Segurança e lotação de BRTs no Grande Recife estão entre principais reclamações de passageiros, diz pesquisa
Levantamento feito pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) foi apresentado nesta segunda (4), no Recife. Apesar de reclamações, avaliação é de que serviço é melhor que o oferecido anteriormente.
Pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) foi apresentada nesta segunda (4) (Foto: Thays Estarque/G1)
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) mostra que, entre as principais reclamações dos passageiros do Sistema Via Livre BRT no Grande Recife, estão a segurança pública, a lotação dos veículos e o serviço ao fim de semana e à noite. Segundo os pesquisadores, ações simples como a garantia de um corredor exclusivo já resultariam numa melhor avaliação do serviço.
O Instituto, que apresentou os resultados do trabalho nesta segunda-feira (4), ouviu mais de mil usuários do BRT na Região Metropolitana do Recife. De acordo com a pesquisa, 63% dos passageiros entrevistados que utilizam o corredor Norte-Sul e 55% do Leste-Oeste avaliam que a lotação dos veículos continua da mesma forma ou pior do que era antes de 2014, quando o serviço de BRT começou a funcionar.
A situação também não apresentou melhora aos fins de semana e à noite, de acordo com 51% do passageiros do Norte-Sul e 35% do Leste-Oeste. Para 86% dos entrevistados da linha Norte-Sul e 55% do Leste-Oeste, a segurança pública está igual, pior ou muito pior do que antes.
Os dados apontam que, apesar das críticas, 78% dos usuários do corredor Norte-Sul e 84% do Leste-Oeste consideram que, no geral, o sistema melhorou em relação ao que era oferecido anteriormente.
Ônibus BRT passando na rodovia PE-15, em Olinda (Foto: Marina Meireles/G1)
O ITDP é uma entidade sem fins lucrativos que pretende promover um transporte sustentável no mundo. Fundado em 1985, o instituto ainda tem como preocupação a redução das emissões de carbono, as colisões de trânsito e a desigualdade social. No Brasil, ele está presente em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Sorocaba e Uberlândia.
Para o coordenador de Transportes Públicos, Gabriel Oliveira, o impacto de tais pontos poderia ser minimizado com soluções básicas e fáceis como garantir o corredor exclusivo para o BRT. “Qual a confiança que eu tenho no BRT se tenho invasão de faixa o tempo todo? Tem canaleta do Norte-Sul que tem moto entrando, que tem carro entrando. Às vezes, de uma forma até perigosa. Tem que ter uma fiscalização eletrônica, canaleta fechada. São questões simples de fazer”, pontuou.
Na prática, as medidas resultariam, por exemplo, numa melhor distribuição do tempo da frota e, por consequência, uma diminuição na lotação dos coletivos. “O número de veículos está adequado, mas, às vezes, você não consegue cumprir a demanda porque tem uma série de carros, de obstáculos, entrando na faixa que seria exclusiva dos BRTs”, completou.
A instalação de circuito interno e a presença de guardas municipais estão entre as medidas propostas pela pesquisa para reduzir a insegurança e a evasão de usuários que não pagam a passagem, mas utilizam o serviço.
Estação de BRT Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Recife (Foto: Reprodução/Google Street View)
egundo a coordenadora de Políticas Públicas, Letícia Bortolon, o objetivo da pesquisa foi analisar o impacto que o sistema de BRT teve na vida dos usuários. “O desenho da operação está dado, mas o transporte acaba encontrando coisas no dia a dia que impactam nesse serviço. Nós temos apenas 1,33% de vias prioritárias no sistema viário como um todo no Recife. Antes de chegar na capital, a velocidade média do BRT é de 20 quilômetros por hora. Quando entra no centro, ela passa para 4 quilômetros por hora”, destacou.
De acordo com os pesquisadores, os dados já foram apresentados para órgãos públicos, como o Grande Recife Consórcio de Transportes, a Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU), a Secretaria das Cidades e o Instituto Pelópidas Silveira.
“Demos as sugestões e muitas delas eles garantiram que já estavam cuidando. Entregamos para entidades da sociedade civil organizada para que, além dela se apropriar da pesquisa, também possa cobrar os órgãos públicos”, finalizou Gabriel Oliveira.
Respostas
De acordo com o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, o trabalho do ITDP foi feito em parceria com o órgão e, durante o período de pesquisa, o órgão não identificou a superlotação mencionada pelos passageiros. O aumento da frota, segundo ele, implicaria num aumento de tarifa para quem usa o transporte público.
"Em horários de pico, o limite aceitável é de seis passageiros por metro quadrado. O nível de conforto não é bom, o ideal é que todos os passageiros fossem sentados, mas esse número é específico para que não haja aumento de custos e, consequentemente, aumento da tarifa", explicou.
Ainda segundo Melibeu, houve um incremento no número de veículos que trafegam no corredor Leste/Oeste. "Através de fiscalizações presenciais, percebemos que havia necessidade de aumento da frota em quatro linhas e já fizemos esse acréscimo", contou.
FONTE: G1 PE
André Melibeu fala - De acordo com o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, o trabalho do ITDP foi feito em parceria com o órgão e, durante o período de pesquisa, o órgão não identificou a superlotação mencionada pelos passageiros. O aumento da frota, segundo ele, implicaria num aumento de tarifa para quem usa o transporte público.
ResponderExcluirJaílson Silva fala - Quero fazer um convite ao Diretor André Melibeu a fazer um tour com a nossa equipe nos horários diversos e mostrar que estas suas palavras não condiz com a realidade da super lotação.