sexta-feira, 21 de julho de 2017

Metro do Recife entregue a sua própria sorte e abandono onde a bagunça e a criminalidade voltara a aumentar as estatisticas da violência do nosso estado

MEIRA JOGA A TOALHA NO METRÔ: ‘NÃO SEI GANHAR DINHEIRO COM ENROLAÇÃO’


O coronel reformado Luiz Meira, que entregou o cargo de chefe de segurança do Metrô do Recife (Metrorec), na manhã desta sexta-feira (21), conforme informou com exclusividade mais cedo o Blog de Jamildo, deixou o governo Federal profundamente frustrado, com a falta de estrutura e apoio financeiro para tocar a missão que recebeu.

O consultor de segurança disse a interlocutores que não abandonou o Metro e que, na verdade, foi obrigado a pedir demissão, diante da falta de recursos para trabalhar. Após seis meses à frente do cargo tentando implementar uma nova política de segurança e limpeza no Metrô, o coronel Meira comunicou sua saída ao ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), na semana passada. O ministro tentou demover o auxiliar, sem sucesso.

“Tive que sair. Nada tenho contra o Metrô e o ministro (Bruno Araújo). O problema é este: não tem dinheiro para nada e eu não sei estar com enrolação, chegar ao final do mês recebendo meu salário sem trabalhar”, confidenciou a amigos, nesta sexta, após oficializar a entrega do cargo. “Sou transparente. Quero trabalhar”, desabafou.

Conhecido por ser um oficial ‘linha dura’, o coronel aposentado da Polícia Milita Luiz Meira assumiu o cargo afirmando ter como prioridade “colocar ordem no sistema de trens urbanos da Região Metropolitana”.
Meira assumiu o cargo em meio a crise de segurança no Metrô. Em uma entrevista concedida ao Blog de Jamildo em dezembro do ano passado, ele fez questão de ressaltar sua postura dura em relação às regras.

“Nosso intuito não é ir para o enfrentamento, mas é claro que vão existir regras. Os ambulantes, por exemplo, não poderão vender dentro dos trens e não precisamos lembrar a ninguém como é nossa forma de trabalho, se alguém desrespeitar as normas vai se borracha”, declarou.

Os problemas

Meira reclamou que apresentou um projeto grande de segurança, mas que no final não conseguiu andar com nada.

Um exemplo citado foi o Vagão Rosa, dedicado às mulheres. “Era uma necessidade. A gente tinha pesquisa, onde 56% era mulher e molestada. Até hoje os trens não foram envelopados. Não se tem dinheiro. Eu não consegui colocar ninguém para trabalhar”, afirmou o policial, que também reclamou não ter cadeira, birô ou sala para trabalhar.
Sem equipe, Meira frisou que, mesmo sendo consultor, era obrigado a ficar sozinho no Metrô, para ir para dentro dos trens, com os ambulantes.

“Não tenho vara de condão (para fazer mágica). Tentamos tudo que podíamos. Lutei até a última hora, mas preferi sair. O ministro (Bruno Araújo) é sério, comprometido, mas disse que não havia dinheiro (para investir em um projeto de segurança)”.
Neste mesma linha de trabalho, uma das decepções se deu com a impossibilidade de colocar em funcionamento um aplicativo em tempo real, no qual os usuários poderiam filmar, gravar e fazer denuncias, algo de primeiro mundo.

“A sala de controle do Metrô hoje é completamente obsoleta. Nem é usada. Com o aplicativo, a gente iria colocar câmara em todos os lugares e poderia até fazer reconhecimento facial, o usuário do sistema poderia identificar situações e ajudar na prevenção”, lamentou.
No caso dos ambulantes, o objetivo, também deixado pelo caminho, era fazer um projeto de requalificação com o Sebrae.

“Quando chegamos no Metrô, tinha ambulante até com tornozeleira. Era a coisa mais normal do mundo”
No balanço que fez, Meira comemorou o Carnaval deste ano. “Mesmo com as limitações, vejam o Galo da Madrugada deste ano. Não teve sangue no trem. Deixamos o evento sem uma confusão. A gente sentava e apertava… acabamos com os assaltos, pois entrava gente de todo jeito”, observou.
“Era um sacrifício sem tamanho, cinco horas da manhã já tem bronca, é bronca direto, domingo, feriado, dia santo…”, afirmou, ao comentar o sacrifício pessoal e familiar.

Fonte: Blog do Jamildo,

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