Geraldo Julio, cadê a Faixa Azul?, questiona Pedro Josephi
Postado por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes Ônibus e metrô.
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Por Pedro Josephi, advogado, integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco (FLTP) e do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM)
Nesta segunda-feira, 16 de dezembro 2019, completaram-se seis anos da criação pela Prefeitura do Recife do projeto “Faixa Azul” sem nenhum anúncio de consolidação ou expansão do projeto.
A Faixa Azul visa o estabelecimento de faixas prioritárias para o transporte coletivo nas vias da cidade. Todavia, após seis anos, não temos o que comemorar.
Durante este período, Recife conta hoje com pouco mais de 50 km de faixa azul e isto corresponde apenas cerca de 5% das vias que possuem linhas de ônibus, beneficiando cerca de 560 mil passageiros, 30% de todos os usuários de transporte coletivo.
Outro grave problema é a falta de interligação e continuidade das faixas existentes, o que torna o projeto um somatório de “puxadinhos” nada planejado, isto porque dos oito trechos, apenas três são de fatos corredores exclusivos de ônibus.
Apesar dos números pífios e sem a devida priorização, a Faixa Azul é uma política pública de priorização do transporte coletivo que tem resultados concretos, basta observar que na Avenida Mascarenhas de Moraes, os ônibus aumentaram a velocidade de 21 km/h para 35,4 km/h, o que representa um ganho total de 66,6%. Na Avenida Herculano Bandeira o aumento foi de 118%. Na Rua Cosme Viana e Avenida Conselheiro Aguiar, houve ganhos de 38,8% (de 18 km/h para 25 km/h) e 49% (de 13.1 km/h para 19.5 km/h) na velocidade média dos ônibus!
Ou seja, em uma cidade que tem o pior trânsito entre as capitais do Brasil, conforme ranking da Traffic Index, feito pela empresa de GPS Tomtom, a Faixa Azul garante a fluidez do transporte coletivo, que transporta cerca de 2 milhões de pessoas diariamente em toda Região Metropolitana do Recife.
A falta de vontade política do prefeito Geraldo Julio de ampliar, estruturar e difundir esta necessária política pública salta aos olhos quando observamos os custos para implementação das faixas azuis. Cerca de 20 mil reais para faixas azuis sem fiscalização eletrônica e 40 mil reais, se tiver com radares. Estes valores não chegam nem perto do que foi gasto com a Via Mangue, por exemplo.
Vale salientar que foi promessa de campanha do prefeito a ampliação do projeto com a inclusão de faixas azuis na Avenida Agamenon Magalhães, por onde circulam diariamente dezenas de linhas de ônibus, mas até agora a promessa não saiu do papel e nesta segunda Geraldo Julio apenas “prometeu a promessa” para marcar o aniversário do projeto.
Todo esse debate deveria já ter acontecido, mas, como já noticiado amplamente pela imprensa, a Prefeitura do Recife sequer apresentou o Plano de Mobilidade à Câmara Municipal do Recife, desrespeitando assim o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, lei federal, e impedindo a cidade de receber verbas para projetos da área.
Portanto, neste aniversário de seis anos do projeto Faixa Azul, infelizmente, a cidade não tem o que comemorar e o prefeito tem muito a fazer.
Fonte: Blog do Jamildo
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