quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Governo tem descaso com o alto imposto que se paga de Ipva e não é empregado nas rodovias

Rodovias estaduais de PE têm 94,1% da extensão consideradas regulares, ruins ou péssimas, diz CNT

No aspecto geral, em que estão incluídas as rodovias federais no estado, 56,1% do total da extensão é classificado da mesma forma. Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes foi divulgada nesta terça (7).

Ônibus circula por trecho repleto de buracos na PE-15, em Olinda (Foto: Maurício Melo/TV Globo)
Ônibus circula por trecho repleto de buracos na PE-15, em Olinda (Foto: Maurício Melo/TV Globo)

s rodovias estaduais de Pernambuco têm deixado a desejar no quesito qualidade. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) nesta terça-feira (7), 94,1% das rodovias sob jurisdição do estado foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas, em comparação com a extensão federal. O percentual representa 950 dos 1.009 quilômetros de extensão sob jurisdição estadual.
Para a realização do levantamento, feito nacionalmente, foram levados em consideração aspectos como sinalização, pavimento e geometria das rodovias. No que diz respeito à sinalização, as rodovias estaduais de Pernambuco têm 95,1% da extensão classificadas como regulares, ruins ou péssimas.
Veja a classificação das rodovias estaduais em PE em 2017
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes leva em conta sinalização, pavimento e geometria das vias
Péssimo: 45,5 %Ruim: 35,6 %Regular: 13 %Bom: 2,7 %Ótimo: 3,2 %
Fonte: CNT
Quanto ao pavimento, a pesquisa registra que 54,6% da extensão de rodovias estaduais são regulares, enquanto 30,9% são ruins e 3,9% são péssimas. As rodovias estaduais de Pernambuco também têm 65,1% da sinalização consideradas péssimas, 17,4% classificadas como ruins e outros 12,6% tidas como regulares.
“Péssimo” é o adjetivo adotado para qualificar 59,6% da extensão no que diz respeito à geometria das rodovias estaduais de Pernambuco, critério que leva em consideração a condição de curvas, pontes, viadutos e do acostamento das rodovias. Outros 20,9% das rodovias estaduais receberam a classificação ‘ruim’, enquanto 12,1% da extensão foram tidas como regulares nesse segmento.
A PE-15, rodovia que corta a área norte da Região Metropolitana do Recife, é um exemplo dos percentuais de insatisfação mostrados pela pesquisa. A via é utilizada por muitas pessoas que saem de cidades como Abreu e Lima e Paulista com destino ao Recife, mas é do trecho em Olinda que os motoristas e pedestres mais se queixam.
G1 entrou em contato com o Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE) e aguarda retorno sobre as classificações da pesquisa. A reportagem também espera resposta sobre o total de investimentos feitos em 2017 pelo órgão para requalificar as rodovias estaduais.

Desempenho geral

Veja a classificação das rodovias de PE em 2017
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes leva em conta sinalização, pavimento e geometria das vias
Péssimo: 15,6 %Ruim: 15,8 %Regular: 24,7 %Bom: 37,4 %Ótimo: 6,5 %
Fonte: CNT
As rodovias federais em Pernambuco, no entanto, possibilitam um equilíbrio na avaliação de uma forma geral do total de rodovias no estado, já que 61,7% receberam a classificação “ótima” ou “boa”. Com esse resultado, o quesito “bom” predomina na avaliação das rodovias em Pernambuco, pois 37,4% da extensão delas foram classificadas dessa forma.
No entanto, 56,1% do total são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Esse percentual é menor do que o registrado em 2016, quando 57,9% das rodovias estaduais e federais tiveram essa mesma classificação. Em 2015, esse levantamento da CNT identificou 53,1% das rodovias nessa situação.
fonte : G1 / DNIT

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Protestos paralisa a saída dos ônibus e fiquem ligados pois ate o momento tudo parado

Foto da frente da garagem da CDA 

O protesto é feito pela Abirp e a  oposição da Cut e as principais reivindicações são a cobrança absurda das avarias , o não pagamento de horas extras, a cobrança de passagem aos cobradores de invasões de usuários fazem entrando pela porta traseira e o rodízio de escalas. 
A CDA opera,  31 linhas entre Olinda e Recife e transporta mais de 100 mil pessoas e sua frota tem mais de 240 ónibus.
O protesto começou as 3 hrs da madrugada.
O Conorte que é o consórcio entre 3. empresas e vamos aguardar que o grupo.coloquem ônibus nas linhas da CDA. 


A empresa tem 224 veículos sendo 209 em operação e 15 reservas. São 800 funcionários, entre motoristas, cobradores, coordenadores de terminal e supervisores.
De acordo com os responsáveis pelo movimento, há várias reivindicações. Os antigos cobradores, que hoje atuam como motoristas, exigem reajuste salarial para exercer a nova função. Os trabalhadores sem queixam, ainda, de cobrança por avarias nos coletivos, referentes ao período até 2014.
As categorias informam também que não contam com intervalos completos para descansar e fazer refeições. Há queixas sobre problemas nas folgas semanais para os trabalhadores que estão em perído pós-férias.

Resposta

Diante da paralisação, o Grande Recife Consórcio, responsável pelo gerenciamento do sistema, informou que foi surpreendido pelo movimento dos trabalhadores da Cidade Alta. O consórcio alegou que não houve comunicação prévia aos gestores.
Disse também que a paralisação é política e não tem ligação com o sindicato dos rodoviários. A empresa gestora assegurou que vai tentar deslocar ônibus das frotas de outras transportadoras para minimizar os transtornos.
O diretor-executivo da Cidade Alta, Almiri Buonoro, afirmou, por telefone, que as denúncias feitas pelos manifestantes não procedem. Disse, por exemplo, que os salários foram depositados na segunda-feira (6).
Segundo o executivo, empresa não reconhece a legalidade desse movimento. "Vamos tomar medidas judiciais cabíveis", anunciou.

Por volta das 10h, funcionários da transportadora, acionados pela direção, tentavam negociar com os manifestantes para tentar retirar coletivos que atrapalhavam a saída de ônibus da garagem. "Infelizmente, tem áreas sem ônibus, já que são atendidas apenas pela Cidade Alta", observou.
Ônibus da Cidade Alta ficaram parados na garagem, em Olinda, nesta terça-feira (7) (Foto: Reprodução TV Globo)Ônibus da Cidade Alta ficaram parados na garagem, em Olinda, nesta terça-feira (7) (Foto: Reprodução TV Globo)
Ônibus da Cidade Alta ficaram parados na garagem, em Olinda, nesta terça-feira (7) (Foto: Reprodução TV Globo)

Transtornos

A paralisação dos funcionários da empresa Cidade Alta diminuiu o movimento nos terminais e deixou as paradas de ônibus lotadas. No bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, a única linha que funciona não circulou. A auxiliar de farmácia Érika Santana é uma das passageiras que, desavisada, foi ao terminal para tentar chegar ao trabalho.
"Estou indo para o centro do Recife, mas os ônibus estão lotados e queimando a parada. Trabalhei a noite toda, quero ir para casa, mas não posso", disse.
Situação parecida é enfrentada por Josinete Teixeira, estudante de farmácia que tentava entrar no terminal de Rio Doce, também em Olinda. "Você sai de casa e se depara com essa situação, é muito complicado. Todos nós temos compromissos. Hoje, vou perder meu dia por conta disso. Era pra eles diminuírem a frota e não pasalisar de vez. Vamos ver de que horas vai voltar", disse.

Veja algumas áreas atendidas pelos ônibus da Cidade Alta

  • Rio Doce
  • Jardim Atlântico
  • Casa Caiada
  • Bairro Novo
  • Carmo
  • Varadouro
  • Janga
  • Pau Amarelo
  • Maria Farinha
  • Loteamento Conceição
  • Jardim Maranguape
  • Maranguape I
  • Maranguape II
  • Santo Amaro
  • Arthur Lundgren
  • Engenho Maranguape
  • fonte: GRCT e Blog GRMPE

Ao meio desta terça feira os ônibus começaram a sair da garagem.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

As velhas promessas disso e aquilo e o povo vai ter que decidir nas urnas

Ministro diz que retomada da obra de navegabilidade do Capibaribe depende do governo de PE

Bruno Araújo, titular do Ministério das Cidades, apontou que União tem saldo de R$ 130 milhões para projeto e que governo do estado deve solucionar problemas com TCU.


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O ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou, nesta segunda-feira (6), que o governo federal tem R$ 130 milhões de saldo para as obras de navegabilidade do Rio Capibaribe. O serviço foi iniciado em 2012, para a Copa do Mundo de 2014, mas está parado há três anos por causa de erros no projeto. Em entrevista ao Bom dia Pernambuco, o ministro apontou, no entanto, que não pode repassar recursos por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). “Existem problemas que precisam ser sanados pelo governo de Pernambuco”, afirmou. 
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De acordo com Araújo, a obra foi paralisada por causa de uma falha na comprovação dos gastos com a dragagem do rio. “Investimos R$ 55 milhões nesse serviço. Há dúvidas sobre a aplicação inteira do valor. Cabe ao estado conseguir comprovar ao TCU que pode recomeçar os trabalhos. Esperamos que ele possa regularizar a situação”, disse.
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olha só quantos políticos nesta barca pra por a mão em 100 milhões já foi gasto e agora querem mais 130 milhões que ainda esta no fundo do tacho.

O ministro ressaltou que o governo federal não é responsável pela execução direta do projeto. “Não tocamos obra. A gente aprova o projeto e faz parceria. Paga a conta. Estamos dando apoio ao estado”, observou.
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O Rio Capibaribe atravessa 16 bairros do Recife e o projeto de navegabilidade consumiu, ao todo, R$ 75 milhões para a dragagem. Foram retiradas 32 mil caminhões-caçamba cheios de areia. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou problemas nos serviços e alegou que o projeto foi iniciado sem o estado levar em conta os moradores que vivem em casebres fincados no rio.
Técnicos apontaram que, caso o volume de terra retirado aumentasse, essas edificações, conhecidas como palafitas, poderiam afundar. A conselheira do TCE Teresa Dueire afirmou à TV Globo que houve erro de gestão. Segundo ela, foi falta de planejamento.
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Atualmente, os canteiros de obra estão cheios de mato. Materiais de construção encontram-se enferrujados. Há problemas de desgaste nas fundações nas sete futuras estações de embarque e desembarque, segundo o TCE. Quando ficar pronta, a hidrovia terá 11 quilômetros e capacidade para transportar 300 mil passageiros por dia.
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No caminho a 30 anos de  promessas que nunca vai ser concretizar para o povo

Enquanto o projeto não é retomado, moradores de várias comunidades ribeirinhas cobram, ao menos, os planos de construção de conjuntos habitacionais. Durante a entrevista o Bom dia Pernambuco, o ministro também falou sobre a assinatura da ordem de serviço para construção de 2.700 casas do Programa Minha Casa Minha Vida no estado. “São, ao todo, 5,4 mil unidades previstas para Pernambuco”, comentou.
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Dinheiro jogado fora mais de 100 milhões.

Resposta

Por meio de nota, o Governo de Pernambuco informou que está trabalhando para garantir a retomada do Projeto Rios da Gente, que prevê a implantação de um sistema de transporte fluvial público de passageiros. A Secretaria das Cidades (Secid) realiza um levantamento dos remanescentes das obras e a atualização do projeto das estações.
Também está sendo realizado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, por meio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a atualização do estudo econômico-financeiro para operação do sistema.
Segundo o governo, já foram removidos 450 mil metros cúbicos de material da calha do Capibaribe, incluindo material contaminado, proporcionando o estabelecimento de um canal de navegação.
A secretaria das Cidades informa que está tomando todas as medidas para a guarda e preservação do patrimônio público. Todos os serviços executados serão aproveitados quando da retomada das obras.
O governo de Pernambuco informou também que o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou ao Ministério das Cidades que suspendesse o repasse de recursos do Termo de Compromisso até que o estado apresente o resultado do estudo econômico-financeiro. Não há suspensão de repasse por irregularidade de execução da obra.
A nota da Secretaria das Cidades informa, ainda, que em março de 2018 estará finalizada a requalificação dos projetos. Em seguida, ocorrerá licitação para a retomada dos serviços.

Política

No domingo (5), o ministro Bruno Araújo, que é deputado federal licenciado, foi eleito presidente estadual do PSDB. Ele vai comandar o partido em Pernambuco em 2018 e 2019.

O tiro saindo pela culatra e os cobradores agora esta fazendo falta e fica ai lição





Linhas de ônibus sem cobrador estão perdendo                             passageiros na RMR

fonte: Blog De Olho no Transito





Foto: Guga Matos/JC Imagem


A polêmica experiência de retirada dos cobradores de algumas linhas do transporte público da Região Metropolitana do Recife não tem sido das mais positivas para a saúde financeira do sistema – além de desagradar muitos passageiros. Números do Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT) mostram que houve uma queda de demanda nas 32 linhas que perderam o profissional, num processo que começou em novembro de 2015 e ganhou intensidade em março deste ano. E que, de tão intempestivo, está sob investigação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), sendo suspenso por determinação pessoal do governador Paulo Câmara. Enquanto a rede de transporte perdeu de 10% a 11% dos passageiros de 2016 para 2017, as linhas em operação só com motoristas chegaram a 20%, como é o caso da TI Cabo/TI Cajueiro Seco.
Os passageiros estão fugindo dessas linhas e nós estamos analisando para saber a razão. Defendemos que o problema é a rede de vendas de créditos que é insuficiente, não atende ao usuário. É preciso massificar a rede, dar capilaridade, como foi prometido pelos operadores”,
André Melibeu, diretor de Operações do GRCT
Por isso e pela insuficiente rede de vendas de cartões e de recarga dos créditos eletrônicos – principalmente o VEM Comum –, que a retirada dos cobradores deverá continuar suspensa na Região Metropolitana, sem qualquer previsão de retomada. André Melibeu, diretor de Operações do GRCT, tem o cuidado de ponderar que os números que mostram a queda ainda não são consolidados e que o desempenho de pelo menos oito das 32 linhas está sendo analisado. Mas diz que, do jeito que está sendo feito, o novo modelo operacional não será ampliado. E que mudanças estão sendo definidas pelo governo do Estado para que, somente assim, ele possa ser retomado.
“Os passageiros estão fugindo dessas linhas e nós estamos analisando para saber a razão. Defendemos que o problema é a rede de vendas de créditos que é insuficiente, não atende ao usuário. A linha que teve a maior queda, por exemplo, é uma interterminal, ou seja, não deveria ter sofrido já que o passageiro passa por dois terminais integrados onde haveria uma ampla rede de recarga. É preciso massificar a rede, dar capilaridade, como foi prometido pelos operadores”, alerta André Melibeu.

A perda de passageiros é histórica no setor e, por isso, o GRCT está com cuidado ao analisar o desempenho das linhas sem cobrador. Números da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) comprovam essa realidade: nos últimos 22 anos a queda foi de 43%, sendo que somente entre 2013 e 2016 alcançou os 18%. O modelo, entretanto, é uma realidade não só mundial, mas nacional. Segundo a NTU, 41 cidades brasileiras aderiram ao modelo total ou parcialmente em seus sistemas de transporte. Entre as vantagens alegadas por gestores e operadores, a retirada do dinheiro dos ônibus – a renda ainda é o principal atrativo nos assaltos –, a agilidade no embarque nos coletivos porque é só o usuário aproximar o cartão eletrônico, o combate às fraudes e a redução do custo de operação, já que os cobradores pesam, em média, 15% sobre a folha de pagamento de pessoal.
Não somos contra a retirada dos cobradores, ao contrário. Ela é necessária e um caminho sem volta. As opções de tecnologia para o transporte estão aí para fazer o trabalho. Agora, ela precisa estar precedida de uma infraestrutura para atender ao usuário que ainda não existe. Os passageiros estão sofrendo para conseguir comprar os créditos. O novo modelo não pode ser implantado de forma irresponsável”,
Humberto Graça, promotor de Transportes


A perda de passageiros, entretanto, é um dado novo, revelado agora pelo gestor do sistema. Mas o que de fato pesou para suspender o processo foi a precária rede de vendas de créditos disponibilizada pelo setor empresarial. “O carregamento do VEM Comum é o grande problema. É ele que precisa estar à disposição de todos. Não é o VEM Trabalhador nem o VEM Estudante, que já têm suas recargas definidas e um usuário acostumado. Precisamos de mais pontos e de recargas feitas com valores menores para o usuário comum”, acrescenta André Melibeu. Há, ainda, a reclamação das pessoas em relação às taxas cobradas conforme o tipo de recarga.
Reconhecemos que a rede deixa a desejar e estamos trabalhando pesado para ampliá-la. Pretendemos chegar a seis mil pontos no Grande Recife. Já fechamos contrato com um novo parceiro e concluímos a migração da tecnologia. Até meados de dezembro estaremos com essa rede ampla à disposição dos nossos usuários”,
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Fernando Bandeira, da Urbana-PE
A tímida rede de vendas também é o principal argumento do MPPE. “Não somos contra a retirada dos cobradores, ao contrário. Ela é necessária e um caminho sem volta. As opções de tecnologia para o transporte estão aí para fazer o trabalho. Agora, ela precisa estar precedida de uma infraestrutura para atender ao usuário que ainda não existe. Os passageiros estão sofrendo para conseguir comprar os créditos. O novo modelo não pode ser implantado de forma irresponsável. Os empresários têm que oferecer essa rede ideal antes de mais nada, até porque eles têm interesse em mudar o sistema”, argumenta o promotor de Transportes, Humberto Graça. A investigação do MPPE está parada, pelo menos por enquanto, porque as reuniões agendadas foram sendo adiadas a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), mas o promotor, que está de férias, promete retomar os trabalhos ainda este mês.
A Urbana-PE diz que existem hoje 70 máquinas de autoatendimento localizadas em 16 dos 24 terminais integrados, em 31 das 42 estações de BRT, em dois shoppings (RioMar e Guararapes) e no Posto de Atendimento VEM, localizado no Centro do Recife. Além disso, faz a venda de créditos para o VEM Comum e o VEM Estudante nos aplicativos Cittamobi e Ponto Certo VEM, e tem mais de 500 pontos de venda descentralizados na RMR.
“Reconhecemos que a rede deixa a desejar e estamos trabalhando pesado para ampliá-la. Pretendemos chegar a seis mil pontos no Grande Recife. Já fechamos contrato com um novo parceiro e concluímos a migração da tecnologia. Até meados de dezembro estaremos com essa rede ampla à disposição dos nossos usuários”, garantiu o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira. Sobre a perda de passageiros nas linhas sem cobrador, o empresário ponderou que a ampliação da rede os trará de volta. “Em todo o País há uma queda no começo, depois ela volta. Quando estivermos com os seis mil pontos operando, tudo mudará”, afirmou.
Se a redução na folha de pagamento de pessoal não for engolida por outros custos, ela é repassada à tarifa. No mínimo, ela evita um aumento maior. Lembrando que o processo de retirada dos cobradores deve ser feito com cuidado, de forma transparente, que deve levar, no mínimo, 1,5 ano, no qual os profissionais devem ser absorvidos por outras áreas, sem haver demissões”,
Otávio Vieira Cunha, presidente da NTU
PESO NA TARIFA
Além da ampliação da rede, o MPPE também está preocupado com outra consequência do novo modelo operacional: o impacto da retirada dos cobradores no valor da passagem. “Ninguém falou disso ainda. Precisamos saber se houve ou haverá impacto e se a população será beneficiada. Talvez não haja uma redução, até pela quantidade de linhas, mas a retirada permitiria algum tipo de compensação ou melhoria? O que não pode é a população não ganhar nada. São questões que precisamos discutir”, pontua Humberto Graça.
Otávio Vieira Cunha, presidente da NTU, diz que o impacto da redução do custo com os cobradores pode ser direto na tarifa, desde que não aconteçam outras perdas ou majorações no sistema em questão. “Por que, se isso acontecer, a redução termina sendo anulada por outros fatores, como a perda de passageiros ou o aumento dos insumos do setor, por exemplo. É uma conta simples de ser feita em qualquer sistema e agora temos até uma ferramenta técnica e moderna para auxiliar os gestores no processo: a planilha de custos criada pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e apoiada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), de fácil utilização e que pode ser aplicada por qualquer cidade ou sistema metropolitano, como é o caso do transporte no Recife”, argumenta.



Conceição Cabral viu no processo a oportunidade de deixar de ser cobradora e virar motorista. Foto: Roberta Soares

Otávio Vieira Cunha reforça que não há mistério nas contas. “Se a redução na folha de pagamento de pessoal não for engolida por outros custos, ela é repassada à tarifa. No mínimo, ela evita um aumento maior. Já tivemos tarifas de ônibus que baixaram no País ou deixaram de aumentar devido às desonerações de impostos. Fortaleza, no Ceará, por exemplo, ficou quatro anos sem aumentar a passagem. Lembrando que o processo de retirada dos cobradores deve ser feito com cuidado, de forma transparente, que deve levar, no mínimo, 1,5 ano, no qual os profissionais devem ser absorvidos por outras áreas, sem haver demissões”, ensina o presidente da NTU.

O LADO BOM DA MUDANÇA – A VITÓRIA DE CONCEIÇÃO
Enquanto uns reclamam, outros sorriem. E Conceição Cabral está no segundo grupo. É só sorrisos porque teve, no processo de retirada dos cobradores, a oportunidade de crescer na profissão, realizando um antigo sonho: passar do posto de cobradora para virar motorista de ônibus. E começou, exatamente, a partir da linha TI Abreu e Lima/TI Macaxeira, a primeira do sistema a operar sem o profissional, ainda em novembro de 2015. “Foi um sonho realizado, que me deixou muito feliz. Fiquei como cobradora mais de um ano, esperando o tempo mínimo exigido para tentar uma vaga como motorista, que a empresa sempre oferece”, conta.
Conceição foi acompanhada pelo JC em julho de 2016, quando ainda se preparava para tentar a aprovação como condutora. Para essa reportagem, foi entrevistada já como uma profissional do volante, exatamente na mesma linha que atuava como cobradora. “Acho que a retirada dos cobradores é viável em algumas linhas e em outras não. Mas, para mim, esse processo foi uma oportunidade de crescer”, comemora.



Rede para compra de cartões e recarga de créditos ainda é insuficiente. Foto: Roberta Soares