RECIFE
Moradores do Coque conversam com governo para impedir demolições
Após reunião, comunidade poderá opinar sobre projeto de construção de novo acesso ao terminal de ônibus no local
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Os moradores da comunidade do Coque reuniram-se, na noite desta sexta (30), com representantes do governo do Estado para discutir o projeto de ampliação das vias de acesso ao terminal de ônibus de Joana Bezerra e desapropriação de casas. O encontro, realizado na sede provisória do governo, no Centro de Convenções, contou com a participação de dez pessoas da comunidade e dos secretários Tadeu Alencar (Casa Civil), Danilo Cabral (Cidades), Aluísio Lessa (Articulação Social) e do procurador-geral do Estado, Thiago Norões.
De acordo com o representante do Movimento Coque Resiste, Chico Ludermir, os moradores conseguiram a suspensão dos processos de indenizações até que o projeto fosse analisado pela população. “Não tivemos acesso ao projeto, queríamos conhecer o planejamento do governo para poder apresentar uma contraproposta”, disse.
“Entendemos que o projeto fere o direito à moradia dos cidadãos. Além disso, o Coque é uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis), onde a moradia deve ser priorizada”, acrescentou. Ainda segundo Ludermir, o Estado tem negociado o valor das casas bem abaixo do mercado, oferecendo entre R$ 20 mil e R$ 35 mil. Pelo projeto do governo, 58 moradias serão total ou parcialmente demolidas.
Os moradores têm 15 dias para apresentar uma contraproposta ao projeto. Duas arquitetas participaram do encontro de ontem para dar o aval técnico aos moradores. “Contamos com a ajuda da sociedade civil, que pode nos ajudar nisso. O tempo é muito curto, vamos apresentar apenas uma proposta, não um projeto completo”, disse Ludermir. Um novo encontro entre os moradores e o governo está marcado para o dia 16 de setembro.
“Seria bom, também, que os órgãos e entidades que estão previstas para se instalarem no polo jurídico do bairro de Joana Bezerra se posicionassem quanto à construção dos prédios. As áreas podem ser usadas, por exemplo, para a construção de habitacionais para a comunidade. Falta muito diálogo entre o governo e a comunidade. O Estado veio atrás dos moradores apenas para informar a desapropriação. O projeto só nos foi apresentado após insistência da comunidade”, relatou Ludermir.
A reportagem do JC entrou em contato com os representantes do governo que participaram da reunião, porém sem sucesso.
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