Não é novidade e confirma o que a população sabe há muito tempo. Um grupo técnico do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), incluindo a conselheira da instituição, Teresa Duere, fez uma visita na sexta-feira (19/9) às obras dos corredores exclusivos de BRT (Bus Rapid Transit) Leste-Oeste e Norte-Sul e constatou que o sistema ainda funciona de forma precária.
A visita teve como objetivo acompanhar o que efetivamente está funcionado entre as obras de mobilidade e avaliar a qualidade dos serviços prestados à população. Teresa Duere estava acompanhada de uma equipe do Núcleo de Engenharia do Tribunal, os engenheiros Gustavo Pimentel, Ayrton Alcoforado, Fábio Rodrigues, Rogério Carvalheiras, Caio Barbosa e Carnot Nogueira.
A primeira parada da equipe foi no município de Igarassu para conferir as obras do Terminal Integrado, a reforma da antiga estação de ônibus e a requalificação das vias de trânsito. De lá, a comitiva seguiu para o Terminal Integrado de Abreu e Lima, onde conheceu as instalações da sala de monitoramento de parte do sistema. No Terminal Integrado da PE15, a conselheira embarcou num ônibus para testar o funcionamento de um BRT. A ideia foi avaliar a eficiência do sistema, a qualidade dos veículos e o tempo do trajeto.
“Conversamos com vários usuários e constatamos que o projeto considerado referência em transporte coletivo – pelo conforto, eficiência e comodidade – ainda funciona de maneira muito precária. Os passageiros reconhecem o conforto do transporte, mas criticam a eficiência do sistema”, ressaltou a conselheira. A equipe levou mais de uma hora e trinta minutos no trajeto da PE15 à estação da Avenida Guararapes devido às retenções da Avenida Cruz Cabugá.
“O grande atraso do tempo ocorre porque as faixas exclusivas para os BRT’s ainda não foram liberadas. Eles estão dividindo as vias com os ônibus convencionais, com os veículos de passeio e utilitários, perdendo, temporariamente, o conceito de serviços de linhas expressas”, pontuou o engenheiro Rogério Carvalheiras.
Na estação da Avenida Guararapes os técnicos do TCE seguiram para conhecer o Túnel da Abolição, na Madalena, Zona Oeste do Recife, e depararam-se com outras insatisfações. “Os usuários questionaram o acesso às estações, como por exemplo, a entrada e a saída dos passageiros que ficam no mesmo espaço, ocasionando tumulto no horário de pico e dificultando o acesso dos idosos e pessoas com mobilidade reduzida”, acrescentou o engenheiro Fábio Rodrigues.
Desde a publicação do edital de licitação das obras do BRT, o TCE já realizou 15 auditorias de acompanhamento. Os investimentos dos corredores Leste-Oeste e Norte-Sul, cujas obras estão sendo executadas pelos consórcios Mendes Junior Trading/Servix e EMSA/ATERPA-M.MARTINS, já totalizam mais de R$ 344 milhões.
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