sexta-feira, 26 de maio de 2017

Por BRT, Estado desapropria áreas Decreto tornou de uso público quatro pontos em avenida comercial de Camaragibe, que passarão a abrigar estações de ônibus

Pontos de embarque e desembarque ficarão nas calçadas da via, e não no meio da pista, como é típico dos sistemas BRT
Pontos de embarque e desembarque ficarão nas calçadas da via, e não no meio da pista, como é típico dos sistemas BRTFoto: Arthur de Souza


O governador Paulo Câmara assinou um decreto, publicado ontem no Diário Oficial, declarando quatro áreas situadas na avenida Belmínio Correia, em Camaragibe, no Grande Recife, como de utilidade pública e sujeitas à desapropriação. O objetivo é permitir a implantação de quatro estações de Bus Rapid Transit (BRT) na via, obra que deveria ter acabado em 2014, mas que sequer foi iniciada devido a impasses na retirada dos imóveis. A medida é parte dos esforços do Executivo para concluir equipamentos do Corredor Leste-Oeste. Dessa lista também fazem parte seis estações de BRT na avenida Conde da Boa Vista, na Capital, que, como a Folha de Pernambuco mostrou na semana passada, devem ser finalizadas até outubro por meio de uma cooperação técnica entre a Secretaria das Cidades (Secid), o Grande Recife Consórcio de Transporte e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE).

Assim como na Conde da Boa Vista, ônibus de duas linhas de BRT não param para embarque de passageiros em Camaragibe, mesmo trafegando por quase toda a avenida Belmínio Correia até o terminal integrado (TI) da cidade, no bairro do Timbi. 

Essa limitação ocorre justamente porque as estações apropriadas para o modal nunca foram erguidas. O projeto mudou várias vezes. Inicialmente, previa cinco estações no centro da via, como as que funcionam na avenida Caxangá. Em 2013, a ideia já era outra: a de que três das cinco ficariam nas calçadas, e não mais no meio da pista. 

Conforme representantes da Secid disseram na época, o temor era o de repetir os mesmos equívocos observados na avenida Presidente Kennedy, em Olinda, que teve paradas de ônibus transferidas para o centro da via e passou a ser alvo de críticas pelas dificuldades de circulação que foram geradas. Em Camaragibe, a necessidade inicial de desapropriar 86 imóveis, a maioria comerciais, também impediu que as obras fossem à frente.

Por fim, o projeto que será executado agora prevê que as quatro estações fiquem nas margens da avenida, duas em cada sentido. Considerando as áreas a serem desapropriadas, os equipamentos serão implantados entre os cruzamentos da Belmínio Correia com as ruas Marcelo Corrêa de Araújo e Teixeira Soares, na altura da prefeitura; e com as ruas João Alves de Barros e Bruno Coelho de Albuquerque, em frente à maternidade. Os pontos têm só 400 metros de distância entre si. Não atendem o trecho inicial da via, na intersecção com a Estrada de Aldeia. Caberá à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) promover as desapropriações “de forma amigável ou judicial”, diz o decreto. Não há prazo para a execução dos serviços.

A população local vê com desconfiança a novidade, sobretudo diante de desapropriações feitas em troca de nada perto dali, no chamado Ramal da Copa. Imóveis foram retirados para dar lugar a uma via entre o centro de Camaragibe e a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. O projeto também ficou incompleto.

“A esperança é que, agora, essas estações sejam realmente construídas. Sem elas, o BRT não para aqui. Tem gente que tem que caminhar muito para conseguir subir ou descer no transporte nesta avenida principal”, relatou o passageiro Kenedy Jonathan, 17.


fonte> Folha Pe

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