Via Mangue atrasa novamente
Os atrasos na conclusão da Via Mangue, corredor expresso que tem aliviado o acesso à Zona Sul do Recife, continuam. Ontem, pelo cronograma oficial divulgado pela própria prefeitura em maio, deveria ter sido aberta ao tráfego de veículos a primeira parte da pista leste da avenida, um trecho com aproximadamente um quilômetro, que funcionaria no sentido subúrbio-Centro. Desde que foi parcialmente inaugurada, a Via Mangue apenas vai, mas não volta, ou seja, funciona unicamente no sentido Centro-subúrbio. O trecho que seria inaugurado ontem começaria na Avenida Antônio Falcão e seguiria até a Rua Henrique Capitulino (continuação da Rua Dr. José Maria de Miranda), em Boa Viagem. Pelo menos, por enquanto, não há prazo certo para a liberação.
A Prefeitura do Recife está sem dinheiro em caixa para finalizar os serviços. São poucos, perto do montante de obras executadas até agora no corredor, mas fundamentais para não comprometer a circulação na pista leste da via, que já teve sua funcionalidade comprometida porque vai operar apenas parcialmente no sentido subúrbio-Centro. Devido ao gargalo criado com a obra incompleta do túnel da Rua Manoel de Brito, que passa sob a Avenida Herculano Bandeira, no Pina, a pista leste do corredor viário não poderá funcionar como binário. Em maio, quando foi apresentado o plano de mobilidade da Via Mangue, a prefeitura mostrou, guiada por estudos, que se o tráfego fosse liberado no sentido subúrbio-Centro, toda a extensão da avenida viraria um grande congestionamento.
Faltam exatamente R$ 26 milhões, parte da contrapartida de R$ 81 milhões do município. A Via Mangue custou, até agora, R$ 431 milhões, sendo R$ 331 milhões referentes a empréstimos federais e R$ 19 milhões recursos diretos da União, além da contrapartida municipal. “Estamos buscando um novo empréstimo desde maio junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e ainda não tivemos definição. Acreditamos que, em uma ou duas semanas, isso será resolvido. Não conseguimos cumprir o prazo da terceira fase, mas mantemos o mês de dezembro como data final para conclusão da Via Mangue”, argumenta o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos do Recife, Victor Vieira.
A contrapartida de R$ 26 milhões é que vai permitir a finalização da obra. Entre os trabalhos, ajustes de meio-fio e de drenagem, implantação da ciclovia e do passeio público, conclusão de calçadas e adequações da pista nova com as ruas já existentes, que serão utilizadas como escoamento do tráfego pela pista leste da Via Mangue. Como o corredor não terá continuidade até a Avenida Antônio de Góis, no Pina, os veículos serão obrigados a retornar ao sistema viário existente de Boa Viagem em uma das quatro ruas utilizadas como saída do corredor. O trecho da pista leste entre o início da Via Mangue (altura da ponte estaiada) e a Rua Dr. Gilson Machado Guimarães (no Supermercado Extra) entrará em operação somente em dezembro e apenas no sentido Centro-subúrbio.
“Estamos buscando recursos próprios, independentemente do empréstimo, para finalizar os trabalhos nas Ruas Maria Carolina, Padre Bernardino Pessoa e Tenente João Cícero e liberá-las até o fim de setembro”, afirma o secretário. Mesmo incompleta, apenas com a pista oeste em operação, a Via Mangue trouxe benefícios para o tráfego da Zona Sul. Diariamente, 31 mil veículos usam o novo corredor, desafogando a Domingos Ferreira, que sofria com congestionamentos ao receber 57 mil veículos por dia. Agora são 26 mil carros e os ônibus aumentaram a velocidade em 50% depois da implantação da Faixa Azul (pista exclusiva).
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