Aumento do desemprego, das tarifas e da inflação estão entre possíveis causas da fuga de usuários do transporte público, o que também impacta investimentos em melhorias
Arte/FolhaPE
CENÁRIO - No Brasil, o mau resultado equivale a menos 900 mil passageiros por dia. As cidades pesquisadas, 14 delas capitais, detêm quase dois terços das pessoas transportadas, o que dá uma ideia do impacto negativo. A queda, que ocorre pelo quarto ano seguido, é a maior da década no setor. “Vejo uma combinação de fatores. Com a crise, a pessoa nem sai para procurar emprego porque não acha. Ocorre o estímulo aos deslocamentos a pé. O imobilismo das cidades, com os congestionamentos, também frustra. Ou seja, é uma equação da qual é difícil sairmos ainda este ano”, avalia o presidente da NTU, Otávio Cunha. “Um caminho seriam alternativas de subvenção. Pegamos São Paulo e vemos que a redução de demanda foi pequena (0,9%). Lá, o poder público banca 30% da tarifa. O cidadão sente menos”, completa.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, ressalta que o início de ano difícil também teve influência das férias e do Carnaval e acredita que o resultado pode ser revertido se investimentos em corredores exclusivos continuarem. Por outro lado, reconhece que o cenário pode comprometer investimentos. “Quando houve o realinhamento tarifário, não foi prevista essa queda. Com um déficit, é natural que a primeira providência seja fazer readequações, o que afeta a renovação de frota, inclusive porque as taxas de financiamento estão muito ruins”, diz, sem adiantar em que proporção as aquisições de ônibus podem ser prejudicadas.
FONTE: FOLHA PE
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