A fábrica de carrocerias para ônibus que pertencia à Busscar, localizada em Joinville (SC) e que foi recentemente arrematada por sócios-acionistas e investidores da Caio Induscar, vai produzir ônibus para aplicações rodoviária, de fretamento e de turismo, tanto para o mercado brasileiro quanto para exportação. A informação foi confirmada por Maurício Lourenço da Cunha, diretor industrial da Caio Induscar. A empresa pretende iniciar as atividades na antiga fábrica da Busscar após a posse definitiva, que se dará com o encerramento dos prazos dos trâmites judiciais.
Segundo Cunha, antes de iniciar a produção, será preciso fazer uma atualização dos produtos, “tanto de estilo quanto de atendimento de normas nacionais e internacionais”. Sem revelar o valor a ser investido, ele disse que a empresa planeja atualizar produtos, arrumar as instalações, revisar ferramentais e dar treinamento para novos colaboradores, entre outras ações. “Não temos o valor do investimento quantificado ainda. Saberemos quando tomarmos posse”, assinalou. A capacidade de produção na planta de Botucatu também só será definida após a posse: “Não conhecemos ainda a real capacidade de produção das instalações”, disse o executivo.
De acordo com Cunha, pelo menos parte da mão de obra da Busscar deverá ser absorvida nas linhas de produção locais. “A nossa preferência será a contratação de novos funcionários da Busscar. Não temos o número pelas razões acima mencionadas”, justificou.
Cunha fez questão de ressaltar que a Caio não adquiriu nenhuma empresa do grupo Busscar, mas, sim, alguns acionistas da Caio é que compraram parte dos ativos da massa falida da Busscar. “Não está sendo comprada uma empresa e sim uma parte dos ativos de uma massa falida, conforme pode ser constatado no despacho do juiz quando do auto de arrematação”, assinalou.
Os sócios-acionistas e investidores da Caio assinaram, no dia 22 de março último, o auto de arrematação da Busscar, para formalizar o processo de aquisição da empresa. O valor divulgado na ocasião atingiu R$ 67,15 milhões, mas, segundo Cunha, esse montante é maior porque existem outras despesas, que os investidores ainda não fecharam com precisão.
A Busscar estava com as atividades paralisadas há cerca de três anos, após sua falência decretada. A Caio já havia manifestado interesse por diversas vezes, mesmo quando a empresa ainda estava ativa, incluindo propostas de compra e até locação da planta de produção.
A Caio liderou o mercado no segmento de ônibus urbanos em 2016, com a produção de 3.303 carrocerias. De janeiro a março deste ano, produziu 735 unidades, sendo 586 carrocerias para ônibus urbanos, 35 rodoviários e 114 micro-ônibus.
Com informações: Portal Future Transport
Retirado do Fortalbus