segunda-feira, 4 de junho de 2012
Corredores exclusivos para ônibus: Uma ideia que nem sempre dá certo
Publicado em 04.06.2012, às 15h34
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Na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, taxistas desrespeitam a faixa exclusiva para ônibus
Foto: Thiale Guimarães
Thiale Guimarães
Do JC Trânsito
A Avenida Caxangá, localizada na Zona Oeste do Recife, é conhecida pelo seu corredor de ônibus, que prioriza o transporte público e facilita a circulação na via. Motoristas dos coletivos seguem por uma faixa exclusiva central, tendo a possibilidade de, na parada de ônibus, ultrapassar um veículo que esteja esperando o embarque ou desembarque de passageiros.
Por funcionar na Avenida Caxangá, a ideia de paradas de ônibus em sistema de plataformas no canteiro central foi implantada em outras avenidas do Grande Recife. O desempenho, no entanto, está longe de ser o esperado.
A Avenida Conde da Boa Vista, Centro do Recife, é um exemplo de não é em toda via que se pode implantar um corredor exclusivo de ônibus. Com as plataformas de embarque de passageiros na parte central da via, mais as duas faixas para os ônibus (uma para o embarque de passageiros e outra para ultrapassagem), sobrou apenas uma faixa para o restante do fluxo. “Simplesmente não há espaço. Se quebra um carro, ninguém pode passar” comenta José Paulo, vendedor ambulante que trabalha nas paradas de ônibus “já vi muita confusão aqui por falta de espaço. Carro que para passageiro descer, loja recebendo mercadoria, morador fazendo mudança. É impossível com uma faixa, mesmo se for só uma moto parada, não dá para os carros ultrapassarem. Fica um caos.”
O pior exemplo, no entanto, é a Avenida Presidente Kennedy, Olinda. A avenida é estreita e cheia de curvas. Para a implantação do corredor de ônibus, foram desapropriados vários imóveis, ainda assim, a faixa destinada para o tráfego de veículos particulares é apertada. Caminhões, por exemplo, não passam. Algumas plataformas de embarque foram construídas perto de curvas, espremendo ainda mais os carros oferecendo risco aos pedestres, que ficam sem opções para atravessar a avenida.
O fluxo é uma completa desordem. Carros disputam com os ônibus a via exclusiva. “Os motoristas passam por qualquer faixa, não importa se é proibido ou não” alega Carlos André, taxista “é muito perigoso, principalmente para quem está de moto. Ontem mesmo vi um motoqueiro ser atingido por um carro que vinha pela exclusiva (de ônibus)”, completa.
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