quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Reunião de reajuste de passagens pode ser novamente adiada

Em reunião com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, representantes da sociedade civil pediram adiamento da discussão
JC Online


Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente
Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
As tarifas das passagens de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) voltaram a ser discutidas e a reunião para definição do reajuste, marcada para o dia 12 deste mês, pode ser novamente adiada. Na tarde desta sexta-feira (1º), representantes da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco (FLTP) se reuniram com o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação e presidente do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), Marcelo Bruto, para apresentar as reivindicações da sociedade civil, incluindo a proposta de redução da passagem de R$ 3,20 para R$ 2,70, a adesão da tarifa única e transparência de custos.
Durante o encontro, os representantes da FLTP Pedro Josephi e Márcio Morais, que também são conselheiros do CSTM, pediram o adiamento da reunião de discussão do reajuste alegando falta de documentos que comprovem a necessidade do aumento. “Não ficou claro se o reajuste é da tarifa, que é preço final pago pelo consumidor, ou do Preço de Remuneração ao Operador (PRO), que é o custo do serviço. Se for a segunda opção, precisam disponibilizar documentos que comprovem a necessidade do aumento das passagens. Mas, se o aumento for na tarifa final, não aceitaremos, já que os reajustes devem seguir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e, segundo ele, a passagem deveria estar custando R$ 2,70”, explica Pedro.

Outro ponto citado pelos representantes foi que, caso o aumento seja nas despesas do serviço, as mesmas podem ser custeadas de outras formas, não apenas com as passagens. Um das sugestões do grupo é que, para fechar a conta, seja usado os valores bloqueados do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM). “Por ano, são milhões de reais bloqueados. Esse valor poderia ser utilizado para arcar com esse aumento sem que o reajuste chegasse ao consumidor”, pontua. Os créditos do VEM são retidos após seis meses da recarga.
Também discutida a atualização da composição do Conselho, onde apenas oito dos 25 conselheiros são representantes da sociedade civil, a implementação completa do Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop) e a criação de um cronograma de implementação da tarifa única, promessa do governador Paulo Câmara em seu primeiro mandato, e a integração temporal.

No último dia 24, a FLTP e a Articulação Recife Pelo Transporte conseguiram, junto à Justiça, cancelar a discussão que determinaria o reajuste das passagens, marcada para o dia seguinte, 25 de janeiro.
Os conselheiros pediram que o adiamento seja confirmado em três dias pelo presidente. Questionada sobre o que foi discutido e acatado na reunião, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação não se pronunciou.

Prêmio lata de sardinha

Paralelamente à reunião, membros dos dois grupos realizaram um protesto em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Contestando o posicionamento do governador Paulo Câmara, manifestantes usaram um carro de som para chamar atenção do público que chegava para a posse dos novos deputados estaduais, que acontecia no mesmo local. O grupo levou latas de sardinhas para serem entregues ao governador.
“Viemos aqui entregar a Paulo Câmara o Prêmio Lata de Sardinha, que é como nós, usuários do transporte público, nos sentimos dentro dos ônibus e metrôs lotados. Ele precisa ter responsabilidade fiscal com o dinheiro público e social, com o povo pernambucano. Também estamos aqui para pedir à nova legislatura que seja criada na Casa uma frente ampla em defesa do transporte público”, registrou Raisa Rabelo, coordenadora da FLTP.

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