quinta-feira, 6 de novembro de 2014

BRT - O nosso é mas que uma carroça e as VIA LIVRE uma gambiarra.

Transcarioca – um BRT de dar inveja ao pernambucano

Publicado em 06/11/2014, Às 20:19



O segundo corredor de BRT do Rio de Janeiro, o Transcarioca, é de dar inveja aos pernambucanos, não só porque ele está em operação praticamente total – com 47 estações e funcionando 24 horas -, mas porque ele possui algo que os dois corredores de BRT da Região Metropolitana do Recife não têm e que é ESSENCIAL a qualquer sistema de Bus Rapid Transit: a via exclusiva, totalmente segregada do tráfego comum.
O Transcarioca é assim. De ponta à ponta. São 39 km de corredor exclusivo, no qual em MOMENTO ALGUM o ônibus é incomodado por carros ou qualquer tipo de veículo particular. O Transcarioca liga a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, ao Aeroporto Galeão, na Ilha do Governador, cortando a Zona Norte do Rio. Passa por 27 bairros extremamente adensados e, em alguns trechos, predomina no sistema viário, ou seja, apenas a via do BRT existe. No bairro de Ramos e Olaria, por exemplo, essa prioridade dada ao sistema impressiona.
O Transcarioca entrou em operação em junho de 2014 para a Copa do Mundo e já transporta 196 mil passageiros por dia. Deverá chegar a 400 mil usuários até o segundo trimestre de 2015, superando em muito a expectativa inicial de 320 mil passageiros como demanda total. A redução do tempo de viagem também surpreendeu: já chegou a 65%. Viagens que levavam 150 minutos caíram para 50 minutos. E isso só foi possível devido ao corredor exclusivo, totalmente segregado.

transcarioca

Há ajustes a serem feitos e a receita do sistema ainda não cobre integralmente o custo da operação, mas os empresários estão cobrindo essa diferença com a criação de um fundo interno, que está bancando cerca de 10% dos custos. A criação do fundo foi um consenso no setor, que resolveu acreditar no sistema de BRT na cidade. Apostam que essa diferença será equilibrada com a entrada de todas as linhas alimentadoras no sistema – 27 das 38 previstas estão em operação.
Outra diferença grande entre o sistema de BRT do Rio de Janeiro e o de Pernambuco são as estações. A impressão é que em Pernambuco o governo do Estado se preocupou em construir estações luxuosas – as únicas do Brasil e a segunda no mundo refrigeradas -, mas esqueceu do primordial, que são as vias exclusivas. As estações do BRT carioca, tanto do corredor Transcarioca como do Transoeste, são simples, com uma estrutura de alumínio perfurada e um sistema inteligente de ventilação que permite o acúmulo do ar no teto das unidades, lançado para o interior por um sistema de exaustão. Há vidros, mas não em todas a  estação, como no Recife.
https://www.youtube.com/watch?v=SOkbwGXn57I

Os passageiros já reclamam da lotação dos BRTs nos horários de pico e mais BRTS, inclusive biarticulados, estão sendo introduzidos no sistema, mas todos são unânimes em elogiar o ganho de tempo nas viagens – resultado exclusivo do corredor segregado. E que os BRTs do Grande Recife não têm na mesma proporção nos corredores Leste-Oeste e Norte-Sul. De fato, o Transcarioca, assim como o Transoeste são de dar inveja aos pernambucanos.
O Blog De Olho no Trânsito está no Rio de Janeiro participando da 16ª Etranspor, promovida pela Fetranspor, a Federação de Transporte do Rio de Janeiro, e da 8ª Internacional Bus Conference da UITP.

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