O protesto é feito pela Abirp e a oposição da Cut e as principais reivindicações são a cobrança absurda das avarias , o não pagamento de horas extras, a cobrança de passagem aos cobradores de invasões de usuários fazem entrando pela porta traseira e o rodízio de escalas.
A CDA opera, 31 linhas entre Olinda e Recife e transporta mais de 100 mil pessoas e sua frota tem mais de 240 ónibus.
O protesto começou as 3 hrs da madrugada.
O Conorte que é o consórcio entre 3. empresas e vamos aguardar que o grupo.coloquem ônibus nas linhas da CDA.
A empresa tem 224 veículos sendo 209 em operação e 15 reservas. São 800 funcionários, entre motoristas, cobradores, coordenadores de terminal e supervisores.
De acordo com os responsáveis pelo movimento, há várias reivindicações. Os antigos cobradores, que hoje atuam como motoristas, exigem reajuste salarial para exercer a nova função. Os trabalhadores sem queixam, ainda, de cobrança por avarias nos coletivos, referentes ao período até 2014.
As categorias informam também que não contam com intervalos completos para descansar e fazer refeições. Há queixas sobre problemas nas folgas semanais para os trabalhadores que estão em perído pós-férias.
Resposta
Diante da paralisação, o Grande Recife Consórcio, responsável pelo gerenciamento do sistema, informou que foi surpreendido pelo movimento dos trabalhadores da Cidade Alta. O consórcio alegou que não houve comunicação prévia aos gestores.
Disse também que a paralisação é política e não tem ligação com o sindicato dos rodoviários. A empresa gestora assegurou que vai tentar deslocar ônibus das frotas de outras transportadoras para minimizar os transtornos.
O diretor-executivo da Cidade Alta, Almiri Buonoro, afirmou, por telefone, que as denúncias feitas pelos manifestantes não procedem. Disse, por exemplo, que os salários foram depositados na segunda-feira (6).
Segundo o executivo, empresa não reconhece a legalidade desse movimento. "Vamos tomar medidas judiciais cabíveis", anunciou.
Por volta das 10h, funcionários da transportadora, acionados pela direção, tentavam negociar com os manifestantes para tentar retirar coletivos que atrapalhavam a saída de ônibus da garagem. "Infelizmente, tem áreas sem ônibus, já que são atendidas apenas pela Cidade Alta", observou.
Ônibus da Cidade Alta ficaram parados na garagem, em Olinda, nesta terça-feira (7) (Foto: Reprodução TV Globo)
Transtornos
A paralisação dos funcionários da empresa Cidade Alta diminuiu o movimento nos terminais e deixou as paradas de ônibus lotadas. No bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, a única linha que funciona não circulou. A auxiliar de farmácia Érika Santana é uma das passageiras que, desavisada, foi ao terminal para tentar chegar ao trabalho.
"Estou indo para o centro do Recife, mas os ônibus estão lotados e queimando a parada. Trabalhei a noite toda, quero ir para casa, mas não posso", disse.
Situação parecida é enfrentada por Josinete Teixeira, estudante de farmácia que tentava entrar no terminal de Rio Doce, também em Olinda. "Você sai de casa e se depara com essa situação, é muito complicado. Todos nós temos compromissos. Hoje, vou perder meu dia por conta disso. Era pra eles diminuírem a frota e não pasalisar de vez. Vamos ver de que horas vai voltar", disse.
Veja algumas áreas atendidas pelos ônibus da Cidade Alta
Rio Doce
Jardim Atlântico
Casa Caiada
Bairro Novo
Carmo
Varadouro
Janga
Pau Amarelo
Maria Farinha
Loteamento Conceição
Jardim Maranguape
Maranguape I
Maranguape II
Santo Amaro
Arthur Lundgren
Engenho Maranguape
fonte: GRCT e Blog GRMPE
Ao meio desta terça feira os ônibus começaram a sair da garagem.
Ministro diz que retomada da obra de navegabilidade do Capibaribe depende do governo de PE
Bruno Araújo, titular do Ministério das Cidades, apontou que União tem saldo de R$ 130 milhões para projeto e que governo do estado deve solucionar problemas com TCU.
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou, nesta segunda-feira (6), que o governo federal tem R$ 130 milhões de saldo para as obras de navegabilidade do Rio Capibaribe. O serviço foi iniciado em 2012, para a Copa do Mundo de 2014, mas está parado há três anos por causa de erros no projeto. Em entrevista ao Bom dia Pernambuco, o ministro apontou, no entanto, que não pode repassar recursos por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Existem problemas que precisam ser sanados pelo governo de Pernambuco”, afirmou.
De acordo com Araújo, a obra foi paralisada por causa de uma falha na comprovação dos gastos com a dragagem do rio. “Investimos R$ 55 milhões nesse serviço. Há dúvidas sobre a aplicação inteira do valor. Cabe ao estado conseguir comprovar ao TCU que pode recomeçar os trabalhos. Esperamos que ele possa regularizar a situação”, disse.
olha só quantos políticos nesta barca pra por a mão em 100 milhões já foi gasto e agora querem mais 130 milhões que ainda esta no fundo do tacho.
O ministro ressaltou que o governo federal não é responsável pela execução direta do projeto. “Não tocamos obra. A gente aprova o projeto e faz parceria. Paga a conta. Estamos dando apoio ao estado”, observou.
O Rio Capibaribe atravessa 16 bairros do Recife e o projeto de navegabilidade consumiu, ao todo, R$ 75 milhões para a dragagem. Foram retiradas 32 mil caminhões-caçamba cheios de areia. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou problemas nos serviços e alegou que o projeto foi iniciado sem o estado levar em conta os moradores que vivem em casebres fincados no rio.
Técnicos apontaram que, caso o volume de terra retirado aumentasse, essas edificações, conhecidas como palafitas, poderiam afundar. A conselheira do TCE Teresa Dueire afirmou à TV Globo que houve erro de gestão. Segundo ela, foi falta de planejamento.
Atualmente, os canteiros de obra estão cheios de mato. Materiais de construção encontram-se enferrujados. Há problemas de desgaste nas fundações nas sete futuras estações de embarque e desembarque, segundo o TCE. Quando ficar pronta, a hidrovia terá 11 quilômetros e capacidade para transportar 300 mil passageiros por dia.
No caminho a 30 anos de promessas que nunca vai ser concretizar para o povo
Enquanto o projeto não é retomado, moradores de várias comunidades ribeirinhas cobram, ao menos, os planos de construção de conjuntos habitacionais. Durante a entrevista o Bom dia Pernambuco, o ministro também falou sobre a assinatura da ordem de serviço para construção de 2.700 casas do Programa Minha Casa Minha Vida no estado. “São, ao todo, 5,4 mil unidades previstas para Pernambuco”, comentou.
Dinheiro jogado fora mais de 100 milhões.
Resposta
Por meio de nota, o Governo de Pernambuco informou que está trabalhando para garantir a retomada do Projeto Rios da Gente, que prevê a implantação de um sistema de transporte fluvial público de passageiros. A Secretaria das Cidades (Secid) realiza um levantamento dos remanescentes das obras e a atualização do projeto das estações.
Também está sendo realizado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, por meio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a atualização do estudo econômico-financeiro para operação do sistema.
Segundo o governo, já foram removidos 450 mil metros cúbicos de material da calha do Capibaribe, incluindo material contaminado, proporcionando o estabelecimento de um canal de navegação.
A secretaria das Cidades informa que está tomando todas as medidas para a guarda e preservação do patrimônio público. Todos os serviços executados serão aproveitados quando da retomada das obras.
O governo de Pernambuco informou também que o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou ao Ministério das Cidades que suspendesse o repasse de recursos do Termo de Compromisso até que o estado apresente o resultado do estudo econômico-financeiro. Não há suspensão de repasse por irregularidade de execução da obra.
A nota da Secretaria das Cidades informa, ainda, que em março de 2018 estará finalizada a requalificação dos projetos. Em seguida, ocorrerá licitação para a retomada dos serviços.
Política
No domingo (5), o ministro Bruno Araújo, que é deputado federal licenciado, foi eleito presidente estadual do PSDB. Ele vai comandar o partido em Pernambuco em 2018 e 2019.
Linhas de ônibus sem cobrador estão perdendo passageiros na RMR
fonte: Blog De Olho no Transito
A polêmica experiência de retirada dos cobradores de algumas linhas do transporte público da Região Metropolitana do Recife não tem sido das mais positivas para a saúde financeira do sistema – além de desagradar muitos passageiros. Números do Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT) mostram que houve uma queda de demanda nas 32 linhas que perderam o profissional, num processo que começou em novembro de 2015 e ganhou intensidade em março deste ano. E que, de tão intempestivo, está sob investigação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), sendo suspenso por determinação pessoal do governador Paulo Câmara. Enquanto a rede de transporte perdeu de 10% a 11% dos passageiros de 2016 para 2017, as linhas em operação só com motoristas chegaram a 20%, como é o caso da TI Cabo/TI Cajueiro Seco.
Os passageiros estão fugindo dessas linhas e nós estamos analisando para saber a razão. Defendemos que o problema é a rede de vendas de créditos que é insuficiente, não atende ao usuário. É preciso massificar a rede, dar capilaridade, como foi prometido pelos operadores”,
André Melibeu, diretor de Operações do GRCT
Por isso e pela insuficiente rede de vendas de cartões e de recarga dos créditos eletrônicos – principalmente o VEM Comum –, que a retirada dos cobradores deverá continuar suspensa na Região Metropolitana, sem qualquer previsão de retomada. André Melibeu, diretor de Operações do GRCT, tem o cuidado de ponderar que os números que mostram a queda ainda não são consolidados e que o desempenho de pelo menos oito das 32 linhas está sendo analisado. Mas diz que, do jeito que está sendo feito, o novo modelo operacional não será ampliado. E que mudanças estão sendo definidas pelo governo do Estado para que, somente assim, ele possa ser retomado.
“Os passageiros estão fugindo dessas linhas e nós estamos analisando para saber a razão. Defendemos que o problema é a rede de vendas de créditos que é insuficiente, não atende ao usuário. A linha que teve a maior queda, por exemplo, é uma interterminal, ou seja, não deveria ter sofrido já que o passageiro passa por dois terminais integrados onde haveria uma ampla rede de recarga. É preciso massificar a rede, dar capilaridade, como foi prometido pelos operadores”, alerta André Melibeu.
A perda de passageiros é histórica no setor e, por isso, o GRCT está com cuidado ao analisar o desempenho das linhas sem cobrador. Números da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) comprovam essa realidade: nos últimos 22 anos a queda foi de 43%, sendo que somente entre 2013 e 2016 alcançou os 18%. O modelo, entretanto, é uma realidade não só mundial, mas nacional. Segundo a NTU, 41 cidades brasileiras aderiram ao modelo total ou parcialmente em seus sistemas de transporte. Entre as vantagens alegadas por gestores e operadores, a retirada do dinheiro dos ônibus – a renda ainda é o principal atrativo nos assaltos –, a agilidade no embarque nos coletivos porque é só o usuário aproximar o cartão eletrônico, o combate às fraudes e a redução do custo de operação, já que os cobradores pesam, em média, 15% sobre a folha de pagamento de pessoal.
Não somos contra a retirada dos cobradores, ao contrário. Ela é necessária e um caminho sem volta. As opções de tecnologia para o transporte estão aí para fazer o trabalho. Agora, ela precisa estar precedida de uma infraestrutura para atender ao usuário que ainda não existe. Os passageiros estão sofrendo para conseguir comprar os créditos. O novo modelo não pode ser implantado de forma irresponsável”,
Humberto Graça, promotor de Transportes
A perda de passageiros, entretanto, é um dado novo, revelado agora pelo gestor do sistema. Mas o que de fato pesou para suspender o processo foi a precária rede de vendas de créditos disponibilizada pelo setor empresarial. “O carregamento do VEM Comum é o grande problema. É ele que precisa estar à disposição de todos. Não é o VEM Trabalhador nem o VEM Estudante, que já têm suas recargas definidas e um usuário acostumado. Precisamos de mais pontos e de recargas feitas com valores menores para o usuário comum”, acrescenta André Melibeu. Há, ainda, a reclamação das pessoas em relação às taxas cobradas conforme o tipo de recarga.
Reconhecemos que a rede deixa a desejar e estamos trabalhando pesado para ampliá-la. Pretendemos chegar a seis mil pontos no Grande Recife. Já fechamos contrato com um novo parceiro e concluímos a migração da tecnologia. Até meados de dezembro estaremos com essa rede ampla à disposição dos nossos usuários”,
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Fernando Bandeira, da Urbana-PE
A tímida rede de vendas também é o principal argumento do MPPE. “Não somos contra a retirada dos cobradores, ao contrário. Ela é necessária e um caminho sem volta. As opções de tecnologia para o transporte estão aí para fazer o trabalho. Agora, ela precisa estar precedida de uma infraestrutura para atender ao usuário que ainda não existe. Os passageiros estão sofrendo para conseguir comprar os créditos. O novo modelo não pode ser implantado de forma irresponsável. Os empresários têm que oferecer essa rede ideal antes de mais nada, até porque eles têm interesse em mudar o sistema”, argumenta o promotor de Transportes, Humberto Graça. A investigação do MPPE está parada, pelo menos por enquanto, porque as reuniões agendadas foram sendo adiadas a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), mas o promotor, que está de férias, promete retomar os trabalhos ainda este mês.
A Urbana-PE diz que existem hoje 70 máquinas de autoatendimento localizadas em 16 dos 24 terminais integrados, em 31 das 42 estações de BRT, em dois shoppings (RioMar e Guararapes) e no Posto de Atendimento VEM, localizado no Centro do Recife. Além disso, faz a venda de créditos para o VEM Comum e o VEM Estudante nos aplicativos Cittamobi e Ponto Certo VEM, e tem mais de 500 pontos de venda descentralizados na RMR.
“Reconhecemos que a rede deixa a desejar e estamos trabalhando pesado para ampliá-la. Pretendemos chegar a seis mil pontos no Grande Recife. Já fechamos contrato com um novo parceiro e concluímos a migração da tecnologia. Até meados de dezembro estaremos com essa rede ampla à disposição dos nossos usuários”, garantiu o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira. Sobre a perda de passageiros nas linhas sem cobrador, o empresário ponderou que a ampliação da rede os trará de volta. “Em todo o País há uma queda no começo, depois ela volta. Quando estivermos com os seis mil pontos operando, tudo mudará”, afirmou.
Se a redução na folha de pagamento de pessoal não for engolida por outros custos, ela é repassada à tarifa. No mínimo, ela evita um aumento maior. Lembrando que o processo de retirada dos cobradores deve ser feito com cuidado, de forma transparente, que deve levar, no mínimo, 1,5 ano, no qual os profissionais devem ser absorvidos por outras áreas, sem haver demissões”,
Otávio Vieira Cunha, presidente da NTU
PESO NA TARIFA
Além da ampliação da rede, o MPPE também está preocupado com outra consequência do novo modelo operacional: o impacto da retirada dos cobradores no valor da passagem. “Ninguém falou disso ainda. Precisamos saber se houve ou haverá impacto e se a população será beneficiada. Talvez não haja uma redução, até pela quantidade de linhas, mas a retirada permitiria algum tipo de compensação ou melhoria? O que não pode é a população não ganhar nada. São questões que precisamos discutir”, pontua Humberto Graça.
Otávio Vieira Cunha, presidente da NTU, diz que o impacto da redução do custo com os cobradores pode ser direto na tarifa, desde que não aconteçam outras perdas ou majorações no sistema em questão. “Por que, se isso acontecer, a redução termina sendo anulada por outros fatores, como a perda de passageiros ou o aumento dos insumos do setor, por exemplo. É uma conta simples de ser feita em qualquer sistema e agora temos até uma ferramenta técnica e moderna para auxiliar os gestores no processo: a planilha de custos criada pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e apoiada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), de fácil utilização e que pode ser aplicada por qualquer cidade ou sistema metropolitano, como é o caso do transporte no Recife”, argumenta.
Otávio Vieira Cunha reforça que não há mistério nas contas. “Se a redução na folha de pagamento de pessoal não for engolida por outros custos, ela é repassada à tarifa. No mínimo, ela evita um aumento maior. Já tivemos tarifas de ônibus que baixaram no País ou deixaram de aumentar devido às desonerações de impostos. Fortaleza, no Ceará, por exemplo, ficou quatro anos sem aumentar a passagem. Lembrando que o processo de retirada dos cobradores deve ser feito com cuidado, de forma transparente, que deve levar, no mínimo, 1,5 ano, no qual os profissionais devem ser absorvidos por outras áreas, sem haver demissões”, ensina o presidente da NTU.
O LADO BOM DA MUDANÇA – A VITÓRIA DE CONCEIÇÃO
Enquanto uns reclamam, outros sorriem. E Conceição Cabral está no segundo grupo. É só sorrisos porque teve, no processo de retirada dos cobradores, a oportunidade de crescer na profissão, realizando um antigo sonho: passar do posto de cobradora para virar motorista de ônibus. E começou, exatamente, a partir da linha TI Abreu e Lima/TI Macaxeira, a primeira do sistema a operar sem o profissional, ainda em novembro de 2015. “Foi um sonho realizado, que me deixou muito feliz. Fiquei como cobradora mais de um ano, esperando o tempo mínimo exigido para tentar uma vaga como motorista, que a empresa sempre oferece”, conta.
Conceição foi acompanhada pelo JC em julho de 2016, quando ainda se preparava para tentar a aprovação como condutora. Para essa reportagem, foi entrevistada já como uma profissional do volante, exatamente na mesma linha que atuava como cobradora. “Acho que a retirada dos cobradores é viável em algumas linhas e em outras não. Mas, para mim, esse processo foi uma oportunidade de crescer”, comemora.
Prefeitura promete Faixa Azul para a Agamenon, mas ônibus segue sem prioridade na avenida
Fonte: De Olho no Transito com
Roberta Soares
Já nos acostumamos, mas é questionável que, em tempos de discussão sobre o estrago que o uso excessivo do automóvel pode provocar na mobilidade urbana, a principal avenida do Recife, a Agamenon Magalhães, chamada de pulmão viário da cidade, com reflexos em toda Região Metropolitana, seja uma via sem qualquer prioridade ao transporte público. Seja só para carros. Tenha 12 faixas divididas em duas pistas centrais e duas locais, onde o automóvel é o rei. Reina majestoso. É claro que os 280 mil passageiros diários dos ônibus que circulam na avenida também são beneficiados pela atenção dada aos carros, mas o transporte coletivo não recebe o tratamento que deveria. O segundo eixo do BRT Norte-Sul, prometido pelo Estado, não saiu do papel e, até hoje, nem mesmo uma faixa exclusiva foi implantada. A promessa da Prefeitura do Recife, entretanto, é criar uma Faixa Azul na Agamenon até o segundo semestre de 2018.
É certo que iremos fazê-la. É uma prioridade do prefeito Geraldo Júlio implantar Faixas Azuis na cidade. Estamos debruçados sobre estudos das intervenções necessárias porque, sem elas, não potencializamos os ganhos da faixa exclusiva. Não é apenas chegar e pintar de azul”,
João Braga, secretário de Mobilidade do Recife
João Braga, secretário de Mobilidade do Recife, garante que ela será implantada e que ajustes viários necessários em pelo menos quatro cruzamentos da via deverão começar a ser implantados ainda este ano. A promessa é de uma Faixa Azul em toda a extensão da via, entre o Hospital Português e o limite com o município de Olinda, na faixa da direita das pistas centrais da via. “É certo que iremos fazê-la. É uma prioridade do prefeito Geraldo Júlio implantar Faixas Azuis na cidade. Estamos debruçados sobre estudos das intervenções necessárias porque, sem elas, não potencializamos os ganhos da faixa exclusiva. Não é apenas chegar e pintar de azul, precisamos fazer ajustes porque, se não for bem feito, o próprio ônibus pode ser prejudicado pelo congestionamento que a faixa exclusiva poderá provocar mais à frente. Ali, não podemos errar”, explica o secretário.
Ainda não há muitos detalhes para serem divulgados, segundo a prefeitura, porque os estudos estão sendo finalizados. As intervenções aconteceriam nas interseções da Agamenon no Paissandu/Ilha do Leite, Derby, Rua Joaquim Nabuco/Rua Dom Bosco, Rua João de Barros e acessos à Avenida Norte. A intervenção tem o apoio da iniciativa privada. A Urbana-PE (o sindicato dos empresários de ônibus) e as Construtoras Rio Ave e Moura Dubeux têm dado apoio à prefeitura com os estudos e simulações de trânsito, segundo João Braga.
Enquanto a Faixa Azul da Agamenon não vinga, o trânsito segue pesado e congestionado na Agamenon Magalhães, especialmente para os ônibus. Durante a produção da matéria, alguns motoristas chegaram a chamar a equipe do JC, antes mesmo de serem abordados, para implorar por uma faixa exclusiva na via. Nem sabiam o que era a matéria, mas já apelavam por um mínimo de prioridade na larga e imponente Agamenon Magalhães. “Sofremos muito, todos os dias, nos horários de pico da manhã e da noite. Quando há congestionamentos, é comum perdermos de 20 a 25 minutos para percorrer um trecho muito pequeno: do Hospital Português à entrada da Avenida Conde da Boa Vista”, reclama o motorista de ônibus Ivandro de Souza Batista.
Quem entende de transporte ou planeja e operacional o sistema de transporte público também concorda que a Avenida Agamenon Magalhães precisa, urgentemente, ter prioridade para o transporte público. “A Agamenon Magalhães tem a mesma utilidade para o SEI que o contorno urbano da BR-101. A última pesquisa de origem e destino do transporte da RMR mostrou que apenas 25% das viagens tinham o Centro Expandido como destino. Ou seja, o restante, 75%, queriam chegar a outras áreas e essa ligação com outros corredores de transporte, por exemplo, poderia ser feita na Agamenon. O chamado transbordo termina sendo feito no Centro porque não há opção”, argumenta Germano Travassos, consultor em transporte.
Se for o caso, que tenhamos as duas coisas: uma Faixa Azul e um corredor de BRT. Mas não podemos abrir mão do BRT”,
Germano Travassos, consultor de transporte
Travassos, entretanto, reconhece a importância da implantação da Faixa Azul, mas alerta para que ela não seja uma substituição ao corredor de BRT planejado para a Agamenon, ainda antes da Copa do Mundo de 2104, com recursos federais – o chamado Eixo Agamenon do BRT Norte-Sul, que faria conexão com o Terminal Integrado de Joana Bezerra. “Se for o caso, que tenhamos as duas coisas. Mas não podemos abrir mão do BRT. Até porque, sabemos que muitos dos passageiros que hoje usam o Norte-Sul pelo eixo da Avenida Cruz Cabugá, o fazem porque têm no Centro a melhor opção para acessar outros corredores de transporte. Quando o ramal seguir pela Agamenon Magalhães, essa transferência poderá ser feita na Agamenon”, afirma.
Alfredo Bandeira, diretor de Planejamento do Grande Recife Consórcio de Transporte, tem opinião identica a de Travassos. “Ou teremos os dois ou fiquemos com o BRT. A Agamenon Magalhães é fundamental para o sistema de transporte de toda a RMR. É a primeira perimetral do Recife, ligando o Sul e o Norte do Grande Recife. Também é por ela que se dá a ligação entre os corredores Leste e Oeste. Agora, de fato, temos que fazer uma intervenção bem estudada para não errar”, reforça. Afinal, razões não faltam para dar prioridade ao ônibus na Agamenon. São 60 linhas que, devido aos congestionamentos, deixaram de realizar, por exemplo, 2.660 viagens somente no mês de agosto, das 84 mil programadas.
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Confira o live que João Braga fez com a equipe do Meu Recife, quem vem desenvolvendo uma ampla campanha por Faixas Azuis na cidade:
Abaixo, uma arte produzida ainda em 2012 sobre o Eixo Agamenon do BRT Norte-Sul, que nunca saiu do papel. Na época, o projeto ainda previa a construção de quatro viadutos transversais sobre a Agamenon Magalhães.
A resposta do governo de Pernambuco sobre a situação do projeto de implantação do Eixo Agamenon do BRT Norte-Sul, que chegou a ter o canteiro montado ainda em 2012 e era prometido para a Copa do Mundo de 2014:
“A Secretaria das Cidades informa que está refinando o projeto de BRT na Avenida Agamenon Magalhães, considerando todas as intervenções necessárias nos bairros cortados pela via de maior importância entre a ligação dos bairros da Zona Norte e Zona Sul. O projeto em questão está sendo finalizado e contempla melhorias nas calçadas, considerando acessibilidade, novas estações no mesmo padrão das estações de BRT já implantadas, garantindo conforto e segurança aos usuários.
O detalhamento dos projetos, inclusive, prevê a implantação de passarelas e a possível duplicação do viaduto da Avenida João de Barros que, dependendo das simulações e das alterações inseridas no entorno da Agamenon, pode ser adiada, desde que se consiga os resultados apenas com as melhorias já citadas. Quanto à retomada das obras, está nos planos da Secid relicitar os serviços do corredor até final do primeiro semestre de 2018”.
As intervenções na Agamenon Magalhães, segundo a PCR
“A Avenida Agamenon Magalhães recebeu melhorias na sua iluminação, que foi totalmente substituída por luminárias em LED, trazendo mais conforto e segurança para quem precisa circular pelo local. A ação teve início em setembro de 2016 e conclusão em março deste ano e foi executada pela Emlurb.
O trabalho contou com a implantação de 548 novas luminárias, a um investimento de R$ 3,5 milhões. Há mais de 40 anos a via não passava por uma intervenção desse porte. Além de mais econômicas, as luminárias têm um tempo de vida útil maior que as atuais de vapor de sódio.
Ainda em março deste ano, a Prefeitura do Recife concluiu as obras de requalificação do passeio público, situado no canteiro central da via. As intervenções também foram executadas pela Emlurb e tiveram investimento de R$ 415 mil. Os serviços abrangeram um trecho com aproximadamente cinco quilômetros de extensão, margeando o canal da Agamenon, a partir do Hospital Português, no bairro da Paissandu, até as proximidades do Shopping Tacaruna, no bairro de Santo Amaro. Foi restaurado todo o passeio em concreto, em ambos os lados da via.
Além da requalificação das calçadas, também foram realizados consertos nas tampas de galerias da rede de drenagem pluvial e regularização dos meios-fios instalados ao longo do percurso. Em abril, a Emlurb fez o plantio de um novo gramado no canteiro central da avenida. Além de trazer benefícios estéticos como embelezamento do espaço, a grama também traz conforto térmico, ajuda no controle da poluição do ar e reduz as erosões do solo nas margens do canal. Esse serviço contou com um investimento de R$ 144 mil”.
A democratização das vagas de estacionamento no entorno de mercados públicos
A partir desta sexta-feira (3), 130 novas vagas de Zona Azul serão disponibilizadas no entorno do Mercado da Encruzilhada. Já em Casa Amarela, 60 vagas serão implantadas até o fim de novembro.
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), vai expandir a Zona Azul para a Zona Norte da cidade. A partir desta sexta-feira (3), o entorno do Mercado da Encruzilhada passa a contar com 130 vagas de estacionamento rotativo, das quais seis são destinadas à pessoas idosas, cinco à pessoas com deficiência e quatro ao serviço de carga e descarga. O objetivo da ação é democratizar o estacionamento disponível no espaço público, através da maior rotatividade das vagas. Esta é a segunda implantação do projeto fora do Centro do Recife, beneficiando, mais uma vez, um mercado público municipal. A primeira aconteceu em 2016, no entorno do Mercado da Madalena.
A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, destaca a importância de democratizar a utilização do estacionamento no entorno dos equipamentos comerciais. "Garantir a rotatividade das vagas de estacionamento poderá potencializar o comércio local e promover mais comodidade aos frequentadores do Mercado da Encruzilhada. Por isso, a ideia é estender o projeto para outros mercados, beneficiando, por exemplo, os bairros de Casa Amarela eAfogados", comentou.
Para regulamentar a ação, será implantada toda a sinalização horizontal e vertical nas ruas Amaro Coutinho, Carlos Borromeu e Doutor José Maria, onde as vagas de Zona Azul, todas com o tempo máximo de permanência de duas horas, serão disponibilizadas. Além disso, estão sendo cadastrados pontos de venda autorizados no entorno do mercado. A multa para quem estacionar de forma irregular nas vagas de Zona Azul é grave (R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação), e o veículo está passível de remoção ao depósito.
Até o fim de novembro, o Mercado de Casa Amarela também será beneficiado com 60 vagas de Zona Azul, sendo cinco para idosos, três para pessoas com deficiência e três para carga e descarga. O objetivo da ação é democratizar o estacionamento disponível no espaço público, através da maior rotatividade das vagas.
Atualmente, Recife conta com mais de três mil vagas rotativas implantadas nos bairros do Recife, São José, Santo Antônio, Boa Vista e Madalena. A Zona Azul funciona no horário das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 12h, aos sábados. O tempo máximo de permanência varia entre duas e cinco horas, a depender da sinalização indicativa nos locais, custando R$ 3.
MELHORIA NOS MERCADOS PÚBLICOS – A implantação de vagas de Zona Azul nos mercados públicos faz parte do trabalho da Prefeitura do Recife com o objetivo de melhorar o ordenamento e, assim, deixar os equipamentos mais atrativos à população. Além de realizar melhorias estruturais, ações como o Projeto Viva o Mercado estão atraindo cada vez mais frequentadores aos equipamentos. fonte: Prefeitura CR