quarta-feira, 27 de março de 2019

O BRT RECIFE NAO É DIFERENTE E ALGO TAMBEM DEVE SER FEITO

Foto: pesquisa web

RIO — No auge de uma disputa judicial pela administração do BRT — há quase dois meses, a prefeitura decidiu intervir no sistema —, o município encontrou uma saída polêmica para combater cerca de 74 mil calotes diários nas estações, que dão prejuízo de R$ 300 mil. Em vez de melhorar a fiscalização, o interventor Luiz Alfredo Salomão decidiu demolir o beiral, de aproximadamente 40 centímetros, que liga a estação aos ônibus articulados. A estrutura, que serve para proteger os passageiros, principalmente idosos, crianças e cadeirantes, de possíveis quedas, costuma ser usada por quem não paga passagem. Os caloteiros pulam da pista para o pequeno pedaço de concreto, do lado de fora da área de embarque, e ficam à espera dos coletivos.
— Diminuir o tamanho do beiral não deve adiantar muita coisa. Quem quiser burlar, vai continuar burlando. Se não tiver patrulhamento e fiscalização, não reduz o número de gente entrando sem pagar.
A primeira estação a perder o beiral será a Mato Alto, cuja demolição começou na sexta-feira e deve ser concluída nesta terça. Até sexta-feira, a prefeitura, que pretende estender a intervenção para outras paradas, fará testes. A ideia é que os motoristas do BRT se adaptem às novas manobras, sem o beiral. A segurança e o conforto dos passageiros também serão analisadas. Enquanto a mudança na operação não é aprovada, os usuários estão utilizando temporariamente outra plataforma para embarque e desembarque.
A telefonista Sara Letícia, de 24 anos, diz que os esforços da prefeitura deveriam acontecer de outra forma:
— Em vez de fazer obra, quebrar o que já está feito, eles poderiam fiscalizar o acesso dos passageiros, os horários dos ônibus e tentar melhorar a estrutura — criticou.
A doméstica Inavi dos Reis, de 46 anos, teme que a distância entre a estação e os veículos dificulte o acesso aos coletivos, principalmente na hora do rush:
— Se com o beiral muita gente já se machucava, acho que as chances de acontecer algum acidente podem ser ainda maiores. Imagine um idoso, um cadeirante ou alguém com criança de colo.
Advogado de defesa do Consórcio Operacional BRT, Bernard Fonseca criticou a decisão da prefeitura e disse que a segurança dos usuários pode estar ameaçada:
— Eles estão fazendo laboratório, com o sistema funcionando. É a vida das pessoas que está em risco. Não se faz isso com um sistema complexo e tão importante para o carioca.

Atualmente, cerca de 250 veículos circulam por dia em todo o sistema. A frota ideal seria de 416 ônibus.

Fonte: O GLOBO

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