Tainná e Danyllo pegavam o mesmo ônibus para voltar para a casaFoto: cortesia
O transporte público, como meio de locomoção coletiva, proporciona encontros diários entre pessoas que não se conhecem. Em alguns desses casos, os encontros precisam de apenas uma troca de cumprimentos para que tomem outros espaços além dos ônibus e, do encontro casual, nasce uma relação afetiva. Neste Dia dos Namorados, o JC Trânsito traz algumas histórias de pessoas que se conheceram em ônibus da Região Metropolitana do Recife e acabaram namorando, noivando e até casando.
» Ana Paula e Williame
Em 2009, a então estudante Ana Paula subiu em um ônibus que fazia a linha Piedade/Derby, onde já estava o também estudante Williame Cordeiro. Ao sentar ao lado dele, Ana Paula lembra que o rapaz começou a agir de forma estranha. "Ele estava todo nervoso e eu só pensava que havia alguma coisa errada comigo... Que eu podia estar fedendo, bagunçada. Muito tempo depois, quando já estávamos namorando, ele me disse que estava nervoso porque buscava uma forma de puxar assunto comigo", lembra. Ana Paula conta também que foi Williame quem puxou assunto com ela: "Ele viu que eu estava com a camisa do curso e puxou assunto daí, sobre vestibular".
Depois de uma conversa de cerca de 25 minutos, Williame precisava descer e os dois trocaram MSN (ela escreveu o e-mail na mão dele). Ana Paula recorda ainda que, se não fosse um pequeno detalhe, os dois não conseguiriam ter mantido o contato depois da viagem: "Quando ele chegou em casa, não conseguiu entender algumas letras do e-mail; fora que já estava apagando também. Ele me contou que nesse dia tomou banho com a mão para fora do box do banheiro, para não apagar a tinta da caneta, na esperança de tentar entender". Como Williame não conseguiu adicioná-la, Ana Paula mesmo fez isso e teve sorte porque também escreveu o e-mail dele em seu caderno. "Eu acho que isso foi obra de Deus, pois ele não costumava pegar aquele ônibus. Nós estávamos na hora certa, no lugar certo. Já estamos juntos há cinco anos".
» Jacyara e Alexsandro
Quando a secretária Jacyara Soares perdeu um ônibus da linha Catamarã num domingo de 2009, indo trabalhar, não imaginava que o aborrecimento inicial lhe renderia um casamento. "Estava chegando na parada e o ônibus saiu antes que eu conseguisse subir nele", relembra bem humorada. Aborrecida com o atraso que teria no trabalho, Jacyara começou a reclamar na parada, quando um desconhecido que vestia uma camisa do Sport pediu para que ela ficasse calma, pois logo chegaria outro.
Jacyara lembra que foi um pouco ríspida com seu futuro marido, o advogado Alexsandro Soares, de 38 anos: "Ele estava indo para o jogo; eu disse que eu ia trabalhar e ele ia era para o lazer". Na semana seguinte, os dois voltaram a se encontrar praticamente todos os dias. "A gente pegava o mesmo ônibus e ele sentava sempre do meu lado, puxando assunto". A secretária disse que evitava contato com o desconhecido: "Uma vez eu estava chegando na parada e vi que ele estava, fui para outro ponto de ônibus, mas, quando eu vi, ele subiu no mesmo coletivo".
A insistência de Alexsandro foi tanta que Jacyara acabou dando o número de seu celular. Depois de algum tempo trocando mensagens, os dois resolveram marcar um encontro. Em poucos meses, o casal iniciou o namoro, noivou e, enfim, casou. A união já dura seis anos e Jacyara garante que a paixão ainda é grande.
» Rubenita e João Ivson
Em 2012, a auxiliar administrativa Rubenita Lima voltava da faculdade para casa em um ônibus da linha Jardim São Paulo/Afogados e notou a presença de um conhecido de um dos seus amigos. "Eu olhei para ele, ele olhou para mim e, na hora de descer do ônibus, vi que ele morava no mesmo residencial que eu", relembra, salientando que, na época, ficou surpresa com o fato de os dois serem vizinhos há muitos anos e só terem se visto pela primeira vez dentro do ônibus.
Rubenita passou a conversar com o "desconhecido", que se chamava João Ivson, e os dois informaram um ao outro os perfis no Facebook. O tempo passou e, hoje em dia, os dois são casados. Rubenita está grávida de oito meses do primeiro filho do casal.
» Tainná e Danyllo
Tainná e Danyllo estudavam na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pegavam, juntos, o ônibus que a Prefeitura de Vitória de Santo Antão (na Zona da Mata Norte) disponibiliza aos moradores da cidade que moram na capital.
"A gente se via todos os dias nessa mesma parada. Mas só começou a se falar uns seis meses depois. Porque a gente tinha um amigo em comum, aí ele fez meio que uma apresentação rápida e ficamos os três conversando. Para conversamos a sós, demorou mais um tempo", disse Tainná, lembrando o dia em que falou pela primeira vez com o namorado.
A geógrafa recorda que, no início, achava Danyllo "estranho", pois ele usava a barba e o cabelo grandes. "Mas depois que eu o conheci, comecei a gostar dele, porque ele sempre foi muito gentil com todo mundo. Com o tempo, fiquei puxando conversa. Quem entrava primeiro no ônibus guardava o lugar do outro, já para ir conversando o caminho todo".
Tainná lembra que o dia em que se declarou para Danyllo não foi dos mais românticos. "Eu bebi um pouco e perguntei se ele estava apaixonado por mim e ele disse que não. Fiquei chorando em uma praça da nossa cidade". Depois desse dia, a então estudante passou a se afastar de Danyllo.
Demorou cerca de dois meses para que houvesse uma reaproximação entre os dois. "Eu não demonstrava o que eu sentia", disse Tainná, lembrando de forma bastante espontânea como iniciou o relacionamento dos dois. "Até que um dia ele é quem veio falar comigo, dizendo que estava apaixonado... Estamos há juntos há 2 anos e 8 meses".
Fonte: Jc Transito
http://noticias.ne10.uol.com.br/jc-transito/noticia/2015/06/12/historias-de-amor-dentro-dos-coletivos-do-recife-551535.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário