segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

BR 101 TRECHO CABO E ABREU E LIMA ENTREGUE A INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO DE PERNAMBUCO

Sem contrato, contorno urbano da BR-101 no Grande Recife definha




Era para ter sido tudo diferente. Em março de 2014, há quase um ano, o governo de Pernambuco prometia resolver, de vez, a histórica insegurança e degradação dos 30,7 quilômetros que compõem o chamado contorno urbano da BR-101 no Grande Recife. Em dois anos o trecho estaria em ótimo estado, garantia o Estado, depois de assumir a responsabilidade pela recuperação da rodovia. Em seguida, o corredor de BRT (Bus Rapid Transit) começaria a ser construído. Mas nada aconteceu. A BR-101 continua sendo o retrato da degradação – com licença do clichê. E, o que é pior, não há previsão para que a recuperação seja retomada, já que a empresa responsável pelos trabalhos, a Construtora Mendes Júnior, investigada pela Operação Lava Jato, oficializou este mês à Secretaria das Cidades que vai desistir do contrato, orçado inicialmente em R$ 216 milhões.
Enquanto a parte burocrática permanece sem solução, o contorno urbano da rodovia definha. Na altura da Vila dos Milagres, no Ibura, periferia da Zona Sul da capital, a destruição é tanta que os moradores partiram para o excesso: colocaram um tronco de coqueiro no meio da pista para alertar os motoristas sobre os buracos no local. Antes, jogaram barro para tentar amenizar o problema. Como não teve jeito, apelaram para o tronco, obrigando os condutores a reduzirem a velocidade na área e, consequentemente, gerando retenções no sentido Recife-Jaboatão dos Guararapes.

Fotos: Guga Matos/JC Imagem
Fotos: Guga Matos/JC Imagem

O trecho entre Igarassu, no extremo norte da Região Metropolitana do Recife, e Cajueiro Seco, no extremo sul, é uma sucessão de buracos, armadilhas e descaso. Trafegar por ele é levar sustos frequentemente. Os desníveis estão por toda parte. Até os motoristas acostumados ao percurso são pegos de surpresa. “Passo todos os dias pela BR, saindo de Jaboatão para a Cidade Universitária, no Recife, e quase sempre sou surpreendido por um desses buracos. É uma situação muito constrangedora para um governo. Espero que resolvam”, criticou o motorista Carlos Henrique Silva.
Acostamento é sonho. Em quase toda a extensão dos 30 quilômetros ele não existe. A vegetação tomou conta de boa parte. Quando não é ela, são os buracos que destruíram tudo. A velha prática de jogar asfalto sobre as placas de concreto da BR continua. E, com ela, a sensação de estar trafegando numa montanha-russa. São quilômetros e mais quilômetros de desnível provocado pelo asfalto lançado sobre as placas. Com o tempo, abrem-se buracos na camada de asfalto, piorando o que já era ruim.
Nesta sexta-feira o secretário das Cidades, André de Paula, reforçou  estar tentando negociar a retomada dos trabalhos com a Construtora Mendes Júnior. Diante de uma negativa, tentaria convencer a segunda colocada, a Construtora Ferreira Guedes, a assumir o contrato. Em último caso, seria necessário um nova licitação para retomar os trabalhos. A primeira etapa da obra tinha valor de R$ 216 milhões, sendo R$ 182 milhões recursos do governo federal via Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e R$ 34 milhões de contrapartida do governo de Pernambuco. A segunda fase, que não tinha data para começar, é que traria benefícios diretos para os passageiros que usam os ônibus porque representaria a construção do corredor de BRT.
BR-101_Guga

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