sábado, 18 de janeiro de 2020

Será que estás trocas de farpas são a real realidade ?

Polêmica das passagens: governo de Pernambuco diz que não aceitará ameaças de empresários

Postado por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes

Em nota oficial, o governo de Pernambuco criticou a dependência que os empresários de ônibus têm do aumento das passagens e disse que não aceitará nenhum tipo de ameças. Fotos: Bobby Fabisak/JC Imagem

A polêmica sobre o não aumento das passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife continua. Depois de os empresários de ônibus criticarem a decisão do governo de Pernambuco de não promover o realinhamento das tarifas, pedindo sensatez e seriedade por parte do Executivo estadual em relação às contas do sistema, o Estado atacou. Em nota oficial criticou a dependência que os empresários de ônibus têm do aumento das passagens e disse que não aceitará nenhum tipo de ameaças.
Confira a nota na íntegra:
“Não causou estranheza ao Governo de Pernambuco a nota divulgada pela Urbana-PE. O foco em aumento de tarifa e a ausência de priorização na melhoria do transporte, vem se repetindo há anos por parte do setor empresarial.
Não há qualquer dúvida de que o Sistema de Transporte Público da Região Metropolitana do Recife precisa de um conjunto de medidas para atender com dignidade seus usuários. O Governo do Estado vai fazer a sua parte e vai cobrar dos empresários também.
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Na perseguição dessa meta, a gestão estadual irá mobilizar todos os recursos materiais, humanos e legais de suas secretarias e demais órgãos. Esse é um compromisso do governo com os quase dois milhões de pessoas que utilizam diariamente o sistema.
Não aceitaremos ameaças, nem intimidações de qualquer grupo ou seguimento, principalmente daqueles que recebem subsídios públicos sem contrapartidas na qualidade do serviço. A caminhada para um novo momento no transporte público em Pernambuco começou e avançará”.
Matéria do Blog: MoveCidade com a repórter: Roberta Soares Jc  ( reprodução).

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

O IDOSO JÁ PODE RETIRAR SEU "VEM"

Em caráter de testes o Grct e a Urbana Pe, para retirar o cartão o idoso deverá, agendar e levar RG, CPF E CONTA LUZ OU ÁGUA.
COM CERTEZA SERA UM GANHO NA QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO AO IDOSO.
A PARTIR DOA 65 ANOS VC TERÁ DIREITO .



Idosos terão cartão VEM próprio no transporte público da RMR





Com o VEM Idoso será possível ampliar e facilitar o acesso ao serviço, oferecer mais conforto, agilizar o embarque e também gerar informações relevantes para o planejamento operação



A partir de hoje (14), as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos terão cartão próprio para facilitar o uso da gratuidade no Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife. Com o VEM Idoso, essas pessoas poderão passar pela catraca e escolher qualquer assento para se acomodar.



A novidade tem como objetivo ampliar e facilitar o acesso dos idosos ao transporte público, oferecer mais comodidade, agilizar o embarque e ainda gerar mais informações para o planejamento da operação. Uma campanha publicitária será lançada para divulgar a iniciativa, prevista na Resolução nº 007/2019 do Governo do Estado de Pernambuco.



A emissão do VEM Idoso será um processo contínuo de cadastramento e o cartão será emitido gratuitamente. O presidente do Grande Recife, Erivaldo Coutinho, explica os benefícios do documento. "O cartão VEM Idoso atende a uma demanda da população e representa um avanço importante para o serviço, que agora poderá ser dimensionado com informações sobre o deslocamento de um público crescente e bastante relevante para o sistema".



AGENDAMENTO – Para obter o novo cartão VEM Idoso, de maneira gratuita, basta fazer agendamento pelo site www.vemidoso.com.br. No dia e horário marcados, é só se dirigir ao Posto de Atendimento do VEM na Rua da Soledade, 259, Boa Vista, e levar a documentação pessoal: número do protocolo de agendamento, CPF e documento oficial com foto - pode ser identidade, expedida há pelo menos dez anos, carteira nacional de habilitação ou ainda a carteira de classe profissional - além de comprovante de residência atual com CEP.





Serviço:

Posto do VEM

Endereço: Rua da Soledade, 259, Boa Vista, Recife-PE

Site para agendamento pela internet: www.vemidoso.com.br

Mais informações no telefone (81) 3125.7575
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POSTADO POR JAILSON

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

AUMENTO DE QUASE 15% E GOVERNO REGEITA , É SÉRIO ISSO ?


Governo de Pernambuco descarta aumento das passagens que elevaria Anel A para R$ 3,90 e dá “bronca” nos empresários


Postado por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes


Move Cidade com Reportagem de Roberta Soares


Não deu tempo sequer de tomar fôlego. Pouco tempo depois de os empresários de ônibus defenderem um aumento de R$ 14,13% no valor das passagens da Região Metropolitana do Recife, o governo de Pernambuco – gestor do sistema de transporte da RMR – já puxou o freio nas intenções do setor. Em nota, o Estado afirma não aceitar a proposta apresentada pelos empresários, definindo-a como “inaceitável”. E vai além: destaca que não abrirá mão de manter a RMR entre as cidades que têm a menor tarifa de ônibus do País e dá a entender que também resistiu a tentativas do setor de acabar com alguns direitos conquistados, como o Passe Livre para estudantes da rede pública de ensino.
A não validação do percentual defendido pelo setor empresarial pelo governo já era esperada por ser alta e inviável politicamente, mas nunca o Estado foi tão rápido e contundente – para não dizer duro – em se posicionar contrário aos cálculos empresariais de aumento das passagens do Grande Recife. Principalmente via nota oficial e já descartando a reivindicação que elevaria o Anel A – utilizado por mais de 80% dos passageiros – de R$ 3,45 para R$ 3,90. Sinal de que a guerra pelo aumento das passagens foi e está sendo intensa nos bastidores.
Confira a nota:
“O governo de Pernambuco vem a público informar que não aceita a proposta de reajuste no valor das passagens de ônibus apresentada, nesta segunda-feira (13), pelos empresários do setor de transportes de passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR). A proposição, que apresenta aumento médio de 14%, elevaria o Anel A – o mais utilizado pelos usuários do sistema – de R$ 3,45 para R$ 3,90. O que é inaceitável. Atualmente, a RMR tem uma das tarifas mais baratas entre as capitais do País, e o Executivo estadual não abre mão da continuidade desse quadro em 2020.
Além de não admitir a proposta apresentada pelo setor empresarial, o Governo de Pernambuco assegura o seguimento de conquistas históricas através do esforço da administração estadual, como o Passe Livre para estudantes, o transporte complementar gratuito e a isenção do ICMS sobre o diesel.
Para isso, estão em fase de conclusão os estudos necessários que garantam melhorias para o usuário e uma equação que possa viabilizar o sistema, com equilíbrio e sustentabilidade. É importante lembrar que, no ano passado, foi aprovada a Lei do Ar-Condicionado (Lei 16.787/2019), que está sendo considerada nessa análise, propondo uma meta de ampliação da frota climatizada na Região, como já ocorreu em 2019.
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A não validação do percentual defendido pelo setor empresarial pelo governo já era esperada por ser alta e inviável politicamente, mas nunca o Estado foi tão rápido e contundente. Foto: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem
Mesmo com todo o quadro de dificuldades econômica e fiscal, o governo tem feito um grande esforço para manter subsídios como o do diesel, para evitar que a passagem alcance valores mais altos como acontece em outros estados. Além disso, intencificará as ações de melhoria da estrutura que serve ao transporte, com intervenções nos terminais, estações, e de segurança para a população.
Por fim, salienta que os empresários também precisam fazer a parte deles no funcionamento do sistema, na renovação da frota com ampliação da climatização e na pontualidade. O governo de Pernambuco enfatiza, mais uma vez, que seu principal papel é lutar pelo usuário, para que possa usufruir de uma melhor experiência, com o menor valor e o máximo de benefícios”.
COMO FICARIAM OS NOVOS ANÉIS
VALOR ATUAL – VALOR COM AUMENTO DE 14,13%
Anel A – R$ 3,45 – R$ 3,90
Anel B – R$ 4,70 – R$ 5,35
Anel G – R$ 2,25 – R$ 2,55
OS PRINCIPAIS AUMENTOS DE INSUMOS ALEGADOS PELO SETOR EMPRESARIAL:
1) Combustível: aumento de 19,78%
2) Veículo: 12,83%
3) Pessoal: 4,66%
* Sem considerar a perda de passageiros no ano de 4%, o reajuste proposto seria menor e o Anel A subiria para R$ 3,75%
* R$ 0,05 do reajuste proposto são relativos à refrigeração gradativa da frota de ônibus do Grande Recife, conforme lei aprovada no fim de 2018

domingo, 12 de janeiro de 2020

Bye bye BRT pernambucano


Postado por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes
MOVE CIDADE
 COM ROBERTA SOARES REPÓRTER JORNAL DO COMÉRCIO
Acumulado de problemas e descaracterização gradativa do sistema indicam que o Estado e o setor empresarial está abrindo mão do BRT da Região Metropolitana do Recife. Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem

Os últimos episódios envolvendo o BRT pernambucano, batizado como Via Livre, são angustiantes e colocam diante de todos – passageiros, operadores e gestores – o evidente fim do sistema. Pelo menos na forma tradicional que foi pensado e prometido à população e que está nos manuais que regem o modal: um transporte semelhante a um metrô sobre pneus, com qualidade e conforto como marca da operação. Tendo corredor de circulação totalmente segregado, estações de embarque e desembarque confortáveis e com o pagamento antecipado da tarifa, e embarque em nível. O nosso sistema, por mais que isso incomode a todos, está se distanciando dessas premissas. Infelizmente. Desde o segundo ano de operação que sofre e é gradativamente descaracterizado, situação que só piora com o tempo. No ano passado, a esperança de ver o sistema ser reerguido pelo Estado morreu e vimos o BRT Via Livre ser literalmente canibalizado – algumas estações, mesmo em funcionamento, tiveram piso, teto e fios roubados por viciados para serem comercializados em troca de crack.


São cinco anos e sete meses de angústia. Principalmente o Corredor Norte-Sul, que liga o Recife ao município metropolitano de Igarassu, e agora terá alguns dos imponentes veículos BRTs substituídos por veículos bem menores, menos confortáveis e potentes, embora a refrigeração permaneça. O principal eixo do corredor, a rodovia PE-15, que conecta Olinda e Paulista, vive quase no barro o ano quase inteiro. Ano após ano, no inverno, os operadores ameaçam suspender o serviço porque o corredor fica intrafegável em vários trechos. Situações e cenas que doem na alma. Mas nada muda.

EXEMPLOS DO ABANDONO E DESCARACTERIZAÇÃO DO BRT
ESTAÇÕES
BLOQUEIOS
QUALIDADE CORREDOR
Situação do Corredor Norte-Sul. Felipe Ribeiro/JC Imagem
INVASÕES

E a culpa do fim do BRT é de todos nós. Somos todos culpados. A população, porque destrói os veículos e, principalmente, as estações, além de invadir o sistema sem pagamento. O governo de Pernambuco, porque projetou, ainda na primeira gestão do PSB, um sistema fictício sob o aspecto da demanda, e agora quer reduzir o custo da operação para, consequentemente, diminuir o subsídio de R$ 250 milhões/ano que injeta no transporte da RMR. E o setor empresarial, que desistiu de apelar por atenção ao sistema e também aderiu à lógica de reduzir custos e combater a evasão de receita, mesmo que isso signifique a descaracterização do modal e menos conforto para o passageiro.



MENOS INVESTIMENTO DO QUE A VIA MANGUE
O que mais revolta no contexto da pré-morte do BRT pernambucano é observar o alto custo do projeto, executado com dinheiro público. Um sistema caro e pensado para ser a prova de que a qualificação do transporte público é possível. Foram investidos R$ 400 milhões – R$ 198 milhões no Corredor Norte-Sul e R$ 196 milhões no Corredor Leste-Oeste, o mais bem conservado e que liga o Recife ao município metropolitano de Camaragibe. Ainda é preciso contabilizar o investimento nos veículos – 88 BRTs no Norte-Sul e 74 no Leste-Oeste –, cada um comprado por R$ 900 mil, e o custo operacional do sistema, com estações que gastam R$ 31 mil/mês.
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Apesar do alto valor de recursos e de até hoje o BRT Via Livre estar incompleto e operando com aproximadamente metade da demanda de passageiros prevista, a implantação do sistema custou menos do que alguns projetos viários voltados para o transporte individual, como é o caso da Via Mangue, corredor expresso de acesso à Zona Sul do Recife. Enquanto a Via Mangue custou R$ 500 milhões para viabilizar o tráfego de veículos particulares numa extensão de cinco quilômetros, o BRT atende a quase 200 mil passageiros/dia, tem 50 quilômetros e ainda custou R$ 100 milhões a menos. Ou seja, a inversão de prioridades na mobilidade urbana segue apenas no discurso de políticos e gestores. Na prática, passa longe.
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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

DEPOIS DO ACOCHO DA FLTP-PE A CONVERSA É OUTRA





A príncipio, 15 ônibus novos circularão em duas linhas convencionais da Região Metropolitana do Recife
A príncipio, 15 ônibus novos circularão em duas linhas convencionais da Região Metropolitana do RecifeFoto: Divulgação/Grande Recife Consórcio
Os ônibus articulados do sistema Bus Rapid Transit (BRT) poderão ser trocados por veículos comuns com ar-condicionado e portas em ambos os lados em linhas de baixa demanda. É o que garante o Grande Recife Consórcio de Transporte. Segundo o órgão, primeiramente 15 dos 40 ônibus já adquiridos pelo consórcio Conorte, que opera no sistema, circularão nas linhas interterminais convencionais 1986 - TI Rio Doce/PE-15 (5 ônibus; 100% da frota) e 1977 - TI Pelópidas/Conde da Boa Vista (10 ônibus; cerca de 77% da frota).

A expectativa é de que os novos veículos rodem a partir da próxima quinta-feira (16). Atualmente, as duas linhas escolhidas para receber primeiramente os ônibus novos transportam respectivamente 1.950 e 5.600 passageiros por dia, totalizando 7.550 usuários. Já a troca dos ônibus articulados do BRT pelos comuns está em estudo e não deve ser feita antes de fevereiro, garante o diretor de operações do Grande Recife, André Melibeu, uma vez que a demanda tradicionalmente cai durante as férias escolares de janeiro.

Leia também:
No 1º dia útil após aumento da tarifa, passageiros do metrô reclamam do preço
Estação de BRT desativada para obras na Conde da Boa Vista
As linhas BRT que receberão os novos coletivos serão definidas após os estudos técnicos do Grande Recife. “Ainda está sendo definida a possibilidade dos novos ônibus irem para algumas linhas de BRT de baixa demanda. Isso requer um estudo operacional para checar a viabilidade”, explicou André Melibeu.

“Estamos estudando para atender a maior quantidade de passageiros”, acrescentou o diretor, reiterando que os novos ônibus estão em processo de cadastramento para irem às ruas. Como possuem portas dos dois lados, os ônibus poderão operar nas estações de BRT e nas paradas convencionais. “Não é só tirar e botar, precisamos fazer uma avaliação se é possível ou não substituir. Vamos ver se esses carros atendem a demanda nas linhas que queremos tirar”, continuou Melibeu.

Caso determinada linha passe a ser operada por um dos novos ônibus menores, os veículos maiores serão realocados para outras linhas com maior demanda. “Se tirarmos, por exemplo, o BRT da linha PE-15/PCR é porque a demanda dela pode ser atendida por um carro de 13 metros. Se não for possível não será feito. Será uma avaliação futura”, frisou o diretor de operações.

A troca dos articulados, que possuem 21 metros de comprimento e comportam 130 passageiros em pé e sentados, pelos novos ônibus, com ar-condicionado, suspensão a ar, 13,2 metros de comprimento e capacidade para 80 passageiros, deve reduzir os custos operacionais desnecessários com a queda na demanda de usuários do BRT no último ano.

Entre novembro de 2018 e novembro de 2019, a redução geral no número de passageiros do sistema foi de 4%. Em algumas linhas, aponta o Grande Recife, a queda chegou a 15%. De acordo com o consórcio, 156 mil passageiros usam as 14 linhas dos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste diariamente, que, juntos, somam 33 quilômetros de extensão.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Desmanche do sistema BRT (VIA LIVRE ) descaradamente com apoio o Governo estadual através do Grct



Para reduzir custo, BRT pernambucano é substituído por ônibus comum com ar-condicionado.

Matéria do Blog Move Cidade
Postado por Jailson Silva Blogueiro especialista em mobilidade transpotes


Consórcio Conorte foi autorizado pelo governo de Pernambuco a fazer a substituição em algumas linhas que tiveram queda de demanda. 40 veículos foram comprados. Fotos: Conorte/Divulgação


Depois das catracas escuras e altas para evitar invasões nas estações, o Sistema BRT (Bus Rapid Transit), batizado de Via Livre na Região Metropolitana do Recife, sofre mais uma descaracterização. E que dessa vez mexerá ainda mais com o conforto dos passageiros do sistema. No lugar dos imponentes veículos BRT, algumas linhas do Corredor Norte-Sul, que tem 33 quilômetros e liga o Recife ao município metropolitano de Igarassu, vão operar com ônibus comuns. É importante destacar que são coletivos novos, com ar-condicionado, suspensão a ar, com catracas e com cinco portas (três do lado direito e duas do lado esquerdo), o que permitirá ser utilizado não só nas estações elevadas, mas também na operação comum. Mas a diferença para os tradicionais BRTs é grande.
Busólogos (estudiosos e apaixonados por ônibus) ouvidos pela reportagem atestam isso. Enquanto os BRTs tradicionais do Consórcio Conorte – que opera o Norte-Sul – têm 21 metros de comprimento, motor central ou traseiro, suspensão a ar com regulagem de plataforma e câmbio automático, os “novos BRTs” oferecem bem menos. Têm pouco mais de 13 metros de comprimento, o motor é dianteiro, a suspensão a ar é fixa (o que significa menos impacto ao passar por desníveis, por exemplo) e o câmbio é manual. Apesar de serem informações bastante técnicas, na prática significa veículos com menos espaço e, portanto, com menor capacidade e menos confortáveis quando estiverem lotados. E mais: não podem sequer ser chamados de BRTs porque não são classificados assim nem mesmo pelas fabricantes.
Antes de mais nada, o setor empresarial e o governo de Pernambuco – gestor do sistema de transporte, quem autorizou e está supervisionando a mudança – se apressam em garantir que o passageiro não será prejudicado, que os veículos serão utilizados em linhas ociosas e substituindo coletivos convencionais, e que a nova operação vai reduzir os custos do sistema. Consequentemente, reduzirá o valor do subsídio injetado pelo governo nos lotes operados pelo Conorte e a MobiPE, de aproximadamente R$ 250 milhões por ano. Esse, inclusive, é o grande motivador das alterações. “Em primeiro lugar é importante deixar claro que não estamos falando apenas de veículos novos. Os ônibus adquiridos são menores que os BRTs, de fato, mas são veículos modernos, com ar-condicionado, suspensão a ar e potencia de quase 300 cavalos. São bem diferentes dos ônibus utilizados na operação comum. Além disso, entrarão em operação em linhas com demanda ociosa para um BRT convencional e, principalmente, em linhas que operam com veículos convencionais sem ar”, garante o diretor de Operações do Conorte, Almir Buonora.
Entre os argumentos de defesa de que a mudança será melhor para o sistema, Buonora lembra que nenhum dos 88 BRTs do Conorte será retirado da operação. Ao contrário. Serão remanejados para linhas do próprio sistema BRT que têm demanda que justifica e hoje operam com veículos convencionais. Seria o caso, por exemplo, da linha 1909 – TI Pelópidas/TI Joana Bezerra, que dispõe apenas de veículos convencionais e sem ar-condicionado. “Nós temos linhas, por exemplo, em que a demanda teve uma grande redução e o BRT faz a viagem quase vazio. É um custo operacional desnecessário. Fizemos um levantamento de algumas linhas nessa situação para realizar a troca com aquelas que precisam de veículos maiores”, explica.
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O governo de Pernambuco também garante que a mudança não prejudicará os passageiros e que será boa para a saúde financeira do sistema. “Autorizamos o Conorte a comprar 40 veículos para testar a nova operação, inicialmente, em três linhas que tiveram uma redução importante de demanda. Enquanto o sistema teve uma queda de 4% no número de passageiros, essas linhas tiveram de 15% em novembro de 2019 em relação a novembro de 2018, por exemplo. Além disso, como os veículos são mais baratos, haverá uma redução na remuneração das empresas. Ou seja, reduziremos o valor do subsídio que o Estado faz no sistema. Sem esquecer que os ônibus são novos, confortáveis e irão operar em substituição a ônibus convencionais”, explica o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT).
Os “novos BRTs” custam um terço do valor dos BRTs tradicionais. Segundo o Conorte, um BRT custa, atualmente, R$ 1.400, enquanto os novos veículos adquiridos custam R$ 440 mil – ou seja, um terço do valor. Nos cálculos do GRCT, o preço de um BRT tradicional é de R$ 900 mil. Segundo o Consórcio, as três linhas que inicialmente irão receber os novos veículos são a 1900 – PE-15 (PCR), 1915 – PE-15/Dantas Barreto, e a 1970 – TI Pelópidas-PE15. Os BRTs que hoje operam nessas linhas deverão ser remanejados, segundo o Conorte, para as linhas 1909 – TI Pelópidas/TI Joana Bezerra e 1977 – TI Pelópidas/Conde da Boa Vista.
Os novos veículos começam a rodar a partir da segunda quinzena de janeiro. Pelo menos por enquanto, a MobiPE, que opera o Corredor Leste-Oeste – entre o Recife e Camaragibe –, não está autorizada a fazer a mudanças.