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segunda-feira, 9 de maio de 2016

PARALISAÇÃO NESTA TERÇA 10/05 - Metrô do Recife para nesta quarta de novo: um sistema sem dinheiro, ao sabor do vento e da política




Fotos: JC Imagem
Foto: JC Imagem


Paralisar um sistema de transporte como o metrô do Recife por falta de segurança não só para passageiros, mas principalmente para os operadores, é justo. Ainda mais em dia de selvageria – nova definição para o que virou a utilização do transporte coletivo quando há jogo de futebol na Região Metropolitana do Recife. Mas suspender a operação do sistema que transporta 400 mil pessoas num dia de semana, é questionável. Ainda mais se o movimento tiver motivação política, como é o caso da paralisação prevista para esta terça-feira (10/5), estimulada pelos metroviários como um protesto contra o impeachment da presidente Dilma Rouseff.

Por tanto, quem está entre os 400 mil passageiros que dependem do metrô para ir e vir refaça a rota e dê preferência ao ônibus. O Metrorec garante que o sistema vai operar, mas apenas no pico (5h30 às 9h e 17h às 20h). No chamado horário de vale (fora do pico da manhã e da tarde), estará fechado. O Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) também promete reforçar a rede, principalmente das linhas que saem dos terminais integrados com o metrô, mas o transtorno sempre é certo.
Além de submeter, pelo bem ou pelo mal, os passageiros ao entendimento político dos metroviários – uma das categorias trabalhistas mais politizadas do País, vale ressaltar -, a paralisação vai acontecer num dia de semana, diferente do ato por segurança, realizada num dia de domingo e, em outras ocasiões, apenas nos horários próximos aos jogos de futebol em questão. Aos domingos, a demanda do metrô do Recife cai de 400 mil pessoas para 100 mil.

 Foto: Diego Nigro/JC Imagem



Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem



Os metroviários, entretanto, têm suas razões. Por sorte, o Sindmetro não defendeu a decisão da categoria alegando estar atendendo a um chamado nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e blá, blá, blá. Foi além. Há, sim, um posicionamento contrário à derrubada do atual do governo federal. Mas não porque ele seja bom. Mas porque o medo da gestão que poderá vir é ainda maior. E tudo – ainda bem – sob a ótica do prejuízo ao metrô como sistema.
“Nós conhecemos muito bem o programa de Michel Temer e sabemos que caminha para o sucateamento do metrô e a privatização do sistema não só em Pernambuco, mas em todo o País onde a CBTU ainda opera. E não queremos isso. O sistema não está conseguindo sobreviver, não há subsídio e, com a mudança do governo, a privatização é certa. Hoje, a taxa de cobertura do metrô (o que a receita consegue cobrir de despesa) é de 17%. Já foi de 30%, o que ainda é pouco. E o governo só tem duas opções: ou deixa o metrô do jeito que está, para morrer sem conseguir operar, ou subsidia, o que ele não vai fazer porque não tem dinheiro”, alerta o presidente do Sindmetro, Diogo Morais.

O sindicalista lembra que a decisão de paralisar a operação foi tomada pela categoria, votada durante assembleia. Tanto no caso do movimento por falta de segurança como de apoio ao impeachment. “No caso de domingo, o sindicato chegou a propor que a paralisação acontecesse apenas se a polícia não reforçasse a segurança para o jogo. Mas os metroviários estão tão cansados e assustados, que votaram por parar de vez”, conta.
Enquanto isso a vida segue …
FONTE: DE OLHO NO TRÂSITO COM ROBERTA SOARES

sábado, 18 de julho de 2015

Empresários de ônibus vão a Brasília tentar derrubar reajuste dos rodoviários


Como esperado, ação e reação. Os empresários de ônibus não vão perder tempo. Na próxima semana estarão recorrendo do reajuste salarial de 12% e do aumento de 59,7% do tíquete-refeição concedido aos motoristas, cobradores e fiscais da Região Metropolitana do Recife pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT–PE), ao julgar o dissídio coletivo da categoria. Provavelmente na quarta-feira – depois que o acórdão da decisão for publicado no Diário Oficial da Justiça –, o Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco) dará entrada num recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, com pedido de liminar, ou seja, de urgência. A estratégia adotada é a mesma do ano passado, quando o setor empresarial recorreu à Brasília e reduziu as conquistas da categoria.
O aviso foi dado pelo presidente do Urbana-PE, Fernando Bandeira, nesta quinta-feira (17/7), primeiro dia após o fim da greve dos rodoviários, que durou dois dias. “Esse reajuste, principalmente o do tíquete-refeição, é um absurdo. O momento pelo qual passa o País, com uma crise em todos os setores, é muito pior do que no ano passado. Como alguém pode dar um aumento de 59,7%? Por isso vamos apostar na mesma estratégia. Naquela época o TST reviu a decisão do TRT e acreditamos que acontecerá o mesmo este ano. O TST é um órgão normativo da Justiça do Trabalho no Brasil. Manter um reajuste nesse percentual abre precedentes. Imagine outras categorias reivindicando o mesmo?”, argumentou Fernando Bandeira.
É um impacto muito alto. O correto seria o TRT ter dado apenas a reposição da inflação. É tanto que foi aprovado pela margem de apenas um voto”
Fernando Bandeira, do Urbana-PE


O reajuste de 12% no salário também será questionado. “Nós chegamos à proposta de 9,5% porque é o que podíamos oferecer. O percentual de 12% não incomodou tanto quanto o do tíquete, mas também será questionado na mesma ação”, disse. Pelos cálculos do empresário, o impacto real do reajuste do tíquete-refeição será de 16% para cada empresa. “Os rodoviários representam 45% dos nossos custos. É um impacto muito alto. O correto seria o TRT ter dado apenas a reposição da inflação. É tanto que foi aprovado pela margem de apenas um voto”, argumentou. Os empresários pretendem solicitar uma decisão liminar até que o recurso seja julgado pelo TST, o que deverá acontecer 15 dias depois de ser dado entrada no tribunal.
Já esperávamos que o setor empresarial fosse recorrer. Mas avisamos: iremos recorrer também”,
Benilson Custódio, dos Rodoviários




Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem


HISTÓRICO
Em 2014, o TRT-PE concedeu reajuste salarial de 10% e de 75% para o vale-refeição. Os empresários recorreram e o TST derrubou a decisão do TRT-PE, estabelecendo aumento uniforme de 10% para todas as cláusulas econômicas, inclusive o vale-alimentação. Na época, a categoria dos rodoviários ficou frustrada. A frustração era tanta que foi usada pelo sindicato como principal estimulante para o movimento deste ano. E, quarta-feira, quando o dissídio foi julgado no TRT–PE e os percentuais anunciados, nem mesmo os rodoviários acreditaram. “Estamos satisfeitíssimos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benílson Custódio. Ele comentou a estratégia do Urbana–PE. “Já esperávamos que o setor empresarial fosse recorrer. Mas não vamos trabalhar com hipóteses, vamos esperar os resultados. E avisamos: iremos recorrer também”, afirmou.

Fonte: blog de olho no Trânsito
Roberta Soares.