quinta-feira, 11 de junho de 2015

Mobilidade - Excesso de carros e infrações congestionam Avenida João de Barros diariamente

Reclamações sobre a João de Barros não são raras no Twitter @jctransito / Foto: @eriston_claudio/Twitter

Reclamações sobre a João de Barros não são raras no Twitter @jctransitoFoto: @eriston_claudio/Twitter
Quem passa pela Avenida João de Barros todos os dias já sabe: a via fica travada no fim da manhã, ao meio dia e no fim da tarde. É quase inevitável. Pelos aproximadamente dois quilômetros de extensão da João de Barros desde o Centro até a Zona Norte do Recife, com trechos em mão dupla e única, passam cerca de 30 mil veículos por dia. Está no limite. Mesmo assim, alguns motoristas ainda insistem em cometer infrações como estacionar em local proibido.

O economista Leonardo Almeida, 48 anos, também já sabe. Morador há 17 anos do prédio onde fica o cartório da Encruzilhada, local em que a João de Barros tem uma bifurcação e encontra a Rua Conselheiro Portela, ele até evita sair de casa de carro. "Tem ficado cada vez pior. São muitos carros na cidade", afirma.

É lá um dos pontos de engarrafamento. As áreas com mais problemas são nos cruzamentos com as avenidas Norte e Agamenon Magalhães. A via vai do Largo da Encruzilhada até a Rua do Príncipe.
No entanto, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) afirma, através da sua assessoria de imprensa, que a João de Barros "não é uma via congestionada no ponto de vista da velocidade média. O horário de pico é bastante restrito ao final da tarde e início da noite (17h30 às 19h30)."

Motoristas ignoram sinalização e estacionam em local proibido na Av. João de Barros (Foto: Amanda Miranda/JC Trânsito)

Além dos congestionamentos constantes, o economista reclama da imprudência de muitos motoristas. Há uma placa que proíbe estacionamento em frente ao prédio, mas a sinalização é ignorada diversas vezes. "Todo mundo diz que está esperando vaga, mas é mentira. É só a reportagem sair para eles descerem do carro e deixarem na calçada, assim. Quando eu vou ao Centro, onde não tem estacionamento, pego um ônibus. Por que simplesmente não podem fazer isso?", questiona, em tom de revolta.

Durante a entrevista, uma mulher parou um carro antes da placa e deixou o sinal de alerta ligado por aproximadamente dez minutos até desistir e sair. Outro motorista fez pior: parou uma caminhonete após a placa e lá ficou - fomos embora cerca de 15 minutos depois e o veículo continuava estacionado. Do outro lado da avenida, em frente a uma agência bancária, um carro fez o mesmo, mas depois encontrou uma vaga e parou no lugar adequado.

Cenas assim se repetem o dia inteiro. Se fossem pegos, os condutores poderiam ser multados de R$ 53,20 a R$ 127,69. "Não adianta falar, não tem fiscalização", afirma Leonardo.
A CTTU afirma, porém, que o monitoramento é feito por 12 agentes de trânsito em rondas feitas em motos e viaturas. Próximo ao prédio onde Leonardo vive, ficam uma dupla de agentes que, além de organizar o trânsito, são responsáveis pela fiscalização. Este ano, através de um trabalho para coibir o estacionamento irregular, foram feitos 50 mil registros de notificações nos grandes corredores do Recife, incluindo na João de Barros.

Trecho da avenida na Encruzilhada costuma ficar congestionada (Foto: Amanda Miranda/JC Trânsito)
O economista não é o único a reclamar sobre a falta de educação dos motoristas. O supervisor de regrigeração Valério Araújo, 56, sempre dirige na João de Barros e percebe o mesmo problema: muita gente falando ao celular enquanto está no trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro prevê multa de R$ 85,13 para isso, mas a lei continua sendo desrespeitada - e sem punição. "Também tem a questão dos motoristas que estão saindo dos estacionamentos, travando as faixas para quem está atrás. E os ônibus param em fila dupla em todo lugar da cidade, mas aqui, em horários de pico, só piora a situação", acrescenta Valério, parado próximo à entrada da Rua da Hora.

Usuária constante de uma linha de ônibus que passa pela avenida, a Camaragibe (Príncipe), a auxiliar de departamento pessoal Mércia Bonina, 35, considera o trânsito terrível na João de Barros. "Não tenho nem ideia do que pode provocar esse engarrafamento todo. É sempre assim e não tem nem tanto sinal para atrapalhar", diz.
Pegar ônibus é desafio na Encruzilhada
Pegar ônibus é desafio na EncruzilhadaFoto: Amanda Miranda/NE10
A CTTU afirma que há um esgotamento viário na área. A João de Barros recebe veículos de diversas partes ao mesmo tempo, como da Avenida Agamenon Magalhães e da Rua do Espinheiro. Um estrangulamento de três para duas faixas também prejudica o trânsito.

A solução, para o órgão, está a longo prazo. Há, por exemplo a necessidade de obras, além do trabalho de engenharia de tráfego e da sinalização da via. Por enquanto, a Companhia afirma que os motoristas devem fugir da João de Barros, fazendo um roteiro diferente e evitando trafegar por ela no horário de pico da noite.

PEDESTRES - Atravessar a João de Barros na entrada da Conselheiro Portela é obstáculo para idosos e pessoas com mobilidade reduzida. As faixas de pedestre mais próximas são no cruzamento com a Rua do Espinheiro e com a Avenida Norte.

Deficientes sofrem aqui, diz Mércia
Deficientes sofrem aqui, diz MérciaFoto: Amanda Miranda/NE10
Quem opta pelo lugar sinalizado enfrenta calçadas esburacadas pelo caminho. Os outros se arriscam ou contam com a ajuda de figuras como André Gouveia, 35, porteiro que trabalha no local há oito anos e encontrou uma alternativa inusitada: coloca um cano de plástico na avenida para impedir a passagem dos carros enquanto os pedestres atravessam. "As autoridades deveriam encontrar uma solução para esse problema. É um risco de atropelamento muito grande", pede.

Pela assessoria de imprensa, a CTTU justificou que a João de Barros "possui sete semáforos, sendo dois exclusivos para pedestre. Todos eles estão sinalizados, a maioria com mais de duas faixas, quando localizado em cruzamento. A via está recebendo nova sinalização porque foi recapeada recentemente, porém inicialmente não há planos de implantação de novas faixas, porque não foi verificada a necessidade."

A professora Jucilene Lins, 60, moradora da João de Barros reclama ainda das calçadas. "É topada, é queda", diz. Os principais obstáculos são buracos, carros que ocupam o espaço dos pedestres e raízes de árvores. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) afirma que a responsabilidade é dos proprietários dos imóveis, de acordo com a Lei Municipal nº 16.890/2003. Porém, quem deve fiscalizar é a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano.
fonte: JC Transito.link:http://noticias.ne10.uol.com.br/jc-transito/noticia/2015/06/11/excesso-de-carros-e-infracoes-congestionam-avenida-joao-de-barros-diariamente-551422.php

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