Corredores do BRT do Recife com mais da metade das obras para concluir
A 10 meses da Copa do Mundo, os dois mais importantes corredores da RMR – Norte/Sul e Leste/Oeste – não têm só o prazo de execução como desafio, mas sobretudo o legado que deixarão. Dois aspectos devem ser considerados: a qualidade e a eficácia dos equipamentos e o planejamento além da Copa.
Em Bogotá, Curitiba e Belo Horizonte, a implantação do modelo BRT veio acompanhada de um plano de expansão. No Recife, mesmo com o Plano Diretor de Transporte Urbano de 2007 como referência, ações futuras não têm cronograma certo. Pior: o PDTU não tem dados atualizados desde que foi lançado. A estimativa de demanda em Suape até 2020 , por exemplo, foi superada em 2012. E há risco de ações desconectadas de uma lógica no sistema, como um modal ferroviário na Av Norte.
Até dezembro de 2013, a Secretaria das Cidades espera concluir o corredor Norte/Sul, aquele que tem 33 estações, das quais apenas 15 foram iniciadas, e 33,2 km de extensão, dos quais 12 km tiveram, até agora, reforço no pavimento do corredor exclusivo. Sem falar no Terminal Integrado de Abreu e Lima, que está no início da construção, e nos outros três terminais do Norte/Sul: Igarassu, Pelópidas e PE-15, que ainda não foram adaptados para receber o BRT.
Também não há sinal da ciclovia e melhoria dos passeios ao longo do corredor. A favor do cronograma, estão os viadutos de Ouro Preto, Bultrins e Complexo Salgadinho, já concluídos. Pelos cálculos do governo, cerca de 67% das obras já foram executadas.
“As estações estarão concluídas até dezembro. Já as obras de adaptação dos terminais serão iniciadas em setembro e o projeto de urbanização da PE-5 está sendo concluído e será executado até março de 2014”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. Para agilizar a montagem das estações, as estruturas em concreto estão sendo substituídas por metálicas. “A execução é bem mais rápida e a durabilidade é equivalente. O design é o mesmo”, afirmou Juliana Barreto, gerente de projetos da Secretaria das Cidades.
O corredor Leste/Oeste tem 45% das obras concluídas e a previsão é que fique pronto até março de 2014. Das 21 estações, 14 foram iniciadas e estão em fase mais avançada de acabamento. Os terminais de integração, no entanto, são um problema. O de Camaragibe não teve a ampliação iniciada, e os terminais da 3ª e 4ª perimetrais estão no início das obras. Também em Camaragibe, as cinco estações na Avenida Belmino Correia dependem de desapropriação. “Estamos aguardando autorização da Justiça, mas acreditamos que até setembro as obras serão iniciadas”, afirmou.
Outro ponto pendente é a Avenida Conde da Boa Vista, cujo projeto é do município. Os estudos para a requalificação da via ainda estão sendo feitos. “Há um questionamento sobre a mudança do conceito para a Conde da Boa Vista. Não é apenas uma questão de fixar estações. Essa é a parte mais simples. Mas como se dará o uso do espaço é uma decisão do município, que estamos aguardando”, revelou Juliana Barreto.
Segundo o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, já houve a definição do conceito. “A Conde da Boa Vista será apenas para o BRT. Os ônibus convencionais usarão vias paralelas. Apresentamos a proposta ao Grande Recife, que nos dirá de que forma poderá ocorrer a operação do sistema enquanto a obra estiver sendo tocada”, pontuou. Segundo ele, a ideia também é resgatar o glamour e a beleza da avenida. “Haverá um trabalho paisagístico para recuperar a via”, afirmou.
As vias paralelas e transversais também vão sofrer mudanças. “Nós acreditamos que até o fim do ano o projeto esteja esteja concluído”. Segundo o secretário, as obras das estações do BRT poderão ser iniciadas desde que haja um plano de circulação para as vias que hoje passam pela avenida.
O trecho de Camaragibe, Belmiro, não é tão simples de implantar, pois como eu vi as mudanças nas estações no trecho da Caxangá, na cidade vizinha após possível derrubada de imóveis, terão que limpar e demora bastante, remanejar e até limpar rede esgotos, água e escoamento pluvial, para então fazer a nova base das calçadas, alargar a via, que para mim deveriam fazer isso primeiro para então começar as obras das estações no meio da via, pois do contrário haverá um belo de um estrangulamento como há vários na Caxangá.
O Ramal da Copa, pelo projeto, também provocará desapropriações e como estão estas? No TI Perimetral 3, estão trabalhando quase que exclusivamente na área que estava o BB, enquanto há poucas intervenções não vistas na vias onde fica o estacionamento do HGV que recebeu uns 5 mi para reforma e ampliação já iniciada, mas cadê a liberação plena do estacionamento que irá compor parte do TI?
A Conde da Boa Vista ficar só para o BRT, ótimo, mas as vias paralelas não comportam a transferência das linhas que não serão substituídas pelo novo conceito, irão é transferir um problema: a avenida é critica pelo congestionamento de ônibus no horário de pico que irá passar para as vias paralelas que são apertas e já não suportam o tráfego atual que nem tanto ônibus.
Me tira uma dúvida, seria viável os usuários de ônibus comuns descerem e “integrarem” na estação do BRT da praça do Derby?
Isso poderia acontecer também por meio do bilhete único, não?
Assim, a Conde da Boa Vista seria exclusiva para BRT e as vias paralelas ficariam desafogadas.
Abs
alguns no forum que participo questionam que o bilhete único iria contra o emprego do SEI, só que venho lembrar que nós já adotamos de certa forma o bilhete único, pois há linhas que pagando um valor x da passagem se ganha um ticket para usar o metrô, bem como existe paradas integradas onde usuários do sistema complementar recebem até onde sei um ticket para pegar a linha que dá continuidade ao trajeto, tipo centro do Recife.
No caso da Boa Vista, querem deixar ela apenas para os BRT e deslocar as linhas de rotas que não tem esse conceito para as vias paralelas, sendo algumas já em situação de saturação e outras nem tanto como a Av. Mário Melo.
Ao que parece, usuários de linhas convencionais não-BRT chegariam a Boa Vista, mas pelas vias paralelas, só que a depender da via, o usuário que quer ficar na avenida Conde da Boa Vista vai andar bastante caso não use BRT.
Criar integração com estações é possível, mas se vão achar viável são outros quinhentos. Vou dar dois exemplos que isso é possível sendo um deles um problema que ocorrerá no Leste-Oeste bastando adotar ônibus com as características de portas dos BRT (portas no lado esquerdo para estação e lado direito com escada para paradas, via públicas em caso de pane por exemplo):
- na área central transitam linhas circulares que saem de TIs sendo algumas que vão para Rua do Príncipe, prefeitura,etc. É só trocar o ônibus para um modelo que tenha também portas no lado esquerdo para plataforma em nível de estação. O cobrador continuaria presente. Esse veículo passaria a se integrar em algumas estações BRT, que poderiam ser a do Derby, as da Conde da Boa Vista, Guararapes e Cabugá, até para evitar trafegar em tráfego misto onde há o corredor, que ocorrerá na Cabugá onde pretendem manter linhas convencionais parando no lado das calçadas enquanto o BRT trafega na faixa central. Nas outras vias onde não há corredor BRT funcionaria como um ônibus normal com acesso pelo lado direito, pagamento dentro do veículo. Poderia atrapalhar o sistema BRT? Talvez. Como os ônibus são rastreados e voltarão a adotar o sistema de controle de tempo para o usuário saber quanto tempo o veículo levará para chegara ao TI ou a estação, além de paradas convencionais, a maioria das linhas é parador, não vejo problema em agregar um veículo com emprego misto dentro do BRT até porque ele só atuaria em trechos limitados. Essa tese se fundamenta na ideia do governo criar trechos expressos no Norte-Centro onde não haverá estação BRT porque a demanda não compensa uma cara estação que gera despesas altas, mas linhas com pagamento interno usariam o corredor usando as convencionais paradas que não seria desativadas. Outra, tal medida evitaria lotação exagerada em TIs, travessia de ruas para as estações e vice-versa só para pegar uma determinada linha com novo pagamento de passagem ou mesmo uso do bilhete único, sem esquecer, também, que a estação BRT em trecho onde haverá linhas convencionais é melhor local para abrigar passageiros que as paradas nas calçadas que prejudicam a mobilidade de outras pessoas. Se a estação pode ser integrável usando um veículo com portas compatíveis, por que não usar?
- no Leste-Oeste há linhas que vão para a Rua do Príncipe, Paissandu e Av. do Sport. Ano que vem, Barbalho(Detran) e Torrões devem integrar os novos TIs P3 e P4 de onde partirão BRTs para a Boa Vista (esperto que chegue ao TI Recife) e TI Joana. Quem vai para as citadas vias como irão chegar a elas se os BRT não irão transitar por elas? Aí entra a proposta de integração de estação usando veículo do conceito atual com comunicação para as estações BRT que só reforça o item anterior. Na estação do Derby, linha circular poderia ser integrada para atender ao Príncipe e ao Paissandu/Sport sem depender tanto do TI Joana, ou só ao Paissandu/Sport já que há linha circular para o Príncipe partindo do TI Joana onde os usuários do Leste-Oeste tomariam o BRT para Joana e deste a circular já existente. Para atender uma parcela relativamente pequena, mas que somada comporta um ônibus, como a estação do Derby será duas vezes o tamanho das outras, ela pode por um prazo curto de tempo estocar pessoas.
Agora, é possível que aleguem que a depender do local da estação e trecho das vias que deixariam de ter atendimento, forcem o usuário ir a pé mesmo. As estações BRT já possuem um distanciamento entre si superior as paradas atuais. A Boa Vista, que hoje tem quatro pontos de paradas, com as estações BRT sugerem ter três estações, daí você já tem uma noção que o usuário vai andar mais a pé para tomar o ônibus.
Então o principal problema para se implantar o bilhete único seria se sair do conceito de TIs? Isso é o de menos…
Veja que se trabalharmos com bilhete único, sem necessidade de integração, o usuário poderia trocar de ônibus no meio do percurso, sem necessidade de percorrer distâncias maiores…
É um desproposito fazer as pessoas integrarem para poderem trocar de ônibus… É irracional!!!
Usando o bilhete único, o sistema operaria de forma otimizada e com menos ônibus nas ruas….
Meu raciocínio está correto? Ou temos outros impedimentos além de ir contra do conceito de TIs?
Abs,
O único ponto desfavorável que vejo é a remuneração dos empresários…
Estou certo?
Abs,
Postado em: agosto 19, 2013