terça-feira, 19 de maio de 2015

Corredor Norte-Sul totalmente pronto somente em julho. Leste-Oeste ainda sem previsão. Assim caminha o BRT pernambucano

Fotos: Fernando da Hora/JC Imagem
Ausência de estações de BRT em Igarassu, por exemplo, compromete eficiência do sistema. Fotos: Fernando da Hora/JC Imagem
 Início de julho. Essa é a nova previsão de conclusão do Norte–Sul, um dos corredores de BRT (Bus Rapid Transit) pernambucano, batizado de Via Livre e que liga por 33 quilômetros o Recife ao município de Igarassu, no extremo norte da Região Metropolitana. Pelo menos para o eixo principal do corredor, que faz a ligação com o Centro da capital pela Avenida Cruz Cabugá. É mais uma promessa, já que o Norte–Sul deveria estar pronto desde o fim de 2013, mas no ano passado as obras começaram a se arrastar por falta de recursos, situação que permanece até hoje.
Das oito linhas previstas, apenas quatro estão funcionando – duas delas iniciadas no último sábado. O corredor, que deveria transportar 150 mil passageiros por dia, caminha para alcançar 45 mil após o incremento na operação. Dos 88 BRTs adquiridos pelo Consórcio Conorte (formado pelas empresas Itamaracá, Cidade Alta e Rodotur), 30 ainda permanecem nas garagens, sob sol e chuva, à espera de linhas para operá-las. Estão assim há dois anos. Das 25 estações previstas, 20 começaram a funcionar.
“Nossa estimativa é que no meio de junho possamos iniciar a operação das duas estações que faltam ser concluídas na Avenida Cruz Cabugá (próximas ao IEP e à Assembleia de Deus). Isso já trará muitos benefícios para os passageiros que saem dos TIs Pelópidas Silveira, PE–15 e Igarassu. O Terminal Integrado de Abreu e Lima e as outras três estações (no Complexo de Salgadinho, ao lado do TI Abreu e Lima e em Igarassu) devem ficar prontas no fim de junho, início de julho. Será quando teremos o corredor operando integralmente”, afirmou o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transportes, André Melibeu.

Estação em Igarassu é uma das que ficarão prontas em julho
Estação Cruz de Rebouças, em Igarassu, é uma das que ficarão prontas em julho

Nesta segundafeira, primeiro dia útil das duas novas linhas que entraram em operação no sábado, o sistema deu claros sinais de que ainda são necessários muitos ajustes. A população, de forma geral, elogiou o novo tipo de transporte, principalmente o fato de viajar em veículos mais confortáveis e refrigerados, o que antes não existia nas linhas 1946 – TI Igarassu (PCR) e 1976 – TI Pelópidas (PCR). Mas a ausência de estações de embarque e desembarque do BRT ao longo do percurso foi o principal motivo de reclamação dos passageiros. “Atrapalha demais. Mostra que o governo colocou o sistema para operar no improviso. É muito ruim para quem está na parada e não pode pegar o BRT porque a estação adequada para ele não existe ou não está pronta”, disse o gestor logístico Maurício de Medeiros.
A falta de opção para o desembarque fez com que a demanda do BRT fosse menor do que a prevista na linha TI Igarassu (PCR) e houvesse uma migração dos passageiros para a linha convencional TI Igarassu (Dantas Barreto). “Os BRTs estavam saindo com uma média de 10 passageiros em pé por veículo no horário de pico, quando esperávamos que fossem 60 ao longo do percurso. Por isso estamos correndo com as obras das estações da Cruz Cabugá e, ao mesmo tempo, vamos retornar a operação semi–expressa da linha TI Igarassu (Dantas Barreto), que recebeu uma demanda acima da normal”, explicou Melibeu.

TI da IV Perimetral começou a ser construído e encontra-se abandonado. Até um pé de melancia cresce no local
TI da IV Perimetral começou a ser construído e encontra-se abandonado. Até um pé de melancia cresce em meio ao concreto

SITUAÇÃO DO CORREDOR LESTE-OESTE É AINDA PIOR. RAMAL AGAMENON TAMBÉM
Se o Norte–Sul se arrasta para entrar plenamente em operação, a situação do segundo corredor de BRT da Região Metropolitana do Recife, o Leste–Oeste, é ainda pior. As obras estão paralisadas desde novembro do ano passado e ainda sem qualquer previsão de retomada. Com a quebra financeira da Construtora Mendes Júnior – após envolvimento na Operação Lava-Jato –, os trabalhos pararam de vez e, pelo menos por enquanto, não há previsão de retomada. O governo decidiu rescindir o contrato e estuda o que fazer.
O mesmo acontece com o segundo eixo do Corredor Norte–Sul, pela Avenida Agamenon Magalhães, até o Terminal Integrado Joana Bezerra. Depois que o governo do Estado foi forçado pela pressão popular a desistir da construção de quatro viadutos sobre a via, o corredor deveria ter começado a ser construído ainda em 2013, mas nada avançou.
O mais incômodo é que o Corredor Leste–Oeste está com 80% das obras finalizadas. E o que está quase pronto, mas sem uso, deteriora-se com o tempo. É o caso do TI da III Perimetral, quase concluído, mas abandonado. Em situação idêntica encontra-se o TI da IV Perimetral, onde até um pé de melancia cresce em meio à vegetação que toma conta do concreto.

FONTE : DE OLHO NO TRANSITO.
LINK: http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/deolhonotransito/2015/05/18/corredor-norte-sul-totalmente-pronto-somente-em-julho-leste-oeste-ainda-sem-previsao-assim-caminha-o-brt-pernambucano/

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