terça-feira, 7 de outubro de 2014

Greve do Metrô Recife - Volta para casa não foi fácil no primeiro dia da greve do metroviários no Grande Recife


No TI Barro, passageiros se espremeram para embarcar
fonte:Luiz Filipe Freire, com informações de Rodrigo Passos

No primeiro dia da greve dos metroviários, a volta para casa foi mais tranquila em alguns pontos, mas ainda mais difícil em outros. No terminal integrado (TI) da Joana Bezerra, na área central do Recife, por exemplo, pessoas entrevistadas pela reportagem da Folha de Pernambuco afirmaram que a movimentação estava abaixo do que é registrado normalmente. No TI do Barro, entretanto, relatos deram conta de que a longa espera por ônibus, que já é comum nos dias sem greve, foi ainda mais humilhante para os passageiros.
Através do WhatsApp FolhaPE (81 8187.9290), o internauta Luiz Nogueira enviou imagens de como foi difícil embarcar em um coletivo, no início da noite. Filas gigantes, pessoas entrando nos ônibus sem esperar o desembarque de quem chegava e veículos saindo com as portas abertas por conta da superlotação foram cenas comuns de se ver. O problema começou antes mesmo de chegar ao TI.
“Na BR-101, os ônibus demoraram e não estavam parando. O povo só conseguia pegar um quando ia para o meio da pista e ficava na frente deles. Isso sem falar que eles estavam muito cheios quando vinham”, relatou o internauta, temendo pela segurança no local, que é deserto.
Nas ruas, a reclamação era a mesma. A situação não foi fácil, principalmente em pontos onde a concentração de pessoas, normalmente, costuma ser grande. Na avenida Conde da Boa Vista, na área central da Cidade, algumas linhas demoraram mais que o normal para passar.
O Grande Recife Consórcio de Transporte esclareceu que o reforço nas linhas de ônibus durante a greve não teve o objetivo de suprir a falta do metrô, que transporta cerca de 400 mil pessoas por dia, mas de tentar amenizar a demanda por transporte, principalmente nos TIs. Conforme o órgão, 123 linhas que circulam em áreas alimentadas pelos trens foram diretamente afetadas pela paralisação.
Foram colocados 81 ônibus a mais nas ruas do que em um dia útil normal. Além disso, houve a criação de duas linhas especiais: a TI Jaboatão/TI Barro e a TI Barro/TI Afogados/TI Joana Bezerra. O esquema continuará até o fim da greve, que é por tempo indeterminado.
Iniciada à 0h desta terça, a paralisação dos metroviários tem o objetivo de reivindicar mais segurança nas estações e trens do sistema, que, segundo os trabalhadores, são diariamente afetados por roubos, atos de vandalismo e invasões. De janeiro a setembro deste ano, teriam acontecido cerca de 1,6 mil casos do tipo.
Entre as reivindicações da categoria, estão a contratação de vigilantes patrimoniais armados e a formalização de convênios com a Polícia Militar para a garantia da segurança. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CTTU), por sua vez, confirma somente quatro assaltos em trens até o início deste mês e 17 furtos ou tentativas de furto, além de três roubos em terminais da Linha Centro e em um da Linha Sul.
Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE) de que os trens circulassem nos horários de pico - sob o risco de multa diária de R$ 800 mil, em caso de descumprimento -, a categoria paralisou 100% do sistema no primeiro dia do movimento. Nesta quarta (8), às 15h, representantes do Sindicato dos Metroviários e da CBTU terão uma reunião na sede do Tribunal para falar das reivindicações.

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