Grávida dá à luz dentro de ônibus auxiliada pelo marido em Olinda
Mãe e bebê foram levados para maternidade da cidade e estão bem
O bebê, que nasceu dentro de um ônibus que fazia a linha Jardim Atlântico, está bem e já recebe o carinho da família no hospital. Foto: Edneusa Amorim/Cortesia
Uma mulher, identificada como Edjane Herculano Feitosa, de 37 anos, deu à luz dentro de um ônibus na manhã desta terça-feira (28) em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. O parto ocorreu às 5h10, poucos minutos após a gestante entrar no coletivo, que fazia a linha Jardim Atlântico, e foi auxiliado pelo pai da criança, João Paulo da Silva, que amparou o bebê. Segundo ele, Edjane entrou em trabalho de parto por volta das 3h da manhã, horário em que a família começou a procurar ajuda. “Pedi aos vizinhos e conhecidos, e todos me disseram que estavam sem combustível para nos levar ao hospital. Tentei ligar para o Samu, mas a atendente me informou que ele não fazem o transporte de grávidas para a maternidade. Foi um desespero”, lembrou.
O parto, realizado no meio de um ônibus lotado, deixou os ocupantes do coletivo e o motorista atônitos, de acordo com Edneusa Amorim, uma das passageiras. Segundo ela, a mulher saiu de casa, na Favela da Ilha de Santana, em Jardim Atlântico, carregada em um carrinho de mão pelo esposo. “Ele me encontrou na rua e me pediu carona, mas eu falei que não tinha carro. Ele contou que tentou parar vários motoristas na Avenida Fagundes Varela, mas ninguém se dispôs a ajudar”, relatou Eneusa.
Depois do susto, mãe e bebê passam bem e devem ter alta nesta quarta-feira. Foto: Cortesia
Quando o coletivo se aproximou da parada, ela ajudou a pedir auxílio ao motorista, que prontamente permitiu a entrada da parturiente, do marido e da irmã da mulher, que os acompanhava. A intenção era levá-los até o Hospital Tricentenário, em Bairro Novo Olinda, onde o parto seria realizado. Poucos minutos depois, porém, quando ônibus passava pela Praça Pedro Jorge, em Jardim Atlântico, a gestante avisou que o bebê estava coroando e iria nascer.
O pai do bebê disse que Edjane estava bastante nervosa e temia não chegar a tempo na maternidade. “O que me restava era colocá-la no carrinho de mão e tentar conseguir uma carona, mas quando vimos o ônibus, resolvemos entrar. Logo depois, ela avisou que ele estava nascendo e eu não tive tempo de pensar em nada. Só me abaixei e peguei a criança. Apesar de tudo, foi uma alegria muito grande”. O menino, primeiro filho homem de João Paulo, vai se chamar Aramis Benjamin.
“Ela não disse nada além disso, não deu nenhum grito nem reclamou de nada. Um rapaz que estava no ônibus ofereceu uma camisa para forrar o chão, porque ela não conseguia sentar nas cadeiras. E lá mesmo, de repente, o bebê nasceu”, contou Edneusa. A criança não chorou na hora do nascimento, o que deixou os passageiros apreensivos. Uma enfermeira que também estava no ônibus ajudou nos primeiros atendimentos, mas o cordão umbilical só foi cortado na chegada ao hospital, quando um funcionário subiu no coletivo, e só então o choro do recém-nascido foi ouvido. Em seguida, uma maca foi levada ao local e a mãe e o bebê deram entrada no Hospital Tricentenário.
Na unidade de saúde, tanto a mulher quanto o recém-nascido foram avaliados. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, ambos estão bem e devem retornar para casa nesta quarta-feira. Aramis, que pesou 3,240 quilos, é o quarto filho de Edjane e já está na companhia da mãe em uma das enfermarias da maternidade.
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