terça-feira, 26 de junho de 2012

LICITAÇÃO DAS LINHAS FICANDO NO ESQUECIMENTO

Enquanto a licitação não acontece, passageiros sofrem. Foto: Guga Matos/JC Imagem A licitação das linhas de ônibus em operação na Região Metropolitana do Recife está virando lenda. Mais uma vez. Embora tenha sido anunciada com pompa pelo governador Eduardo Campos, durante evento concorrido no Palácio das Princesas, dia 16 de março, o processo não deslanchou e já enfrenta o segundo adiamento desde que foi lançado. Os prazos anunciados se perderam e não há qualquer perspectiva de que sejam retomados. Ou seja, a licitação das linhas, que pelo menos na teoria deveria proporcionar uma maior concorrência e, consequentemente, mais qualidade ao serviço operado por ônibus, mais uma vez não tem data para acontecer em Pernambuco. De nada adiantou as promessas do então secretário das Cidades, Danilo Cabral (atualmente exonerado do cargo), e do próprio governador, de que efetivaria a concorrência pública do sistema. Não há nada previsto. Ao contrário, o governo do Estado simplesmente tem se escondido do assunto. A reportagem do JC já abordou o tema duas vezes, desde a coletiva em março, sem ao menos conseguir conversar com o representante oficial do governo no processo, o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Nelson Menezes. Por nota, foi dito apenas que os cálculos de alguns itinerários estão sendo refeitos. Pelos prazos oficiais anunciados pelo próprio governador, o sistema de transporte sofreria um salto de qualidade nos próximos anos. Até junho de 2014 toda a frota do Sistema Estrutural Integrado (SEI) – atualmente de 900 veículos – estaria equipada com ar-condicionado e o restante dos coletivos (2.100) ficaria nas mesmas condições em sete anos. Na prática, a licitação deveria ter começado no dia 7 de maio, data prevista para o lançamento do edital. Depois de 90 dias, os vencedores de cada um dos sete lotes que iriam compor a RMR seriam conhecidos. E, sendo assim, em 2013 a RMR já teria um sistema licitado. Mas até agora a única etapa cumprida foi a realização da audiência pública para apresentar o modelo escolhido pelo governo, realizada no dia 3 de abril. Cirano Lopes acredita em pressão política para emperrar a licitação. Foto: JC Imagem Sem argumentos convincentes, restam as especulações. De um lado, há quem entenda que, por ser um processo complexo, os técnicos estão buscando soluções para equiparar operacional e financeiramente os lotes. Esse seria o único motivo do adiamento. “Alguns lotes teriam ficado mais rentáveis do que outros devido à distribuição dos corredores. Os técnicos têm trabalho com afinco para encontrar uma solução”, afirma um profissional do setor, em reserva. Do outro lado, há aqueles que apostam na ingerência política. “Sem dúvida está havendo pressão dos empresários de ônibus para que o modelo se adeque aos interesses das operadoras. Acho um absurdo o Estado prometer, mais uma vez, e não cumprir os prazos. A licitação não é a salvação do sistema, mas além de ser uma obrigação legal, vai estimular a concorrência e isso é bom para o serviço”, defende Cirani Lopes, representante dos usuários no Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM). Confira abaixo a apresentação oficial do modelo da futura licitação feita pelo governo do Estado em março de 2012:

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