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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Desafios do transporte público para o futuro governador de Pernambuco



Desafios do transporte público para o futuro governador de Pernambuco




Mesmo sendo federal, futuro governador precisa ter coragem de brigar pela expansão do sistema metroviário na RMR. É preciso ir além dos ônibus. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

São muitos os desafios a serem enfrentados pelo futuro governador do Estado para melhorar o transporte público da Região Metropolitana do Recife, gerido pelo Executivo Estadual. Nada de novo. Nada que nenhum gestor ou candidato não saiba, mas que não são encarados na prática. Combater a superlotação dos ônibus e a insegurança no sistema são os principais. Na sequência, refrigerar a frota de coletivos e garantir uma fonte de recursos, seja por taxação do automóvel ou não, para custear o setor além da tarifa. Por último, convencer os municípios à aderir à gestão metropolitana – no caso o Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) – e atuar para estimular a expansão da rede metroferroviária no Estado. Fazer com que Pernambuco pare de dar as costas ao metrô e aos trens, como tem sido nas últimas décadas.Resultado de imagem para transporte caotico no recife

Os desafios foram elencados por especialistas ouvidos pelo JC. César Cavalcanti, diretor regional Nordeste da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Fernando Jordão, professor de engenharia do transporte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Sideney Schreiner, diretor-executivo de Planejamento da Mobilidade no Instituto Pelópidas Silveira (ICPS), foram os escolhidos. “A superlotação do sistema, sem dúvida, é o principal problema a ser enfrentado no transporte. E isso é resolvido de forma simples: dando prioridade viária aos coletivos para que eles consigam cumprir os horários e as viagens projetadas para a frota em operação. Ou seja, implantando Faixas Azuis. Embora a gestão da circulação seja dos municípios, cabe ao governador convencer os prefeitos a abrir espaço nas vias para o transporte público”, pontua César Cavalcanti.
A refrigeração da frota é outro problema que, na visão do especialista, deveria ter sido vencido há muito tempo, principalmente com a temperatura enfrentada pela população pernambucana. É o mínimo de conforto que um sistema de transporte pode oferecer ao passageiro. Assegurar fontes de recurso para o setor é mais um obstáculo a ser vencido pelo futuro governador. “Transporte custa caro e vai custar cada vez mais porque é dinâmico. As tecnologias estão aí, evoluindo a cada minuto, e isso custa dinheiro. Por isso é importante encontrar fontes de renda para o sistema. Ele não pode ser financiado apenas ou quase que totalmente pela tarifa. Temos que buscar mais. Seja com recursos do próprio governo e das prefeituras, das multas de trânsito, taxando a gasolina ou de fontes comerciais da exploração de serviços nos equipamentos do sistema. Algo precisa ser garantido”, destaca o diretor da ANTP.

Para Fernando Jordão, professor da UFPE, está mais do que na hora de o Consórcio Metropolitano de Transportes começar a funcionar, efetivamente. “O governo gastou dinheiro para extinguir a EMTU e criar o CTM, sob o argumento de que a gestão metropolitana do transporte da RMR era fundamental, mas até agora apenas o Recife e Olinda aderiram. É missão do futuro governador intervir nesse processo junto aos prefeitos do Grande Recife. Convencê-los a assumir a responsabilidade”, defende. Outro aspecto destacado pelo professor é o papel de articulador da expansão do sistema metroferroviário no Estado, que o futuro governante precisa assumir.
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“Pernambuco deu as costas ao transporte metroviário e ferroviário. Embora sejam sistemas de gestão federal, a má operação e a ausência deles têm impacto direto na população da RMR e de todo o Estado. O futuro governador precisa comprar essa briga, fazer articulações pela expansão desses sistemas. O Estado não tem, por exemplo, um quilômetro de ferrovia sendo construído atualmente. E já foi o primeiro Estado do Nordeste e o segundo do País a construir ferrovias”, ensina Jordão.


Ônibus precisam, antes de tudo, ter prioridade viária nas ruas. Foto: JC Imagem

Para Sideney Schreiner, segregar 100% dos corredores do sistema Bus Rapid Transit (BRT) – que hoje têm trechos nos quais os coletivos disputam espaço até com os automóveis –, revitalizar e empoderar, política e financeiramente, o Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) são mais desafios urgentes a serem vencidos.

fonte: JC com Roberta Soares


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Ônibus superlotado é principal queixa de internautas sobre transporte

Ônibus superlotados representam a principal queixa de quase 60% dos internautas brasileiros. Do total de mensagens sobre ônibus nas redes sociais, 72% faziam uma avaliação negativa desse meio de transporte, de acordo com estudo feito no fim de 2016, pelo projeto Comunica que Muda, iniciativa da agência de propaganda Nova/SB.

A pesquisa analisou por dois meses o tema mobilidade urbana na internet para entender como as pessoas noticiam e opinam sobre esse assunto.
Mais de 40% dos internautas demonstraram desejo de comprar um carro ou moto para fugir do transporte coletivo. A cada quatro comentários que citavam moto/carro, um deles era alguém mencionando a intenção de comprar um veículo. De acordo com  coordenadora do estudo, Stephanie Jorge, os comentários refletem a forte cultura na sociedade do uso do transporte individual. 
“As palavras que mais apareciam nos comentários sobre o tema foram carro e quero. Existe a precariedade dos serviços, mas o problema não é uma questão individual. Você pode cobrar das autoridades para melhorar o transporte público, buscar alternativas, pois o uso do carro leva a congestionamentos, poluição, acidentes”, disse. “Sair do pensamento individual para o coletivo é uma barreira cultural que temos que ultrapassar”, acrescentou.


Elogios à prestação do transporte coletivo e outras alternativas corresponderam a 29,5% dos comentários e as menções sem opinião sobre o assunto, 26,8%. Onde mais se falou sobre transporte individual foi no Rio de Janeiro, com 32,4% das menções. São Paulo ficou em segundo, com 16,8%. Na terceira posição, aparece Minas Gerais, com 7,6%.
A equipe colheu e analisou palavras ou expressões referentes ao tema em posts do Facebook, do Twitter, do Instagram, de algum blog ou um comentário em sites da internet, com ajuda de um software de monitoramento digital. Foram quase 400 mil menções nas principais redes sociais do país.
Entre os temas mais falados sobre a cultura do transporte individual estão acidentes (60%), congestionamentos (14%) e indústria da multa (9%). Cerca de 60% das pessoas consideram a multa algo positivo e 21%, negativo. Nas menções sobre acidentes, 72,7% citaram carros e 27,3%, motos. As vias urbanas foram os locais de acidentes mais citados (61,2%), seguidas das rodovias (38,8%).
Bicicleta
A bicicleta é a queridinha das redes com 83% de comentários positivos, mas poucos a veem como meio de transporte.  Somente 16,7% dos comentários falavam do veículo como alternativa de mobilidade. Lazer e saúde estão no topo das menções (58,8%). Um dos motivos para esse visão sobre a bicileta, apontou Stephanie, pode ser o fato de o Brasil ter menos de 2 mil quilômetros de ciclovia.
“Esse número representa 1% de toda a malha viária de nossas capitais, o que prejudica o uso da bicicleta como meio de transporte. Em Amsterdã, na Holanda, 30% da forma de locomoção é feita por bicicleta. Mas lá são 500 quilômetros de ciclovia”, disse. Em toda a Holanda, são cerca de 32 mil km de ciclovia.
O tema ciclovia aparece em 12,7% das menções. As ciclovias tiveram 46,3% de menções positivas, contra 40,3% de negativas e 13,4% de neutras. Cerca de 56% dos usuários elogiaram o uso da carona, contra 3,4% que mencionaram o tema de forma negativa. Cerca de 41% falaram de carona de forma neutra, sem exaltar nem criticar.

FONTE:Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil