviária Borborema.



No relatório final da auditoria especial produzida pelo TCE e que gerou toda a disputa judicial, o auditor Fernando Rolim afirma que os vícios no processo são tantos que impediram a competitividade e contaminaram todo o processo. Também critica o fato de a EPTI ter ignorado as alterações recomendadas pelo Tribunal ainda na época do lançamento do primeiro edital. Foram inúmeras recomendações para dar legalidade ao processo, simplesmente ignoradas pela gestão da EPTI na época.



“Meu voto foi pela anulação de toda a licitação pública. O processo tem falhas e as principais podem ser resumidas em três pontos. A modelagem levou à mitigação da competitividade e sabemos que ela é princípio que deve ser preservado nas licitações. O processo pecou nesse aspecto. Os estudos de viabilidade econômica da operação também não vieram com consistência, não convenceram. E por fim, a modelagem apresentou despesas superestimadas e receitas subdimensionadas. Ou seja, do jeito que estava, o novo sistema intermunicipal poderia custar muito caro e, no futuro, exigir um aumento da tarifa que a população do interior não suportaria”, afirmou o conselheiro Dirceu Rodolfo de Melo.

O maior prejudicado pela indefinição continua sendo o homem do interior, sem direito a nada ou, no máximo, a muito pouco, quando o assunto é mobilidade. No interior de Pernambuco, assim como na grande maioria dos interiores do Brasil, não ter como se deslocar é via de regra. É carimbo de nascimento. Depender do transporte coletivo é ser um excluído. A licitação do sistema, executada da forma correta, poderia mudar essa realidade, ampliar e qualificar a oferta. Por isso a urgência pelo fim da longa espera.

A reportagem procurou o governo do Estado para comentar a decisão, mas ainda não teve retorno.



Editado:Blog GRMPE por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes de ônibus.






ATENÇÃO CURADO MUDANÇAS DE INTINRARIOS


Bloco de Carnaval muda o itinerário da linha 303 – Curado II/Caxangá (BR-232)


O desfile do bloco “Só vai quem é... Folião” interdita a Rua Terra Grande, no trecho entre a Estrada do Barbalho e a Rua Antônio de Oliveira, em frente à sede do Detran, na Ipuntiga. A via fica fechada das 17h às 23h, deste sábado (09), período em que o Grande Recife muda o itinerário da linha 303 – Curado II/Caxangá (BR-232), que passa pela localidade no sentido ponto de retorno/terminal. Confira, abaixo, o desvio:

...pista local da Rodovia BR-101, Avenida Maurício de Nassau, Estrada do Barbalho, Avenida Caxangá...

Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp para reclamações, (99488.3999).
Fonte: GRCT via e-mail

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Linhas de ônibus mudam o ponto de parada na Avenida Guararapes

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foto: arquivo blog pesquisada na web


Algumas linhas de ônibus, que têm parada na Rua Primeiro de Março próximo à Praça da Independência, serão distribuídas entre pontos de embarque e desembarque de passageiros na Avenida Guararapes. A ação que inicia nesta quinta-feira (07), a partir das 09h, tem por objetivo melhorar o atendimento ao usuário e dar mais fluidez ao trânsito da região.

Com a mudança, as linhas 713 – Bomba do Hemetério717 – José Amarino dos Reis721 – Água Fria722 – Campina do Barreto723 – Cajueiro e 724 – Chão de Estrelas deixam de atender a parada de nº 180290 localizada na Rua Primeiro de Março, antes do cruzamento com a Avenida Dantas Barreto. Já a linha 860 – TI Xambá (Príncipe) deixa de atender a parada nº 180292 localizada na Avenida Guararapes, em frente ao Edifício Santo Albino, pois o ponto será removido.

A partir desta quinta-feira (07), os usuários passam a embarcar ou desembarcar nestas linhas na Avenida Guararapes da seguinte forma:

A parada de nº 180293, que fica em frente à financeira Help, atendia somente a linha 711 – Alto do Pascoal, passa a atender os ônibus da 722 – Campina do Barreto, 723 – Cajueiro, 724 – Chão de Estrelas e 860 – TI Xambá (Príncipe).

Já a parada de nº 180294, localizada em frente à antiga agência do Banco do Brasil e que atende as linhas 712 – Alto Santa Terezinha e 726 – Alto Santa Terezinha (Conde da Boa Vista), passa a atender também os ônibus da 711 – Alto do Pascoal, 713 – Bomba do Hemetério, 717 – José Amarino dos Reis e 721 – Água Fria.

Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp para reclamações, (99488.3999).

INSEGURANÇA Grande Recife tem seis ônibus assaltados nas últimas 24 horas

Grande Recife tem seis ônibus assaltados nas últimas 24 horas
No mês de fevereiro, foram 35 investidas contra ônibus até agora - Foto: Foto: JC Imagem

Já são 216 investidas contra ônibus no ano de 2019

A Região Metropolitana do Recife  registrou seis assaltos a ônibus nas últimas 24 horas, sendo dois deles contra coletivos do segmento BRT. As informações são da Editoria de Polícia da Rádio Jornal em parceria com o Sindicato dos Rodoviários. 
No mês de fevereiro, foram 35 investidas contra coletivos.  Do dia 1º de janeiro até agora, já são 216 assaltos no Grande Recife.

Confira as linhas, com o horário e o local, que foram alvos de assaltantes nas últimas 24h:

12h20: Alto Santa Isabel - Av. Agamenon Magalhães
16h10: BRT Pelópidas Silveira/PCR - Salgadinho
14h20: Tancredo Neves/Macaxeira - Hospital da Mulher
10h40: BRT Abreu e Lima/PCR - PE-15
20h35: TI Xambá/Príncipe - Av. Luiz Correia de Brito
21h40: Vila Cardeal e Silva - Av. Sul
fonte: Radio jornal

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

CADE MEU DINHEIRO FUI USAR E NÃO ESTAVA LÁ E AGORA ...VOU PAGAR POR MAIS COISAS NO SISTEMA ONDE NÃO SE TEM RETORNO



CADERNO BLOG -TRANSPORTE

Você sabe qual o destino dos créditos expirados do cartão VEM?

São arrecadados R$2,6 milhões por mês pelos créditos expirados; movimentos cobram transparência na gestão do dinheiro

Brasil de Fato | Blogueiro Jailson Silva - Edição da Matéra no blog
De acordo com a Assessoria de Imprensa do Grande Recife Consórcios, são arrecadados, por mês, R$2,6 milhões a partir dos créditos expirados / Marcos Barbosa

Para onde vão os créditos expirados do “cartão VEM”? Se você anda de ônibus no Recife, com certeza já se fez essa pergunta. O Vale Eletrônico Metropolitano, ou simplesmente VEM, é um sistema de bilhetagem eletrônica utilizado pelos usuários do transporte público, que consiste em um cartão recarregável. Existem várias modalidades do VEM, as mais populares são VEM estudante, VEM Trabalhador e VEM Comum. 

O sistema VEM funciona da seguinte maneira: o usuário adquire o cartão e passa a recarregá-lo, pagando antecipadamente pelos créditos que precisa para realizar suas viagens. Por exemplo, se você é usuário do VEM Comum e vai fazer quatro viagens de ônibus em linhas do Anel A (cada trajeto custa R$3,20), você precisará ter no mínimo R$12,80 em créditos no seu VEM para poder fazer seu roteiro. 

No entanto, o que poderia ser uma alternativa prática para quem usa o transporte público no cotidiano, muitas vezes acaba dando certa dor de cabeça. Isso porque ficou estabelecido pela Lei nº 15.190, de 12 de dezembro de 2013, no seu artigo 17, que os créditos oriundos das vendas antecipadas de bilhetes, tanto do VEM Estudante, como do VEM Comum e do VEM Trabalhador, ou de qualquer outro tipo, passariam a ter validade de 180 dias corridos. 

Ou seja, desde 2014, os créditos inseridos no cartão VEM passaram a expirar após seis meses. A princípio isso pode parecer tempo suficiente para uso dos créditos, mas não é bem assim. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Grande Recife Consórcios, são arrecadados, por mês, R$2,6 milhões a partir dos créditos expirados, o que representa mais de R$30 milhões por ano. Ainda de acordo com o Grande Recife, “os recursos dos créditos expirados do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) são destinados à manutenção dos 26 Terminais Integrados do Recife e Região Metropolitana, além das 42 estações de BRT Via Livre”. 

Para Erika Santos, da Articulação Recife pelo Transporte e do Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), o que se tem nesse caso é uma apropriação indevida desses créditos pelo Sistema de Transporte Públicos de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STM), principalmente porque não se tem uma prestação de contas das empresas, nem sequer a apresentação de uma planilha analítica que comprove que os milhões de reais em créditos expirados realmente são convertidos em manutenção e investimento no sistema de transporte público. “Eles não justificam o que fazem com esse montante que fica de crédito expirado do VEM e a gente não tem como resgatar esses créditos. A comprovação técnica deles é bem precária”, afirma.

Erika chama atenção que, quando o crédito expira, o usuário já vai ter pago pelo serviço, mas seu direito é tirado. “Então, basicamente, você está perdendo dinheiro. Para o VEM trabalhador, isso é descontado em folha. Você vai estar tendo uma porcentagem descontada do seu salário à qual você não vai ter acesso. O que a gente pede é que os créditos não sejam expirados, tem que acabar com esse prazo”, reforça. 
Repasse para CBTU

Outro problema levantado por Erika na administração dos créditos expirados está na ausência de repasse de parte da verba para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), recurso ao qual a empresa de metrôs tem direito porque diz respeito aos usuários que chegam nas plataformas de trem através dos Terminais Integrados (TIs) com os ônibus, utilizando o cartão VEM. “Os recursos que dizem respeito aos usuários que entram pelos terminais integrados para utilizar as plataformas de trem mediante VEM é direito da CBTU. Mas, esse repasse não vem ocorrendo e essa transferência é intermediada pela Grande Recife”, completa.

A CBTU é a empresa pública responsável pelos metrôs da Região Metropolitana do Recife, que atende a cinco municípios: Recife, Jaboatão, São Lourenço da Mata, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho. A empresa cobre mais de 2,5 milhões de pessoas e transporta aproximadamente 63,5 milhões de passageiros por ano. 





FONTE: GRCT - EDITADO PELO BLOGUEIRO JAÍLSON SILVA ESPECIALISTA EM MOBILIDADE E TRANSPORTES

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Reunião de reajuste de passagens pode ser novamente adiada

Em reunião com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, representantes da sociedade civil pediram adiamento da discussão
JC Online


Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente
Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
As tarifas das passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) voltaram a ser discutidas e a reunião para definição do reajuste, marcada para o dia 12 deste mês, pode ser novamente adiada. Na tarde desta sexta-feira (1º), representantes da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco (FLTP) se reuniram com o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação e presidente do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), Marcelo Bruto, para apresentar as reivindicações da sociedade civil, incluindo a proposta de redução da passagem de R$ 3,20 para R$ 2,70, a adesão da tarifa única e transparência de custos.
Durante o encontro, os representantes da FLTP Pedro Josephi e Márcio Morais, que também são conselheiros do CSTM, pediram o adiamento da reunião de discussão do reajuste alegando falta de documentos que comprovem a necessidade do aumento. “Não ficou claro se o reajuste é da tarifa, que é preço final pago pelo consumidor, ou do Preço de Remuneração ao Operador (PRO), que é o custo do serviço. Se for a segunda opção, precisam disponibilizar documentos que comprovem a necessidade do aumento das passagens. Mas, se o aumento for na tarifa final, não aceitaremos, já que os reajustes devem seguir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e, segundo ele, a passagem deveria estar custando R$ 2,70”, explica Pedro.

Outro ponto citado pelos representantes foi que, caso o aumento seja nas despesas do serviço, as mesmas podem ser custeadas de outras formas, não apenas com as passagens. Um das sugestões do grupo é que, para fechar a conta, seja usado os valores bloqueados do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM). “Por ano, são milhões de reais bloqueados. Esse valor poderia ser utilizado para arcar com esse aumento sem que o reajuste chegasse ao consumidor”, pontua. Os créditos do VEM são retidos após seis meses da recarga.
Também discutida a atualização da composição do Conselho, onde apenas oito dos 25 conselheiros são representantes da sociedade civil, a implementação completa do Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop) e a criação de um cronograma de implementação da tarifa única, promessa do governador Paulo Câmara em seu primeiro mandato, e a integração temporal.

No último dia 24, a FLTP e a Articulação Recife Pelo Transporte conseguiram, junto à Justiça, cancelar a discussão que determinaria o reajuste das passagens, marcada para o dia seguinte, 25 de janeiro.
Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente. Questionada sobre o que foi discutido e acatado na reunião, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação não se pronunciou.

Prêmio lata de sardinha

Paralelamente à reunião, membros dos dois grupos realizaram um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Contestando o posicionamento do governador Paulo Câmara, manifestantes usaram um carro de som para chamar atenção do público que chegava para a posse dos novos deputados estaduais, que acontecia no mesmo local. O grupo levou latas de sardinhas para serem entregues ao governador.
“Viemos aqui entregar a Paulo Câmara o Prêmio Lata de Sardinha, que é como nós, usuários do transporte público, nos sentimos dentro dos ônibus e metrôs lotados. Ele precisa ter responsabilidade fiscal com o dinheiro público e social, com o povo pernambucano. Também estamos aqui para pedir à nova legislatura que seja criada na Casa uma frente ampla em defesa do transporte público”, registrou Raisa Rabelo, coordenadora da FLTP.