terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Crise pode fechar metrô aos sábados e domingos Terceirizados paralisaram os serviços, nessa segunda, por falta de salários, férias e vale-transporte.


Sistema deixaria de funcionar às 13h do sábado e voltaria apenas na segunda-feira

Sábados e domingos sem metrô na Região Metropolitana. O que parece impensável para qualquer sistema de transporte de massa pode acontecer já no próximo ano, como mais um dos efeitos da crise que assola o País. A redução do atendimento pode estar entre medidas drásticas que virão a ser tomadas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) mediante uma previsão de corte no orçamento, que pode chegar a 10%. Ainda não está claro o impacto da perda de R$ 1,6 bilhão sofrida pelo Ministério das Cidades, como anunciado na semana passada pelo Governo Federal. Enquanto isso, outros setores da empresa já vêm sendo afetados. Ontem, funcionários terceirizados paralisaram os serviços por falta de pagamento.
As mudanças no atendimento estariam sendo cogitadas para reduzir gastos. O sistema deixaria de funcionar às 13h do sábado, quando há uma média de 140 mil usuários, e durante todo o domingo, dia em que cerca de 100 mil pessoas são atendidas. Nos dias úteis, quando há o transporte de 400 mil passageiros, o serviço não seria afetado. O assunto já vem sendo tratado em reuniões com o Ministério Público Estadual. Nesta semana, o Sindicato dos Metroviários pretende alertar a população sobre a possibilidade. “Fomos a Brasília e é preocupante. O Ministério ao qual a empresa é vinculada foi um dos mais afetados e não há indicativo de reverter os efeitos disso”, diz o presidente do Sindmetro, Diogo Morais.
Os anos anteriores à Copa do Mundo foram de investimentos. Além da conclusão da Linha Sul, 15 novos trens foram adquiridos, a um custo total de R$ 196 milhões. Mas, após o mundial, houve um corte de 20%, conforme a própria CBTU. Era questão de tempo para os problemas aparecerem. A contratação de mais funcionários por meio do concurso de 2014, inclusive de profissionais de segurança, foi comprometida, além da manutenção. “Temos peças sendo aproveitadas de trens novos que estão parados”, critica Morais. “Não sabemos até onde vai chegar. Reduzindo o atendimento e com falhas constantes, o sistema pode perder importância. E como fica a demanda rodoviária, que funciona integrada?”, indaga o representante.
A presidente da Federação dos Usuários dos Transportes Públicos, Renilda Acioli, também expressa preocupação. “Sabemos da posição da superintendência no Recife, que vem perdendo recursos. É um problema a se resolver na sede, no Rio, mas o usuário não pode pagar essa conta”, declara Renilda.
Em nota, a CBTU garantiu que “não há ainda qualquer definição sobre a paralisação nos sábados e domingos em 2016”, mas que “há a previsão de corte para o orçamento” no próximo ano, o que, “caso confirmado, imporá a necessidade da adoção de medidas drásticas para possibilitar o atendimento da população”. No que tange à natureza dessas intervenções, entretanto, ainda não houve qualquer decisão tomada, conforme o órgão.
fonte: CBTU 
retirado da Folha PE com Arthur Mota/Folha de Pernambuco

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