quinta-feira, 3 de julho de 2014

Mobilidade - Caos e terror e os governates nada faz, e se até as eleições não derem um jeito a coisa vai ficar feia pra esses politicos.

Mobilidade continua dando nó na Região Metropolitana do Recife

Em vários pontos da capital, os canteiros de obras trazem problemas à população


    Encerrados os jogos da Copa do Mundo em Pernambuco algumas das intervenções de mobilidade urbana, previstas para antes do Mundial esportivo, ficaram incompletas ou inacabadas. E o pior, os transtornos para a população causados por essas ações, principalmente do Recife, seguem com os prazos de execução protelados. No topo das obras que estão em andamento, e que prejudicam o cotidiano de milhares de usuário do transporte coletivo e de veículos individuais, estão os corredores exclusivos para o sistema Bus Rapid Transit (BRT), o Norte-Sul e o Leste-Oeste.
    Arthur Mota/Folha de Pernambuco
    Na Caxangá, a implantação parcial do BRT tem prejudicado outros modais
    Para a Copa, apenas uma etapa inicial do Leste-Oeste foi entregue e um esquema especial operado para o transporte dos torcedores até a Arena Pernambuco. Porém, das 26 estações previstas no ramal, que segue do Derby até o Terminal Integrado de Camaragibe, somente seis foram liberadas para o funcionamento da primeira linha do serviço. Com isso, a demanda de passageiros segue muito abaixo do esperado, pois, apenas uma das sete linhas previstas iniciou a operação. Além de atrasar a melhoria do deslocamento das pessoas, a demora das obras de mobilidade gera o efeito inverso, travando importantes vias da cidade.
    Um exemplo claro desse processo contraditório é a avenida Caxangá, cuja operação do corredor Leste-Oeste do BRT foi um sucesso durante o Mundial, mas, que, depois dele, vem provocando engarrafamentos, irritação e críticas de quem precisa transitar pelo local. Com a faixa para o Bus Rapid Transport interditada a outros modais, o sistema roubou o antigo espaço destinado às velhas linhas de ônibus, que devido ao fato do BRT não ter sido totalmente finalizado, continuam operando. Devido a isso, o trânsito no local se tornou caótico: nas duas outras faixas existentes, centenas de coletivos dividem espaço com carros e táxis. O deslocamento entre o viaduto da Caxangá e a Madalena, que deveria ser feito em pouco mais de 20 minutos, pode ultrapassar os 40, por conta do transtorno. “Inventaram o BRT, mas prejudicaram o resto do trânsito, deixando tudo parado”, reclamou o motorista José Luciano.
    Outro ponto problemático do corredor Leste-Oeste fica por conta da obra do Túnel da Abolição. Previsto para ser entregue em março, antes da Copa, o equipamento continua em construção. Os serviços, além de alterar o trânsito na região, deixando ruas, como a José Osório, travadas ao longo de todo dia, também afetam a vida de diversos comerciantes. Vários trabalhadores foram demitidos e os proprietários viram o movimento e os lucros caírem de 40% a 50%. “Tive uma queda de movimento de cerca de 50%. Teve dia que não pude nem abrir a loja. Só não demiti ninguém porque aqui só trabalha minha família”, afirmou Genivaldo da Silva Lima, proprietário de uma papelaria na rua Real da Torre onde, atualmente, praticamente, só circulam carros de quem mora no local.
    RIACHUELO - Na rua do Riachuelo, no bairro da Boa Vista, o problema é a interdição da via. Há 40 dias os ônibus não podem entrar no local, no sentido subúrbio/cidade por conta da construção de outra estação do BRT. Como não existem informações nas paradas, muitos passageiros passam longos períodos aguardando o transporte, sem que ele chegue. “É uma falta de respeito com os usuários. Deveria haver placas orientando os passageiros sobre a mudança e onde os ônibus estão parando”, reclamou o aposentado Joaquim Ferreira de Farias, que aguardava no ponto desativado a linha para Itapissuma.
    Próximo dali, na Cruz Cabugá, na área de construção das estações de embarque e desembarque do corredor Norte-Sul, o trânsito vive constantemente conturbado, mesmo fora dos horários de pico. Em alguns pontos da via, como o que fica próximo ao Shopping Tacaruna, há apenas uma faixa liberada para a circulação dos veículos, incluindo todas as linhas de ônibus que transitam na avenida.
    Governo diz que obras estão em ponto de operacionalização
    Apesar dos transtornos vistos em várias partes da Capital, os coordenadores do plano de mobilidade executado em 2013, durante a Copa das Confederações, e este ano, nos cincos jogos da Copa do Mundo, consideraram que o serviço foi concluído com um saldo positivo. Durante coletiva realizada, ontem, o secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, explicou que os serviços ainda não foram concluídos como planejado, mas garantiu que todos estão em ponto de operacionalização.
    Entre os serviços inacabados estão os Corredores Leste-Oeste, Norte-Sul, o Ramal Cidade da Copa e a Via Mangue. No grupo dos que ficaram prontos estão o viaduto da BR-408, a Arena Pernambuco, a Estação de Metrô Cosme e Damião, o Terminal Marítimo de Passageiros e a Integração Cosme e Damião. Outro ponto a ser finalizado é o processo de desapropriação. Algumas famílias ainda não receberam as indenizações pagas pelo Estado para que deixassem suas residências.
    A respeito das estações dos BRTs, a secretária-executiva das Cidades, Ana Suassuna, afirmou que elas serão inauguradas à medida que foram ficando prontas. “Hoje já é possível andar pelo Ramal da Copa e pelos corredores. Tudo pode ser operacionalizado. Pernambuco foi um dos poucos que conseguiu deixar as obras nesse ponto”, garantiu Leitão.
    As questões habitacionais também foram detalhadas, ontem, pela secretária Ana Suassuna e por Ricardo Leitão. Segundo eles, o total de desapropriações foi de 594 imóveis e o valor estimado para garantir esse processo é superior a R$ 108 milhões. A maior parte dos imóveis estava localizada na área de implantação do Ramal Cidade da Copa, na Várzea (38), na cidade do Recife, e em Camaragibe (55), onde ao todo foram removidas 123 famílias.
    Nos casos referentes ao Terminal de Camaragibe e Ramal Cidade da Copa foi afirmado pelos representantes do governo que 44,18% dos expropriados já receberam 100% dos valores devidos; 25,68% receberam 80% dos valores ofertados; 17,95% receberam outros valores; e apenas 9,17% não receberam nenhum valor indenizatório até o momento, o que representa, em números, apenas nove casos. De acordo com o Estado, nesses episódios pontuais essa impossibilidade decorreu da ausência dos requisitos legais exigidos para o pagamento.
    USUÁRIOS - Nas Copas das Confederações, em 2013, e na do Mundo deste ano, o número de torcedores que utilizaram o transporte público para ir à Arena Pernambuco superou os 216 mil usuários. No primeiro evento, quando só estavam disponíveis dois modais - metrô mais ônibus circulares e o estacionamento periférico do Parqtel (e da UFPE, utilizado apenas em uma partida) - mais de 86 mil pessoas usaram os serviços. Já nas cinco partidas do Mundial 2014, com mais opções de modais - BRT, metrô mais ônibus circulares do TI Cosme e Damião e três estacionamentos periféricos - a quantidade de utilizadores ultrapassou 129 mil.
    Os ônibus expressos do BRT transportaram 10,68% dos torcedores que optaram pelos modais públicos, o que corresponde a 13.852 pessoas, e terminou sendo uma crescente de usuários durante o evento.
    PÚBLICO - Ao longo das duas competições, realizadas em 2013 e neste ano, a Arena Pernambuco recebeu ao todo oito jogos. Somando o público dos dois eventos, mais de 309 mil torcedores compareceram ao estádio.
    SEGURANÇA - O Estado investiu, entre 2007 e 2013, R$ 606 milhões em segurança pública, além de mais R$ 42 milhões oriundos do Governo Federal. Desses investimentos, ficará em Pernambuco o CICCR, o robô antibomba, imageador aéreo para helicóptero, duas plataformas de observação elevada, que captam imagens de diversos ângulos e as transmitem em tempo real para centros de controle. 

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