Nos próximos 15 dias, deve ser divulgado o estudo de origem e destino feito em Jaboatão dos Guararapes, etapa considerada a primeira de uma série que visa a reestruturação do sistema de transporte municipal. O objetivo é eliminar problemas que constantemente têm sido alvos de reclamações, como a falta de atendimento em algumas localidades, a sobreposição de itinerários e abusos cometidos por permissionários, como a condução em alta velocidade e o não cumprimento de horários. Com os dados, a prefeitura espera lançar um processo de licitação ou concessão de linhas até o fim do ano. O novo modelo, que deveria estar em execução desde o último mês de agosto, agora está previsto para março de 2016.
A novidade foi anunciada em dezembro de 2014, após um acidente envolvendo um micro-ônibus na antiga BR-101, no Cabo de Santo Agostinho. O motorista morreu e 25 pessoas ficaram feridas. Na época, vieram à tona denúncias de veículos com tempo de circulação acima do permitido e de condutores que não tinham autorização para exercer o transporte de passageiros. “Mesmo após essas constatações, a rede foi mantida, por meio de aditivos, para não deixar a população sem transporte até a reestruturação. Mas temos fiscalizado para garantir as condições mínimas desses veículos. E a etapa mais complexa, que foi o estudo, está quase pronta”, afirma o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Marconi Madruga.
Atualmente, mais de 80 mil pessoas são beneficiadas pelas 17 linhas operadas por microônibus - 70% da demanda – e por outras três que contam com coletivos convencionais. A ideia é redesenhar a rede, contemplando áreas pouco atendidas, como Massaranduba e Curado II, e núcleos urbanos surgidos nos últimos anos, como a Lagoa Olho D’Água e o entorno da avenida Abdo Cabus, em Candeias. Hoje, moradores têm que caminhar mais de um quilômetro para conseguir transporte coletivo. “Pode haver linhas com micro-ônibus e linhas que têm demanda para ônibus maiores”, acredita Madruga, acrescentando que a novidade deve contemplar a renovação da frota, respeitando itens de acessibilidade.
O presidente da Cooperativa de Permissionários de Transporte Público de Passageiros de Jaboatão (Cootrape), Alex Sandro Silva, concorda com a necessidade de racionalizar o sistema, mas critica o modelo projetado. “Esse estudo está vendo os pontos com maior demanda para entregar para empresários e reduzir o transporte genuinamente jaboatonense. Em Comportas, uma empresa passou a operar com oito veículos. Hoje, só tem um. Quem perde é o usuário. Já entregamos uma proposta à prefeitura. Queremos uma harmonia. Um transporte complementando o outro”, declara Alex.
fonte: Folha PE com Luiz Felipe Freire.