Faixa Azul, as faixas exclusivas de ônibus do Recife, sem previsão de expansão
Sem fiscalização, sem dinheiro e sem previsão. Essa é a situação atual do projeto de expansão das faixas exclusivas de ônibus do Recife, o sistema BRS (Bus Rapid Service), batizado na capital de Faixa Azul. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) garante que a expansão acontecerá e que está empenhada em concretizá-la, mas não se atreve a dar prazos. Não mais. Estabeleceu alguns no ano passado e não conseguiu cumprí-los. Enquanto isso, o Recife terá que se contentar com apenas 21,4 quilômetros de Faixas Azuis, implantadas em vias das Zonas Sul e Oeste da cidade. As futuras faixas – da Avenida Recife e da Avenida Conselheiro Aguiar, ambas na Zona Sul – terão que esperar.
A justificativa da gestão municipal para o atraso é que a implantação das novas Faixas Azuis em outros nove corredores viários está atrelada à fiscalização eletrônica. Ou seja, as futuras faixas só virão quando associadas às câmeras de monitoramento do tráfego, forma de evitar as invasões de veículos particulares. Somente no ano passado foram quase 4 mil autuações feitas apenas pela fiscalização dos agentes de trânsito. E, por enquanto, não há orçamento garantido para dar a ordem de serviço à empresa Serttel, vencedora da licitação para aquisição, implantação e manutenção de 200 câmeras. A concorrência pública foi concluída e encontra-se na fase de homologação. Depois de assinada, a Serttel terá 30 dias para iniciar a instalação dos equipamentos.
“Fizemos toda a conclusão do projeto de sinalização das futuras faixas exclusivas e, em paralelo, concluímos a licitação dos equipamentos de fiscalização eletrônica. Eles são fundamentais não só para a próxima Faixa Azul, na Avenida Recife, mas também para as outras existentes e as previstas. Mas acertamos que as novas faixas virão combinadas com os equipamentos. Sobretudo pelos problemas de invasões das faixas exclusivas que temos identificado”, explicou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. E quais os prazos? “Não quero dar prazos. Só os darei quando tivermos a ordem de serviço assinada. Por enquanto não tenho como dizer quando isso acontecerá. Estamos sem orçamento”, ponderou Taciana Ferreira.
A Faixa Azul da Avenida Recife, na Zona Sul do Recife, que seria a primeira a ser implantada entre os nove corredores prometidos, precisará de 40 câmeras para monitorar 20 pontos. A segunda prevista, a partir da Rua Real da Torre, na Madalena, para compor com o primeiro corredor implantado – da Rua Cosme Viana, em Afogados –, terá 44 câmeras que irão fiscalizar 22 pontos. Os equipamentos eletrônicos, segundo explicou a CTTU, são fundamentais porque o sistema BRS não é um corredor exclusivo para ônibus, mas apenas uma faixa prioritária. Ou seja, os veículos particulares podem trafegar por ela, mas têm limitações: usam apenas para acessar os lotes ou fazer conversões à direita.
Uma das Faixas Azuis mais exigidas, a da Avenida Conselheiro Aguiar com a Avenida Antônio de Gois, em Boa Viagem e no Pina, respectivamente, está com sua implantação ainda mais dificultada porque depende da conclusão das obras da pista leste da Via Mangue, paradas desde outubro de 2014 e sem qualquer previsão de retomada.
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